21/03/2018

Eu: crítico de jazz



Fernando Magalhães
15.03.2002 180615

Calma aí, gente!

Calma, Timmy!

Calma.

Já estão calmos? Good.

Bom. Em primeiro lugar. Não sou, nunca serei, nem pretendo ser crítico de jazz, da mesma maneira que não me considero crítico de rock, pop, eletrónica, experimental, seja lá o que for.

Sou apenas alguém que gosta de música, é viciado em música e já ouve música há muitos e muitos anos. Com uma certa apetência pelas sonoridades mais bizarras ou "outside" (para utilizar uma termo caro a uma certa gíria do jazz...

A minha relação com o jazz está longe de ser a de um jazzófilo típico. Normalmente gosto dos discos de jazz que escapam ao jazz-jazz, preferindo amiúde, em cada intérprete, obras que saem do seu discurso mais habitual. Com exceções, claro.
Há "obras-primas", ou pelo menos assim consideradas mais ou menos unanimemente pela crítica especializada, às quais sou completamente indiferente. Ou vice-versa. Adiro emocionalmente a outras que o jazzófilo conhecedor despreza.

Só recentemente, muito em virtude de carradas de Cds de jazz trazidas de "o vendedor", é que o meu entusiasmo pelo jazz - um certo jazz, atenção! - disparou em flecha.

Em certa medida, e por outro lado, poderei dizer que não sou eu que estou a fazer a vénia ao jazz (procurando tornar-me o expert que não sou nem tenciono nem tenho interesse em ser) mas antes - é curioso - uma adaptação, ou ajustamento de um certo jazz à minha própria personalidade, como amante de música.

Sei, já me disserem, e dá para perceber, que no jazz, como noutros géneros musicais, existem lobbies. Estou-me nas tintas! Gosto de jazz mais recente como gosto de jazz mais antigo. Por ex. Descobri Duke Ellington através de um dos seus discos menos típicos: "The Afro-Eurasian Eclipse". Mais recentemente, descobri outro grande pianista, através de uma gravação de 1949: LENNIE TRISTANO.

Da mesma maneira. gosto de alguma fusão (os primeiros WEATHER REPORT, CHICK COREA, BILLY COBHAM, MAHAVISHNU ORCHESTRA/SHAKTI...) e de jazz contemporâneo (MYRA MELFORD, BOBBY PREVITE, mesmo os...CHICAGO UNDERGROUND TRIO...).

Não procuro ser sistemático (como sou, por ex. com a folk...). É puro prazer auditivo que me guia. O resto vem por acréscimo.

Sem mais, por agora, subscrevo-me respeitosamente

Fernando Magalhães

PS-O Júlio Alvarez pediu-me para informar que recebeu material novo de Singapura.

Michel Redolfi: "Appel d'Air"



Fernando Magalhães
14.03.2002 170500

MICHEL REDOLFI é um dos mais notáveis compositores da nova escola de música eletrónica francesa, sediada no INA-GRM ("Institut Nationale Audiovisuel - Groupe de Recherches Musicales"), de François Bayle.

"Appel d'Air", sobre o qual já escrevi há alguns anos no SONS é uma obra notável nos domínios da eletroacústica.

Três peças, uma delas inspirada na pintura de Henri Matisse, apresentam uma música verdadeiramente pictórica em que o som assume a forma de um caleidoscópio de múltiplas cores e cambiantes.

Harpas de chuva, ventos de cristal, átomos dançantes, brisas da selva, conversas longínquas e incompreensíveis ao fim da tarde, neblinas pintadas pelo sol. São algumas das imagens sugeridas por esta obra onde o som é esculpido até ao mínimo detalhe. A audição chega a ser alucinatória. (Laia, o produto que me vendeste é excecional!)

FM

Mingus: Obra-prima absoluta



Fernando Magalhães
13.03.2002 190707

CHARLES MINGUS: The Black Saint and the Sinner Lady (Impulse, 1963)

A alma de Mingus em chaga. Obra de fôlego (os quatro temas formam um todo único, em constante mutação mas sustentados por uma tónica constante), é uma catedral em chamas, sopros ora obsessivos ora raivosos, momentaneamente apaziguados pelo piano ou uma frase mais serena, mas não menos interventiva, do contrabaixo.

Ouvir este disco permite ainda perceber onde ficou presa a alma de muitos músicos mais novos. Barry Adamson, por exemplo...

FM

Soul Center 3



Fernando Magalhães
12.03.2002 190752

Recebi finalmente o CD.

Primeiras impressões:

- a fórmula é idêntica à do álbum anterior, recorrendo, desta feita, em 3 dos temas, a samples de Isaac Hayes e de uma banda de soul meio chunga, os Silver Convention, se não estou em erro.

- a música parece-me, no entanto, mais minimalista e...matemática, como se o disco se quisesse aproximar, ou tentasse encontrar uma solução de compromisso com os discos assinados em nome próprio, como Thomas Brinkmann.

