Sons
30 de Janeiro 1998
DISCOS – POP ROCK
30 de Janeiro 1998
DISCOS – POP ROCK
Faust
Live in Edinburgh, 1997 (6)
Klangbad, import. Ananana
Pouco tempo após o lançamento de outro álbum ao vivo, a banda sonora, mais uma, para o clássico do expressionismo alemão, “Nosferatu”, os Faust voltam à carga, com uma nova sessão de palco, desta feita no Flux New Music Festival, que decorreu em Edimburgo no ano passado e cujo resultado mais visível é o de ter dado mais uma machadada no mito, que tanto trabalho deu a criar nos anos 70. Se Jim O’Rourke transformou um amontoado de resíduos abandonados pelo grupo germânico numa falsa ressurreição em “Rien” e se “You Know FaUSt” era um decalque convincente dos feitos de outrora, “Nosferatu” tratou de deitar por terra a ilusão. “Live in Edinburgh” é um pouco melhor. Por uma razão simples e passando por cima do facto de o som ser bastante melhor do que o da lamentável captação do álbum anterior: continua a ser, basicamente, uma sucessão de ruído, com a diferença de que Werner Diermaier, Joachim Irmler e os seus novos discípulos dão uma maior organização ao que, de outro modo, pouco mais seria do que o discurso directo do caos. Esquecendo o passado, todo ele feito de provocações e inovação, poderíamos dizer que os Faust são hoje uma formação de música industrial de peso, cujas apresentações ao vivo – baseadas no excesso de distorção, percussões de metal e betão e lança-chamas – chegam a emular o tom de perigo antes remoído pelos Einstuerzende Neubauten, Laibach e La Fura Dels Baus. Nos anos 70 os Faust assustavam por outras razões. Mas isso, como o demonstra a actual evidência, faz parte de outra história.
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