Mostrar mensagens com a etiqueta Yes. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Yes. Mostrar todas as mensagens

23/05/2018

aquisições, obrigado Fernando e, já agora... (Jorge Silva)



Jorge Silva
11.07.2002 160409

ajudas-me aqui?,
indica-me os dois ou 3 melhores discos de cada um dos nomes q vou lançar:
robert fripp,
julian cope,
yes,
peter hammill,
syd barrett,
jefferson airplane,

vi um disco do daevid allen chamado "banana moon", com o robert wyatt, vale a pena?

obrigado, sol para todos!

Fernando Magalhães
11.07.2002 170507

Ok. sempre às ordens!  :) :O

Ora bem, então apanha aí:

ROBERT FRIPP: Exposure (estreia a solo, com fabulosos participações vocais do...Peter Hammill)

God Save the Queen/Under Heavy Manners (com o David Byrne. Um senão - não existe em CD...)

JULIAN COPE: "Interpreter", sem sombra de dúvida. Cada vez gosto mais deste disco (o 8/8 que lhe dei na altura peca, e muito, por defeito...). O espírito do krautrock para o séc. XXI. Sempre que o ouço, dá-me vontade de desatar aos saltos!
O tema "spacerock with me" arrasa toda a concorrência!

O "Peggy Suicide", "Jehovahkill", "Autogeddon" e "20 Mothers" não me lembro se são 20...:D) são muito bons, também...

YES: Mais pop: "Yes" e "Time and a Word"

Mais rock: "The Yes Album" (muito king Crimsoniano, por vezes...); "Relayer".

mais prog e classizante: "Close to the Edge" (o álbum clássico dos Yes), "Tales from Topographic Oceans" (p/mim uma das obras máximas do grupo, mas quase toda a gente destesta e chama-lhe "pretencioso", "balofo", etc... :D)

SYD BARRETT. Não há muito por onde escolher. "The Madcap Laughs" e "Barrett"...

PETER HAMMILL. Aqui o caso muda de figura, tantas são as obra-primas. Tens um livro para apontar? :D :)

Há, porém, um que se destaca: "In Camera" - equivalente, em registo solo, ao "Pawn Hearts". O "1º lado" é uma coisa indescritível, temas como "Tapeworm" provam que o homem pode ter a dimensão do universo e explodir num holocausto de estrelas.
A sequência final de 17min. "Gog/Magog (In bromine chambers)" é a banda sonora do Apocalipse. A letra é qualquer coisa de épico, a música, bem...a música...na altura a crítica falou de uma orquestra de "ruído branco". A parte final, descreve-a o próprio PH como "música concreta". Que o é de facto. Quando as vozes aparecem, totalmente filtradas e esmagadas eletronicamente, é impossível não sentir um arrepio. Um monstro a enrolar-se na mente. A desumanização nos confins da galáxia e do cérebro.

Mas há mais.

"Over" (o disco dos discos dos corações despedaçados)

"The Silent Corner and the Empty Stage" (mais VDGG)

Numa linha eletrónica: a "trilogia" "The Future now", "PH7" e "A Black Box".

Como curiosidade, tens as duas versões (o PH procedeu a uma “correção”...) da ópera "The Fall of the House of Usher", inspirada na obra homónima de Edgar Allan Poe.

O principal "problema" da obra do PH é que funciona como um livro, em que cada álbum é, de certa forma, um novo capítulo que prolonga o anterior. Um "work in progress", musical e poético ímpar nos tempos de hoje, que já dura há 30 anos! (na Mojo, poem o tipo ao nível do Zappa e do...Picasso e chamam-lhe o maior génio da música inglesa do último século!).
Entrar a meio pode causar uma certa perplexidade.

JEFFERSON AIRPLANE: "After Bathing at Baxter's", "Surrealistic Pillow" e "Crown of Creation".

O "Banana Moon" é bom, no capítulo das excentricidades desbragadas. Tens também o "N'Existe Pas" e o mais recente e delicioso "Now is the Happiest Time of our Lives".

FM

02/03/2018

Yes, Pauline Oliveros...