- som fabuloso. Numa das faixas o som vem de lado, totalmente fora das colunas. Pura arquitetura sónica, jogando com o espaço.
Noutra faixa, ouve-se um som baixo como se fosse uma mancha de tinta auditiva a espalhar-se pelo corpo e pelo cérebro. O termo "visceral" aplica-se aqui com toda a propriedade. Não se trata de uma batida mas de uma poça, um charco de baixas frequências.

- A tecno continua a ser o veículo privilegiado, mas o groove diversifica-se, entrando por múltiplas direções, umas mais sofisticadas do que outras, mas sempre sem perder a inconfundível capacidade de arrastar o ouvido e o corpo atrás do ritmo. Neste aspeto, TB continua imbatível.

- Dá-me a ideia, no entanto, de ser um disco menos orgânico, ou menos espontâneo, que o anterior. Todo o edifício sonoro parece erguer-se de forma mais calculista. Ainda aqui, um parentesco com a música de...Thomas Brinkmann.

FM

Peter Blegvad



Fernando Magalhães
04.03.2002 140232  

Antes de me "lançar" na "polémica" que parece estar a esboçar-se, sobre a relevância de grande parte de concertos da nova eletrónica...

...não posso deixar de recomendar a audição de "The Naked Shakespeare", de Peter Blegvad (1983, ed. Virgin), que voltei a ouvir hoje de manhã.

Um álbum POP clássico que comprova a importância de P. Blegvad, como compositor e letrista.
A produção é de Andy Partridge, dos XTC, que também participa em várias faixas do disco (Familycat, suspeito que deverás gostar bastante, partindo do princípio que ainda não o ouviste...).

Entre uma pop excêntrica e momentos de puro surrealismo freudiano ("Irma"), o destaque vai para uma das grandes canções dos anos 80: "Powers in the air", um falso-blues eletrónico com uma das linhas de sintetizador mais discretas mas eficazes que alguma vez ouvi.

Volto a aconselhar a audição urgente de "Jodoji Brightness", do saxofonista Peter Apfelbaum com os Hieroglyphics Ensemble. O swing do tema "The hand that signed the paper" é assombroso. Para quem gosta de Lounge Lizards, Jazz Passengers, Ken Vandermark, etc, é imperdível!

FM
de partida para o almoço

DAT Politics: Impressões sobre o concerto



Fernando Magalhães
01.03.2002 150346

1 - Os DAT Politics transformaram-se, de facto numa banda pop (suspiro...) francesa...
Devia ter ficado calado e nunca ter mandado a "tal" piada...

2 - Os DAT Politics fizeram na ZDB uma música...divertida. O que era a última coisa que eu esperaria achar de um concerto deles...

3 - Os DAT Politics são, hoje, uma banda igual a muitas outras. Andaram a ouvir os discos da Stora, tornaram-se amigos do Felix Kubin e tudo isso se refletiu num aligeiramento e maior acessibilidade da sua música.

4 - Os DAT Politics distinguem-se, porém, por tocarem de facto e de sugerirem um verdadeiro entusiasmo pela música que fazem. Há um swing eletrónico constante, a par do sentido de humor e de um tipo interessante de virtuosismo nos laptops.

5 - Os DAT Politics foram no concerto da ZDB uma banda marcada pela música dos anos 80. Caixas-de-ritmo, beat ora industrial ora electropop. Sequências de "Radio Activity" dos Kraftwerk, citações aos New Muzik, Automatic Kids, Cabaret Voltaire e, sobretudo, aos Tubeway Army, de Gary Numan, o qual, parecendo que não, se está a tornar uma espécie de guru do tal "nouveau Disko"...

6 - Os DAT Politics obrigam-me, enfim, a procurar noutras latitudes a indispensável dose de aventura e desconhecido. Já temos a "famosa banda pop francesa". Falta olhar para o escuro, onde em geral se esconde e prepara o futuro.

FM

Mahavishnu Orchestra



Fernando Magalhães
28.02.2002 150305

Da MAHAVISHNU ORCHESTRA, os dois melhores álbuns são sem dúvida o "The Inner Mounting Flame" e "Birds of Fire".
Sobre a banda, já houve quem desse as dicas necessárias.

Acrescento que, muito antes do "Miami Vice" (blargh), o JAN HAMMER se estreou a solo, ainda nos anos 70, com um álbum muito bom, "The First Seven Days", sobre os sete dias da criação.

Ainda da Mahavishnu: Foi editado recentemente aquele que seria o disco seguinte a "Birds of Fire" e que na altura acabou por não sair, devido a desinteligências entre o grupo. Refiro-me a "The Lost Trident Sessions" (título, obviamente, diferente do original...). Muito boa música, num álbum, para todos os efeitos, acabado e pronto a ser lançado no mercado.

Todos estes CDs, mais "Apocalypse" (c/ orquestra) e "Visions of the Emerald Beyond" estão disponíveis em edições remasterizadas a "nice price", na FNAC, VC, etc...

"O vendedor" tem lá o "The Inner Mounting Flame", mas na versão mais antiga, não remasterizada.

Finalmente, aconselho um extraordinário álbum de fusão, assinado pelo então baterista da Mahavishnu Orchestra: "Crosswinds", de BILLY COBHAM. Existe em versão digipak na série Atlantic Masters.
O anterior, "Spectrum", também vale a pena.

Qualquer dia envio para aqui uma lista : ) de álbuns de fusão recomendáveis...

FM

15/03/2018

Roxy Music



Fernando Magalhães
22.02.2002 140208

Os cinco primeiros álbuns são essenciais.

ROXY MUSIC (9/10)
FOR YOUR PLEASURE (10/10)
STRANDED (9,5/10)
COUNTRY LIFE (8/10)
SIREN (8,5/10)

Da segunda fase, já não gosto tanto...

Ah, sim, e o álbum ao vivo dos anos 70, vale pela fenomenal (repito, FENOMENAL, superior à versão de estúdio contida no "For your Pleasure") versão de "In every dream home, a heartache" - história de um homem apaixonado pela sua boneca insuflável...espantosa declaração sobre o vazio de uma certa vivência burguesa (Hollywood, Hollywood...) servida por uma tema musicalmente obsessivo (na versão ao vivo, ainda mais) que culmina na frase: "I blow up your body, but you blew my mind!"

FM

Os meus discos de jazz


Fernando Magalhães
22.02.2002 140250

Isto nos últimos tempos mais tem parecido um FORUM JAZZ! :). Assim, eis a lista dos meus CDs de jazz ou de música que anda lá (bastante) perto.
Devo dizer que, por norma (há exceções, claro) gosto mais dos discos que, por uma razão ou por outra, são "híbridos", em que o jazz é contaminado/pervertido/desviado/miscigenado, escapando amiúde à lógica mais típica do seu autor.

Assim, temos (ou melhor, tenho):


JAZZ/JAZZ ROCK/FUSÃO

ABDULLAH IBRAHIM

1568 - Ekaya (Black Hawk, 1987) 8/10
0148 - Mantra Mode (Tiptoe, 1991) 8/10

AL DI MEOLA

0516 - Land of the Midnight Sun (Sony, 1976) 7,5/10

ALICE COLTRANE

3166 - Ptah, The El Daoud (Impulse, 1970) 8/10

APARIS

1783 - Aparis (ECM, 1990) 7,5/10
0344 - Despite the Fire-Fighters’ Efforts (ECM, 1993) 8/10

ARCHIE SHEPP

0836 - On this Night (Impulse, 1966) 8/10
1493 - The Way Ahead (Impulse, 1968) 9/10
0776 - Things have got to Change (Impulse, 1971) Não deixem de ouvir este, apreciadores de A. Shepp! 9,5/10
0977 - Little Red Moon (Soul Note, 1986) 8/10

BEAU HUNKS (THE)

1169 - Celebration on the Planet Mars, A Tribute to Raymond Scott (Basta, 1994) 9/10
1108 - Manhattan Minuet (Basta, 1996) 9/10
2507 - The Beau Hunks Saxophone Soctette (Basta, 1999) 8,5/10

BILL BRUFORD’S EARTHWORKS

0366 - Earthworks (Editions EG, 1987) 7,5/10

BILLIE HOLIDAY

1541 - Lady Sings the Blues (Verve, 1956) 7,5/10

BILLY COBHAM

3320 - Spectrum (Atlantic, 1973) 8,5/10
0046 - Crosswinds (Atlantic, 1974) 9/10

BOBBY HUTCHERSON, CRAIG HANDY, LENNY WHITE, JERRY GONZALEZ

1434 - Acoustic Masters II (Atlantic, 1994) 8/10

BOBBY PREVITE

1152 - Music of the Moscow Circus (Gramavision, 1990) 8/10
1232 - Hue and Cry (Enja, 1994) 8/10

CARLA BLEY

0720 - Escalator over the Hill (c/Paul Haines) 2xCD (JCOA, 1971) 8,5/10
0630 - Tropic Appetites (Watt, 1974) 9,5/10
0474 - Dinner Music (Watt, 1977) 8/10
0453 - Musique Mecanique (Watt, 1979) 10/10
0601 - Social Studies (Watt, 1981) 9/10
1773 - The very Big Carla Bley Band (Watt, 1991) 8/10

CENTIPEDE

2917 - Septober Energy 2xCD (BGO, 1971) 8/10

CHICAGO UNDERGROUND TRIO

0186 - Possible Cube (Delmark, 1999) 7/10

CHICK COREA

0306 - Return to Forever (ECM, 1972) 7/10
3242 - The Leprechaun (Verve, 1975) 7/10
0973 - Again and again (The Joburg Sessions) (Elektra, 1983) 7,5/10

CHRIS McGREGOR’S BROTHERHOOD OF BREATH

2326 - Chris McGregor’s Brotherhood of Breath (Repertoire, 1971) 9/10

COLIN WALCOTT, DON CHERRY, NANA VASCONCELOS

1353 - Codona (ECM, 1981) 7,5/10
1457 - Codona 2 (ECM, 1981) 7/10
1366 - Codona 3 (ECM, 1983) 7,5/10

COLOSSEUM

0458 - Those who are about to Die Salute you (Essential, 1969) 8/10
2446 - Valentyne Suite (Essential, 1969) 8,5/10
2452 - Daughter ot Time (Essential, 1970) 7/10

DAVE HOLLAND QUARTET

3322 - Dream of the Eldest (ECM, 1996) 7,5/10

DAVID MURRAY TRIO

3286 - The Hill (Black Saint, 1988) 8/10
0717 - Ballads (DIW, 1990) 8/10 Dizem que o DM é o sucessor de Coltrane...