Fernando Magalhães
21.01.2002 160425

Só para sair um pouco desta modorra... :)

Já não sei quem é que me perguntou qualquer coisa sobre um CD da PAULINE OLIVEROS com (?) os DEEP LISTENING BAND.

Confesso que não sou grande fã da senhora...dos discos que ouvi dela, se não estou em erro, na New Albion, não retive a ideia de uma música excepcional...

Em relação aos DEEP LISTENING BAND, lembro-me de ter achado alguma piada a um álbum, também na New Albion, julgo eu, gravado no interior de uma cisterna, para tirar partido da ressonância e das excepcionais condições acústicas...

Sobre o "Fragile", dos YES. Sem ser dos melhores álbuns dos YES (7,5/10, mesmo assim...) tem o tal "Heart of the Sunrise"...
Mas os YES nunca foram a minha banda "prog" preferida, embora tenha todos os álbuns deles até ao "Tormato" e dois CDs mais recentes, o vol. 2 do "Keys to Ascension" - 7/10 (via "o vendedor"...) e o "The Ladder" (6,5/10).

Quanto aos que valem a pena:

"YES" - 7,5/10 - canções pop prog psych
"Time and a Word" - 8/10 - idem, c/arranjos mais sofisticados
"The Yes Album" - 9/10 - um excelente complemento para fúria energética dos KING CRIMSON
"Close to the Edge" - 9/10 - clássico do Prog. A música popular aliada ao (bom) pretensiosismo.
"Tales from the Topographic Oceans" - 9/10 Mais ainda aqui. Há quem ache excessivo. Para mim é a obra magna dos YES - mas necessita de muitas e muitas audições para se penetrar neste mantra de múltiplas dimensões...
"Relayer" - 8,5/10 - A guitarra de Steve Howe em delírio, na longa suite do lado um - um portento!...Pena Jon Anderson já estar neste álbum apanhado na teia tecida por Vangelis...
"Going for the One" - 7,5/10 - álbum de manutenção, com o "clássico""Awake/Awake" a destacar-se.
"Tormato" - 7/10 - OVNIS com fartura e um tema "infantil", mas mágico, de Jon Anderson sobre o circo (é deste álbum ou do anterior, já não estou certo...
:) )

FM

Fernando Magalhães
21.01.2002 180628
quote:


Publicado originalmente por rat-tat-tat

Claro que agradeço sugestões! :) Ainda são audições muito fragmentárias e gostava de encontrar um certo sentido e coerência evolutiva (by the way: consegues-me definir "música concreta" em poucas palavras?)

Daqueles nomes acima referidos gosto de todos, embora já tenha ficado "pasmado" com um tema do Steve Reich, em que a estrutura é apenas constituída pela repetição da expressão "come out" (se não estou em erro!), com pequenas nuances e acelerações. Pareceu-me um daqueles casos de experimentação que não leva a lado nenhum.

E qual é o ponto de contacto dos Negativeland, com tudo isto?

tat



Vamos por partes :)

O termo "música concreta" (musique concrète, como costuma ser designada...) foi inventado pelo compositor francês Pierre Schaeffer e surge na sequência da escola serialista de Viena (Webern, Weber...) aplica-se a uma música eletro-acústica construída a partir (mas não só...) de sons "concretos", leia-se naturais (objetos, água, vozes humanas, sons de animais, etc) tratados eletronicamente.
O prolongamento natural da música concreta é a chamada música acusmática, em que os elementos sonoros provenientes de fontes que não os instrumentos musicais convencionais, já não são imediatamente identificáveis (samples, tapes, programas, etc).

O STEVE REICH tem álbuns excecionais, mas que exigem um tipo de escuta "diferente": Recomendo especialmente o "Music for 18 Musicians", editado na ECM. O minimalismo na sua essência mais nobre: uma música "multiplicadora de músicas", capaz de provocar em quem a ouve a audição de harmonias e sons que não estão (ou estarão?...) presentes materialmente no som executado. A experiência pode ser exaltante. Lembro-me de um concerto inolvidável, aqui há uns anos, na Gulbenkian, com música de S. Reich (em que o próprio esteve presente, se não me engano). Uma das peças, para seis pianos verticais, criava no auditor uma verdadeira "sinfonia" de músicas sobrepostas!!!