DEDALUS

1630 - Dedalus (Vinyl Magic, 1973) 8/10

DIANE LABROSSE

1985 - Face Cachée des Choses (Ambiances Magnétiques, 1995) 8/10

DUKE ELLINGTON

2118 - The Afro-Eurasian Eclipse (Fantasy/Original Jazz Classics, 1975) 8/10

EBERHARD WEBER

1221 - The Colours of Chloe (ECM, 1974) 8,5/10

EDWARD VESALA

1465 - Nan Madol (ECM, 1976) 8,5/10
1329 - Invisible Storm (ECM, 1992) 9/10

EMBRYO

1993 - We Keep on (Disconforme, 1973) 8/10

FELA ANIKULAPO KUTI

0981 - Beasts of no Nation (Shanachie, 1989) 8/10

GARY BURTON

1934 - Dreams so Real (ECM, 1976) 8/10

GRAHAM BOND

3098 - Holy Magick (BGO, 1970) 7/10
- We Put our Magick on you (1971) 7,5/10

HENRY COW

0017 - The Henry Cow Leg End (Recommended, 1973) 10/10
0605 - Western Culture (Broadcast, 1979) 8,5/10

HERBE ROUGE

3278 - Herbe Rouge (Legend Music, 1978) 7,5/10

HERBIE HANCOCK

3161 - Sextant (Columbia Legacy, 1973) 8/10
3258 - Head Hunters (Columbia Legacy, 1973) 8/10

HERMETO PASCOAL

1374 - A Música Livre de Hermeto Paschoal (Philips, 1973) 8/10
0569 - The Legendary Improviser (West Wind, 2001) 7,5/10

HUGH HOPPER BAND

2143 - Carousel (Cuneiform, 1995) 7/10

ISOTOPE

3215 - Isotope (See for Miles, 1974) 7/10
- Illusion (1974) 7/10
3216 - Deep End (Line, 1976) 7,5/10

ISOTOPE 217º

2268 - The Unstable Molecule (Thrill Jockey, 1997) 8/10
2392 - Utonian Automatic (Thrill Jockey, 1999) 7,5/10
2973 - Who Stole the I Walkman? (Thrill Jockey, 2000) 8/10

JACK BRUCE

3276 - Things We Like (Polydor, 1970) 7,5/10

JACK DeJOHNETTE’S SPECIAL EDITION

3321 - Special Edition (ECM, 1980) 8,5/10
3318 - Tin Can Alley (ECM, 1981) 8/10

JAN GARBAREK, BOBO STENSON, TERJE RYPDAL, ARILD ANDERSEN, JON CHRISTENSEN

0320 - Sart (ECM, 1971) 7,5/10

JAZZ PASSENGERS (THE)

1107 - Implement Yourself (New World, 1990) 8/10

JEAN DEROME

1996 - Carnets de Voyage (Ambiances Magnétiques, 1994) 8/10
1907 - Navré (Ambiances Magnétiques, 1995) 8,5/10
2596 - La Bête, the Beast within (Ambiances Magnétiques, 1996) 7,5/10

JEAN - LUC PONTY

2769 - King Kong (Blue Note, 1970) 8/10

JOE HENDERSON

1717 - Multiple (Original Jazz Classics, 1973) 8/10
0310 - The Elements (Original Jazz Classics, 1974) 8,5/10

JOHN ABERCROMBIE

3298 - Timeless (ECM, 1975) 7/10

JOHN COLTRANE

0954 - Giant Steps (Atlantic, 1956) 8,5/10
3172 - Blue Train (Blue Note, 1957) 8,5/10
3171 - A Love Supreme (Castle Pie, 1965) 8,5/10
3306 - Sun Ship (Impulse, 1965) 8,5/10

JOHN LURIE

0392 - Down by Law/Variety (Made to Measure, 1987) 7/10

JOHN McLAUGHLIN

1002 - Extrapolation (Polydor, 1969) 8/10
3270 - Where Fortune Smiles (BGO, 1971) 8,5/10
1775 - Inner Worlds (Columbia, 1976) 7,5/10

JOHN SURMAN

1551 - How many Clouds can you See? (Deram, 1970) 8/10
3261 - Tales of the Algonquin (Deram, 1971) 9/10
3227 - Westering Home (Future Music Legacy, 1972) 8,5/10
1431 - Upon Reflection (ECM, 1979) 8/10
1003 - The Amazing Adventures of Simon Simon (ECM, 1981) 8,5/10
3266 - Such Winters of Memory (ECM, 1983) 8,5/10
0995 - Witholding Pattern (ECM, 1985) 8/10
0682 - Private City (ECM, 1988) 7,5/10
0963 - Road to Saint Ives (ECM, 1990) 7,5/10

JOHN TAYLOR

2102 - Pause, and Think again (FMR, 1971) 7,5/10

JON HASSELL

2679 - Fascinoma (Water Lily Acoustics, 1999) 8/10

KEITH TIPPETT GROUP (THE)

0643 - You are here…I am there (Disconforme, 1970) 8/10
2918 - Dedicated to you, but you weren’t Listening (Repertoire, 1971) 8,5/10

LARS HOLLMER

1492 - XII Sibiriska Cyklar (Resource, 1981) 8/10
- Vill du Höra Mer (1982) 8/10
3102 - Tonöga (Resource, 1985) 8/10
- Fran Natt Idag (1985) 8/10
- Vendeltid (1987) 8,5/10
1487 - Live 1992 - 1993 (Victo, 1993) 8,5/10
1618 - Vandelmassa (Ayaa, 1994) 8/10

LOUIS SCLAVIS

2117 - Chine (IDA, 1987) 9/10
0734 - L’Affrontement des Prétendants (ECM, 2001) 7,5/10

LOUNGE LIZARDS (THE)

0422 - The Lounge Lizards (Editions EG, 1981) 7,5/10
0722 - Voice of Chunk (Milan, 1989) 8/10

MAHAVISHNU ORCHESTRA

0073 - Birds of Fire (Columbia, 1973) 9/10
0988 - The Lost Trident Sessions (Columbia Legacy, 1973) 8/10
0544 - Apocalypse (CBS, 1974) 7,5/10

MARC MOULIN

3175 - Sam Suffy (Counterpoint, 1975) 7/10

MARKUS STOCKAUSEN

1352 - Possible Worlds (CMP, 1995) 7/10

MARKUS STOCKAUSEN & GARY PEACOCK

1797 - Cosi Lontano Quasi Dentro (ECM, 1989) 7,5/10

McCOY TYNER

0170 - Sahara (Original Jazz Classics, 1972) 8,5/10
1349 - Atlantis (Milestone, 1975) 9/10

METROPOLE ORCHESTRA (THE)

2606 - Raymond Scott: The Chesterfield Arrangements, 1937-38 (Basta, 1999) 8,5/10

MICHAEL MANTLER

3027 - Movies (Watt, 1978) 8/10
- More Movies (1980) 8/10
3028 - Something there (Watt, 1983) 7,5/10
2052 - Alien (ECM, 1985) 7,5/10

MIKE GIBBS

3181 - Michael Gibbs (Deram, 1970) 9/10
2735 - Tanglewood 63 (Deram, 1971) 8,5/10
2458 - The only Chrome-Waterfall Orchestra (BGO, 1975) 9/10

MIKE WESTBROOK CONCERT BAND (THE)

1407 - Release (Deram, 1968) 8,5/10
2632 - Metropolis (BGO, 1971) 9/10

MILES DAVIS

0889 - In a Silent Way (Sony, 1969) 8,5/10

MILT JACKSON

1542 - Sunflower (CTI, 1973) 8/10

MUFFINS (THE)

0296 - Chronometers (Cuneiform, 1976) 8,6/10
3239 - Manna/Mirage (Wayside Music Archive Series, 1991) 8/10

MYRA MELFORD

1381 - Even the Sounds Shine (Hat Hut, 1995) 8,5/10
2612 - The same River twice (Gramavision, 1996) 8,5/10

NUCLEUS

1874 - Elastic Rock (BGO, 1970) 9/10
- We'll Talk about it Later (1971) 8/10

PASSPORT

3231 - Cross-Collateral (Atlantic, 1975) 7,5/10

PAT METHENY & LYLE MAYS

0860 - As Falls Wichita, so Falls Wichita Falls (ECM, 1981)
8/10

PAT METHENY (GROUP)

0639 - 80/81 2xCD (ECM, 1980) 7,5/10
0940 - Offramp (ECM, 1982) 8/10

PERIGEO

3178 - Azimut (RCA, 1972) 8/10
3174 - La Valle dei Templi (RCA, 1975) 8/10
0680 - Non è Poi Così Lontano (RCA, 1976) 6,5/10

PETER APFELBAUM

1125 - Jodoji Brightness (Antilles, 1992) 8/10
1894 - Luminous Charms (Gramavision, 1996) 8/10

PHAROAH SANDERS

1481 - Karma (Impulse, 1969) 8,5/10

PIERRE FAVRE ENSEMBLE

1264 - Singing Drums (ECM, 1984) 8/10

RABIH ABOU-KHALIL

1024 - Al-Jadida (Enja, 1991) 8,5/10
3323 - Blue Camel (Enja, 1992) 8/10

RANDY WESTON

0871 - Tanjah (Verve, 1973) 8/10
1909 - Self Portraits (Verve, 1990) 8/10
2034 - The Spirits of our Ancestors 2xCD (Antilles, 1992) 8,5/10
0998 - Khepera (Verve, 1998) 8/10