Quanto aos NEGATIVLAND...não têm rigorosamente nada a ver com estes universos musicais. O tipo de estética baseado em colagens que praticam terá mais a ver com um equivalente em banda-desenhada + pop eletrónica + sarcasmo, dos Residents ou dos percursores Frank Zappa e Faust. Os Negativland não pertencem a mundo da música erudita mas, pelo contrário, ao que de mais fundo e paradoxal existe no mundo da música popular - que a cada momento se encarregam de denunciar, desmistificar e sabotar. "car Boooooooooooob" (de "Escape from Noise")- BUUUMMMM!!!!

saudações

FM

Fernando Magalhães
21.01.2002 190707
O "Escape from Noise" é um disco chave dos anos 80.

O "Helter Stupid" é notável a nível do conceito (conheces a história? É sobre o pretenso massacre provocado por um jovem na sequência da audição de mensagens subliminares contidas num tema de "Escape...", "Christianity is stupid". O grupo divulgou a falta notícia e, claro, os media engoliram-na como verdadeira, lançando de imediato opiniões sobre os malefícios da música rock sobre a juventude, que estava provada a sua influência perniciosa nas mentes jovens, etc, etc, etc.

Infelizmente a música nunca consegue estar ao nível da mensagem. Nem sequer fiquei com este álbum!

FM

17/12/2014

Yesss! [Yes]



MÚSICAS

LENDA DA MÚSICA PROGRESSIVA ATUA NO PORTO E EM LISBOA

YESSS!

OS YES, UM DOS EMBLEMAS DA MÚSICA PROGRESSIVA DOS ANOS 70, ATUAM PELA PRIMEIRA VEZ EM PORTUGAL. O PÚBLICO FALOU COM O VOCALISTA DO GRUPO, JON ANDERSON, O OTIMISTA POR EXCELÊNCIA. PRESTES A ATINGIR-SE O NOVO MILÉNIO OS YES VOLTAM A ESTAR “CLOSE TO THE EDGE”.