RAYMOND SCOTT

0496 - Reckless Nights and Turkish Twilights (Basta, 1949) 8/10

RETURN TO FOREVER

1953 - Light as a Feather 2xCD (Verve, 1973) 7/10
2162 - No Mystery (Polydor, 1975) 6/10
3264 - Romantic Warrior (Columbia, 1976) 7,5/10

SERGEY KURYOKIN

0402 - Some Combinations of Passion and Fingers (Leo, 1991) 8/10

SOFT HEAP

2642 - Soft Heap (Spalax, 1979) 7,5/10

SOFT MACHINE (THE)

0904 - Third (Columbia, 1970) 10/10
1634 - Fourth (Columbia, 1971) 8,5/10
1337 - Fifth (Columbia, 1972) 8/10
1338 - Six (Columbia Rewind, 1973) 8/10
0023 - Seven (Columbia, 1973) 7,5/10

SOLUTION

3251 - Solution (EMI-Bovema, 1971/1972) 7,5/10

SONNY ROLLINS

0770 - Next Album (Original Jazz Classics, 1972) 8,5/10

STAN GETZ & LIONEL HAMPTON

0844 - Hamp & Stan (Verve, 1955) 8/10

STAN GETZ & JOÃO GILBERTO

0716 - Stan Getz/João Gilberto (Verve, 1964) 8/10

STANLEY CLARKE

3160 - Stanley Clarke (Epic, 1974) 7/10

STEVE BERESFORD, DAVID TOOP, JOHN ZORN, TONIE MARSHALL

0353 - Deadly Weapons (NATO, 1986) 9,5/10

SUN RA

0663 - Black Myth/Out in Space 2xCD (MPS, 1971) 7,5/10

SUPERSILENT

2469 - Supersilent 4 (Rune Grammofon, 1998) 7/10

TAMIA & PIERRE FAVRE

1176 - Solitudes (ECM, 1992) 8/10

TERJE RYPDAL

1720 - Terje Rypdal (ECM, 1971) 8/10
3304 - Whenever I Seem to be Far away (ECM, 1974) 7,5/10
3267 - Odyssey (ECM, 1975) 8/10
0706 - Waves (ECM, 1978) 8,5/10
0573 - Chaser (ECM, 1985) 7,5/10
3324 - Blue (ECM, 1987) 7,5/10
3315 - Skywards (ECM, 1997) 7,5/10

TERJE RYPDAL, MIROSLAV VITOUS, JACK DeJOHNETTE

2816 - Terje Rypdal, Miroslav Vitous, Jack DeJohnette (ECM, 1979) 7,5/10

TONY WILLIAMS LIFETIME

3294 - (Turn it over) (Verve, 1970) 9/10

TRIO

2698 - Conflagration (BGO, 1971) 7,5/10

VANDERMARK FIVE (THE)

0399 - Target or Flag (Atavistic, 1998) 8/10

VLADIMIR ESTRAGON

1086 - Three Quarks for Muster Mark (Tip Toe, 1989) 8/10

WEATHER REPORT

2863 - I Sing the Body Electric (Sony, 1972) 8,5/10
3300 - Sweetnighter (Columbia Legacy, 1973) 8/10
3140 - Mysterious Traveller (Sony, 1974) 8/10
3289 - Procession (Columbia, 1983) 7,5/10

YOCHKO SEFFER

1727 - Ghilgoul (Musea, 1978) 7,5/10

ZAO

0768 - Z=7L (Musea, 1973) 7,5/10
3208 - Osiris (Musea, 1974) 7,5/10
1475 - Shekina (Musea, 1975) 8/10
1682 - Kawana (Musea, 1976) 8/10

FM
As classificações são, nalguns casos, intuitivas, uma vez que alguns destes discos já não os ouço há bastante tempo, enquanto outros ainda não os terei assimilado totalmente.

Jazz



Fernando Magalhães
20.02.2002 170556

Também eu estou a entrar em força no jazz, não tanto pelo free jazz mas mais pelo hard bop, estética na qual, aliás, prefiro ouvir o Coltrane...

Como houve quem falasse do ARCHIE SHEPP, aproveito para informar que o vendedor tem por lá o "Fire Music" com, entre outros, SUNNY MURRAY.
Fiquei, para já, com "The Way Ahead" e mais outro...

RANDY WESTON, PHAROAH SANDERS, McCOY TYNER, ABDULLAH IBRAHIM e SONNY ROLLINS são outros dos actuais "objectos" de pesquisa.

Sugiro também a descoberta na free music inglesa dos anos 60, princípios de 70. Das big bands de MIKE GIBBS e MIKE WESTBROOK aos fantásticos 2º e 3º álbuns de JOHN SURMAN (nada a ver com a música minimalista para a qual evoluiu nos discos que gravou para a ECM), respetivamente "How many Clouds can you See?" e "Tales of the Algonquin"., bem como, também produzido por ele e com a sua participação, "Pause, and Think again", do pianista JOHN TAYLOR.

Mas há mais, muito mais...

FM

Fernando Magalhães
21.02.2002 170535

"Soltas" de jazz...