PARA JON Anderson o mundo é um local aprazível. Desde sempre líder espiritual dos Yes, o cantor afirma com otimismo que “é importante fazer da vida uma aventura”. A aventura dos Yes ainda não terminou.
            PÚBLICO – “The Ladder” é um bom álbum para os conhecedores dos Yes. E para as gerações mais novas que nunca ouviram falar do grupo?
            Jon Anderson – Estão sempre a aparecer novas pessoas a ouvir a nossa música. As que gostam dos nossos discos dos anos 70 apercebem-se que “The Ladder” segue o mesmo estilo. É um álbum clássico.
            P. – Esses que gostavam dos Yes dos anos 70 sentiram-se chocados com a entrada para o grupo, na década seguinte, dos dois elementos dos Buggles. Não foi uma mudança contra-natura?
            R. – Foi mais uma estratégia comercial do que outra coisa, quando a editora percebeu que tinha em mãos um “hit” potencial, com o álbum “90125”. Eu queria fazer uma coisa diferente mas o resto do grupo rendeu-se às pressões da editora para a qual o importante era repetir o êxito do single “Owner of a lonely heart”. A indústria quer o artista perfeito! Acabei por compensar a insatisfação com a gravação de “Anderson, Bruford, Wakeman and Howe” e com as colaborações com Vangelis.
            P. – Nos dois volumes de “Keys to Ascension” e em “The Ladder” chamaram outra vez Roger Dean para fazer as capas. Era mesmo necessário?
            R. – Foi um “feeling”. Há cinco anos o Roger andava a trabalhar em “computer art”, técnicas pelas quais eu sempre me interessei. No caso dele as habituais cenas voadoras, as paisagens, funcionam muito bem desta forma. Em relação a “The Ladder” quis um conceito alargado que funcionasse também em vídeo. Mas, uma vez mais, a editora não tinha a mesma opinião… Optei então por um jogo de computador com base no tema “Homeworld - the ladder”. Está a ser um êxito.
            P. – O tema dessa faixa – uma antiga civilização em demanda de um lar – é muito semelhante ao do seu primeiro álbum a solo, “Olias of the Sunhillow”, de 1976. Estava a pensar nele quando idealizou o argumento?
            R. – É um jogo muito “state of the art”, numa linha de ficção-científica que vai, de facto, na sequência de “Olias the Sunhillow”. Aliás, estou a pensar gravar a segunda parte desse álbum. E talvez até uma terceira. Uma trilogia que provavelmente acabarei quando tiver 80 anos (risos).
            P. – É verdade que o título do álbum se inspirou numa exposição de arte onde John Lennon e Yoko Ono estavam presentes?
            R. – É apenas uma das histórias. Alan White, o nosso baterista, tocou com Lennon na época de “Imagine”. Conta-se que nessa exposição John Lennon subiu umas escadas para espreitar por uma lente apontada a um ponto minúsculo. Sobre o ponto podia ler-se “Yes”. Eu diria que “a escada” é a escada que conduz ao sucesso, na música como na vida. Estamos sempre a subir escadas na tentativa de nos tornarmos pessoas melhores.
            P. – Foi sempre o místico, o ecologista dos Yes. Os outros músicos partilhavam os seus ideais?
            R. – Mais ou menos… Estivemos muito próximos durante um certo período mas depois, como acontece em todos os grupos, cansámo-nos uns dos outros. Separámo-nos e voltámos a juntar-nos umas quatro vezes! Não é natural quando se passa mais tempo com os músicos do que com os nossos filhos, com a família. Toca-se na estrada, grava-se um disco, regressa-se à estrada. As pessoas dizem que é um modo de vida fantástico. Não é. Fazemo-lo porque queremos mostrar o nosso trabalho às pessoas. Em termos financeiros até compensa mas em termos artísticos fica-se completamente vazio.
            P. – Fiz-lhe a pergunta porque em “Relayer” só conseguiu cantar quase no fim do primeiro lado do disco, em “The gates of delerium”…
            R. – Mas esse tema foi inteiramente composto por mim! É um libelo contra a guerra. Detesto a guerra, é uma coisa estúpida. Mas a luz brilhará em breve… Um equilíbrio entre o Yin e o Yang. “The gates of delerium” joga com estas energias, um combate entre forças opostas.
            P. – Por falar em forças opostas, o que é que sentiu quando trabalhou com Robert Fripp, num álbum dos King Crimson, “Lizard”? Fripp é um homem bastante interessado pelas energias mais escuras e negativas…
            R. – Talvez seja necessária a presença tanto da luz como da escuridão para haver realidade. Os Yes foram sempre uma força positiva. Quem nos vir tocar ao vivo perceberá que continuamos a dizer e a ser “Yes”. Não jogamos jogos. Não tive qualquer tipo de relação com Robert Fripp, cantei e ponto. Três anos mais tarde toquei com eles tamborim, muito mal, diga-se de passagem… Depois disso ele tornou-se uma pessoa com quem é muito difícil falar.
            P. – Na sua obra a solo aproximou-se da música sul-americana, em “Deseo”, e da música céltica, em “The Promise Ring”. O que significaram estas duas incursões na “world music”?
            R. – Procuro passar pelo maior número possível de experiências musicais, não ficar preso a um determinado estilo. Cantei música irlandesa, sul-americana e até em português – não muito bem (risos) – em “Deseo”. Procuro tocar em diferentes pessoas e povos. É importante fazer da vida uma aventura. E estar apaixonado pela minha mulher, Jane.
            P. – A sua mulher que parece ter desempenhado um papel importante noutro dos seus álbuns a solo, “Earthmotherearth”. Nota-se esse estado de paixão…
            R. – Casámo-nos numa ilha do Pacífico, vivíamos junto ao oceano, a milhares de quilómetros longe de tudo. A única coisa que tinha comigo era um computador e foi com ele que fiz o álbum. Gravei os sons do jardim, o som dos pássaros…
            P. – Os Yes voltarão alguma vez a gravar longos temas de 20 minutos como fizeram em “Tales from Topographic Oceans”?
            R. – Absolutamente! O próximo álbum será um longo “opus” com uma hora de duração.
            P. – Prestes a atingir-se um novo milénio, os Yes estão, como estiveram há 30 anos atrás, “close to the edge” (título de um dos álbuns mais conhecidos do grupo)?
            R. – “Close to the edge”, à beira da realização. “Close to the edge”, à beira da compreensão. É tudo o que tentamos fazer.

YES
PORTO Coliseu, dia 23, 4ª, às 21h30.
Bilhetes entre 3500$00 e 5500$00
LISBOA Pavilhão Atlântico, dia 24, 5ª, às 21h30.
Bilhetes entre 4000$00 e 5000$00


ARTES | sexta-feira, 18 fevereiro 2000

19/03/2011

Yes - The Ladder

Sons

12 de Novembro 1999
POP ROCK

Yes
The Ladder (7)
Eagle, distri. Música Alternativa

Nos anos 70 e na óptica dos 80, os Yes tinham um grave defeito: sabiam tocar bem os seus instrumentos. Para os punks era ofensivo, sobretudo quando se pretendia facturar recorrendo a todos os expedientes e a música passava para um plano secundário. Lançava-se o argumento da energia, mas mesmo aí a energia que os Yes produziam em dez segundos era superior ao que uma banda punk conseguia suar durante uma carreira inteira. Foi então, quando os Buggles entraram para o grupo, numa tentativa desesperada de modernização do som, que o caldo entornou. Os Yes nem eram os “velhos” capazes de satisfazer os velhos fãs, nem uma nova banda capaz de agradar às gerações mais novas. Os anos 90 assistiram à reentrada do grupo na sua música de sempre, graças à edição dos dois volumes duplos de “Keys to Ascension”. “The Ladder” prossegue o reatamento de uma via precocemente interrompida. Com a formação clássica composta por Jon Anderson, Steve Howe, Chris Squire e Alan White, neste disco aumentada por um segundo guitarrista, Billy Sherwood, e pelo teclista Igor Khoroshev, os Yes conseguiram a proeza de dar frescura a uma música que insiste em permanecer viva à entrada do novo milénio. Jon Anderson continua a cantar como um andrógino, Howe e White respiram saúde, enquanto o novo teclista se apossou do estilo dos seus antecessores, Rick Wakeman e Patrick Moraz. Longas viagens interplanetárias instrumentais, o misticismo do costume e uma homenagem a Bob Marley (“The message”) não envergonham, antes reciclam, um passado ilustre. Até a capa é de Roger Dean.

15/07/2009

Steve Hackett - Genesis Revisited + Yes - Open Your Eyes

Sons

16 de Janeiro 1998
DISCOS – POP ROCK

Steve Hackett
Genesis Revisited (7)
Reef, import. Planeta Rock

Yes
Open your Eyes (7)

Eagle, import. Planeta Rock

Steve Hackett, guitarrista da época de ouro dos Genesis, resolveu passar revista a algumas das canções da sua antiga banda, convocando para tal um grupo de amigos conotados com o progressivo, como John Wetton, Ian McDonald e Paul Carrack, além de Colin Blunstone, que nos anos 60 fizera parte dos Zombies. “Watcher of the skies”, “Firth of fifth”, “I know what I like”, “Fountain of Salmacis” e “For absent friends” são algumas das canções dos Genesis que a guitarra e as orquestrações de Hackett transformaram, com sucesso, em matéria de recriação. Quanto aos Yes, depois de dois duplos álbuns com material ao vivo e novos originais de estúdio, regressaram ao que sempre foram, assumindo o seu lado sinfónico, agora mais do que nunca como suporte das vocalizações, cada vez mais espirituais e ecológicas, de Jon Anderson. Com os velhos companheiros Steve Howe, Chris Squire e Alan White, e o novo teclista Billy Sherwood. O tema de abertura, “New state of mind”, sintetiza a alegria recuperada pelo grupo, cuja música pareceu ter ganho uma nova frescura e um apelo mais pop do que nunca (não faltam em “Open your Eyes” canções para assobiar…), numa altura em que deixou de ser vergonha ter colaborado nos excessos visionários dos anos 70.