1 - JOE HENDERSON é outro dos meus saxofonistas tenor preferidos.

2 - Do McCOY TYNER gosto bastante do "Atlantis"

3 - Fala-se muito do "A Love Supreme". Prefiro uma versão aumentada da mesma obra gravada ao vivo no festival de Antibes no mesmo ano (1965) em que foi gravado o disco original de estúdio, para a Impulse.
Aos menos de 30 min. da versão de estúdio respondeu o saxofonista (com a mesma formação) com cerca de quarenta e tal, de dilúvio emocional ao vivo.
Esta edição tem o selo Castle Pie e inclui ainda o tema "Impressions".

4 - Uma correção a uma mensagem lá mais para cima: ABDUL IBRAHIM é DOLLAR BRAND (nome artístico porque ficou conhecido este pianista sul-africano).

5 - Também gosto bastante do "karma", do Pharaoh Sanders

6 - Uma mania: Irrita-me um pouco o som do trompete. Com exceção de Miles Davis, são poucos os trompetistas de jazz que aprecio verdadeiramente. Uma exceção: MICHAEL MANTLER (uma mente mórbida, um excelente músico, companheiro habitual de Carla Bley).
Também DON CHERRY (nos CODONA, por exemplo).
MARKUS STOCKAUSEN, apesar de bastante cerebral e frio, é um bom compositor e adepto ferrenho da utilização da eletrónica no jazz.

7 - Mas pelo-me pelo som do vibrafone. De LIONEL HAMPTON a GARY BURTON, passando por MILT JACKSON ou BOBBY HUTCHERSON, eis uma sonoridade que, nos bons músicos, me envia para o espaço.

FM

Pensamentos sobre o rock - parte 2 (Victor Afonso)



Fernando Magalhães
19.02.2002 170559

quote:

Publicado originalmente por Victor Afonso

"Satie (ainda que as peças deste para piano pareçam brincadeiras de crianças).

Olá Victor

No essencial concordo com (quase) tudo o que escreveste. Com uma ressalva, porém, e sobre isto aproveito a frase sobre o Satie, com a qual não estou de acordo.

Prende-se então esta minha "dúvida" sobre o que é ou não complexidade. É que me parece redutor analisar esta conceito unicamente à luz da forma/estrutura/arquitetura musical de uma dada peça, ou seja, à matemática pura e simples.

Esta complexidade pode ser - e é-o muitas vezes - um vetor emocional, sentimental ou psicológico. Algo, apenas percetível ao nível da interpretação (não necessariamente técnica) ou da escuta subjetiva. Por isso cada maestro ou cada executante sentirá/interpretará a mesma peça musical de forma diferente.

Precisamente, no caso de Satie a complexidade não está na pauta propriamente dita mas na densidade emocional da sua música (o tipo era maçon, não o esqueçamos...).
Qualquer pianista de meia tijela, é verdade, conseguirá tocar AS NOTAS de uma Gymnopédie ou de uma Gnossienne mas poucos são os que conseguem fazer a transposição do universo interior contido na música do compositor.
Há versões absolutamente pindéricas e "light" da sua música.

Mas se ouvires a interpretação dos temas mais clássicos e conhecidos de Satie por um pianista como REINBERT DE LOWE (que conheci há muitos anos através do "Em Órbita") perceberás melhor o que quero dizer com esta outra forma de entender o termo "complexidade".
O jogo de tensões/silêncios, o modo como cada tecla é percutida (como se tivesse sido exigida uma vivência de anos, para o fazer...), modo como cada pausa é estendida revelam uma coisa difícil de atingir: sabedoria. De tal forma esta interpretação exigiu tudo do pianista que este voltou novamente às mesmas peças, cerca de 20 anos depois, como se a música de Satie continuamente lhe sugerisse a necessidade de aprofundar mais e mais a sua abordagem.
20 anos para tocar "peças que parecem brincadeiras de crianças" !!!????. Não me parece...

Da mesma forma, há peças clássicas tecnicamente extremamente complexas que contém uma enorme parcela de vazio...Ou seja, na prática não são complexas na medida em que o vazio nunca é complexo.
Um computador pode escrever uma peça formalmente mais complexa que qualquer humano, ao ponto de ser impossível a sua execução.

A música de BRIAN ENO é complexa? Que valor tem um álbum como "Discreet Music", por ex,, criado de forma aleatória por um sistema de produção sonora praticamente independente da componente humana? E, lá está, surpreendentemente, as sobreposições harmónicas dos vários loops postos "a correr" adquirem insuspeitos detalhes, de uma inultrapassável riqueza/complexidade. A dado ponto, como no minimalismo, a música passa a desenrolar-se sobretudo no cérebro do ouvinte, onde tudo se torna possível.

A música de Mozart na interpretação de Waldo de los Rios continua a ser complexa?