08/11/2008

Yes - Talk

Pop Rock

27 ABRIL 1994
ÁLBUNS POP ROCK

Yes
Talk
Victory, distri. Polygram

Sim, os Yes já foram um grupo importante, por volta, deixem cá lembrar-me, de meados da década de 70. Hoje são uma caricatura do que foram, mas parecem não dar por nada. Jon Anderson, o vocalista da voz angelical, prossegue imperturbável a sua caminhada em direcção ao céu. “Higher and higher”, como ele continua a escrever nas letras das canções. Seguem com ele outros dois companheiros dos primeiros tempos, Chris Squire, no baixo, e Tony Kaye, no órgão Hammond (outro anacronismo), de regresso após a interrupção de Rick Wakeman. Os outros são Alan White, baterista também já velhote, e Trevor Rabin, um dos Buggles que se deu bem com o “rock sinfónico” e pelos Yes se ficou, na guitarra e teclados.
Não se pode dizer que “Talk” seja um mau disco. É sobretudo um disco inútil. Dá ideia que os Yes andaram a ouvir toda a anterior discografia, recolheram os elementos típicos de uma música que resultou em obras incontornáveis dos anos 70 (“Close to the Edge”, “Tales from Topographic Oceans”, “Relayer”, por acaso os das famosas capas de Roger Dean), juntaram tudo numa misturadora e despejaram o resultado no disco. Ou seja, “Talk” apresenta o som característico dos Yes, mas como se fosse o menor múltiplo comum. Uma média matemática destituída da vida que animava aqueles álbuns. Falta-lhe o fôlego das boas canções – mesmo assim “Real love” e “Walls” são capazes de pegar nas estações FM americanas – e, no capítulo instrumental, sente-se a falta de um grande guitarrista chamado Steve Howe.
A faceta mais cósmico-lamechas de Anderson, que lhe foi incutida por Vangelis, aparece em “Where will you be”, e os quinze minutos de “Endless dream” chegam para fazer as delícias dos nostálgicos da música progressiva. Com um novo e colorido logotipo e Anderson a não dar mostras de querer parar nos tempos mais próximos, somos capazes de ter Yes para mais uns 20 anos. Yes? Não! (4)

11/10/2008

Yes - Union

Pop Rock

8 MAIO 1991

YES
Union
LP/MC e CD, Arista, distri. BMG

A história conta-se em poucas palavras. O espírito dos Yes fora apartado da lendária designação. Motivos: a saída de Chris Squire, dono da patente, digamos assim, de um simples, mas precioso, “Sim”, que, por capricho ou má disposição, impediu os outros de usarem. É um bocado a história de Vítor Rua versus GNR. Assim, Jon Anderson, Bill Bruford, Rick Wakeman e Steve Howe continuaram, mas só com os nomes próprios. Entretanto, sob a influência das vibrações pacifistas da “nova idade” e por um misterioso encadeamento de coincidências, deu-se a união das duas facções, daí o título do disco. Para não ferir susceptibilidades, ninguém ficou de fora. Aos quatro nomes já citados juntaram-se os de Squire, Tony Kaye (da formação original dos Yes), Trevor Rabin e Alan White, o que na prática significa que o grupo passou a ter dois teclistas (Wakeman e Kaye), dois percussionistas (Bruford e White) e dois guitarristas (Howe e Rabin). De notar que, para uma daquelas especialidades foram ainda convocados mais cinco ou seis músicos de estúdio… Quanto à música, nada mudou desde os tempos de “Close to the Edge” e “Tales from Topographic Oceans” – as mesmas vocalizações andróginas de Jon Anderson, o misticismo dos temas (agora enfeitados com uns toques de “modernidade”), servidos a preceito e como montra para cada músico exibir as suas habilidades. Até a capa é assinada por Roger Dean. Disco inofensivo, mesmo a calhar para todos aqueles que não repararam na passagem dos últimos vinte anos. **