Chegamos ao nó da questão: O que é ou não música, afinal de contas? : )

saudações musicais complexas : )

FM

Sun Ra



Fernando Magalhães
20.02.2002 180637

Eu estive nesse concerto do SUN RA. Mais teatro e festa africana do que música.
Os músicos passaram grande parte do tempo a dançar e a marchar pelo recinto. Quanto ao Sun Ra praticamente limitou-se a fazer as introduções de cada tema, ao piano. 15 ou 20 segundos e parava, para se remeter ao papel de maestro da sua orquestra de "loucos"!
Mas lembro-me de que...gostei. :)

FM

Kaleidoscope



Fernando Magalhães
19.02.2002 150339

GRUUUNF. Um dos Cds que estavam na mala que me foi roubada na passada e fatídica sexta-feira, era precisamente dos KALEIDOSCOPE, que um amigo meu me arranjara e que, deste modo, não cheguei a ouvir. Tem por título "Beacons from Outer Space", qualquer coisa assim e parece que é muito bom.

Já conhecia o "Side Trips" (à venda na Discolecção, nos Restauradores) mas este, confesso que não me impressionou. É uma mistura de elementos demasiado díspares - psicadelismo, blues, pop, música egípcia (!!), etc - que nunca chega a produzir um todo verdadeiramente coerente e convincente.

De resto, prefiro os KALEIDOSCOPE ingleses que depois mudaram de nome para FAIRFIELD PARLOUR e gravaram para a Vertigo um álbum delicioso: "From Home to Home", combinação psicadélica/rural/pop/folk onde são visíveis conotações com os Incredible String band, Beatles e Pink Floyd (de Syd Barrett) mas com uma mística e suavidade únicas.

FM

09/03/2018

Eu gosto de 13th FLOOR ELEVATORS! (Marble Giant)



Fernando Magalhães
18.02.2002 200807

Bom, mas se gostas de YOUNG MARBLE GIANTS é provável que também conheças e gostes do projeto que lhes sucedeu, a dupla DEVINE & STATTON que, por sinal, aprecio mais que os YMG, sobretudo o álbum "Cardiffians", sobre o qual escrevei, aliás, na altura em que saiu, em termos altamente elogiosos (4/5, nos bons velhos tempos do POPROCK).

Curiosamente, considero este álbum bastante influenciado (?) ou, pelo menos, muito parecido com a música dos...SLAPP HAPPY, sobretudo do álbum "Slapp Happy", como então também escrevi.

FM

Concertos Março (Bruno B.)



Fernando Magalhães
11.02.2002 190742

"Septober Energy", do coletivo CENTIPEDE, é um álbum mítico. Estão lá praticamente todos os músicos ingleses importantes da chamada "free music" (mas também do rock...ou com um pé nos dois lados) que abalou a Inglaterra nos anos 60/70, com destaque para o pianista inglês KEITH TIPPETT, mentor do projeto. Curiosamente, ROBERT FRIPP, é o produtor do disco.
Ou talvez não seja tão estranho como isso, uma vez que Tippett é o pianista convidado em três álbuns dos KING CRIMSON, "In the Wake of Poseidon", "Lizard" e "Islands".
Existem duas versões deste álbum (duplo, na ed. original em vinilo), ambas remasterizadas, uma na Disconforme, outra na BGO, que é a que eu tenho, já que reproduz a capa original. A capa da ed. na Disconforme (toda em branco), pelo contrário, reproduz a de uma reedição em vinilo, creio que dos anos 80.

Já agora, tão bom ou melhor que "Septober Energy" é, mais ou menos da mesma época, o álbum "Chris McGregor's Brotherhood of Breath"(ed. em CD , pela Repertoire), pela big banda deste músico inglês.

FM

Caravan-1º álbum, remasterizado



Fernando Magalhães
11.02.2002 160454

Não resisto a recomendar a audição do álbum de estreia dos CARAVAN, intitulado simplesmente "Caravan", acabado de ser editado em ed. remasterizada e sob a forma de dois alinhamentos – em mono e em stereo (prefiro este).

É um álbum de pop canterburyiana absolutamente mágico. Imaginem a música dos posteriores "If I Could do it..." e "In the land of Grey and Pink", despojada da sua vertente mais experimental e instrumental, para se concentrar em melodias que se alojam insidiosamente no cérebro.

Quem quiser compreender de onde deriva a ala do pós-rock de Chicago mais suave, personificada por gente como os The Sea and Cake, Stephen Prina ou Jim O'Rourke, deve começar por aqui.

FM

Sons de ontem (hehe)



Fernando Magalhães
11.02.2002 160432

quote:

Publicado originalmente por starsailor
Também ouvi Ash Ra Tempel, o primeiro disco (ainda com Klaus Schultze). Não conheço nada deste pessoal - Schultze, Göttsching (?). Como só ouvi uma vez, não quero fazer grandes comentários. É, no mínimo, uma grande trip sonora, mas talvez pouco... "precisa". Alguns tiques do guitarrista são claramente influenciados pelo Hendrix ao vivo. Depois, direi mais qualquer coisa. O que é que achas deste disco, Fernando?


"Pouco preciso"? Pois...LOOOOOOOL. Todos os álbuns dos Ash Ra Tempel foram declaradamente gravados sob o efeito de LSD. Um deles, "Seven up", contou mesmo com a participação do Timothy Leary!
Durante alguns anos fui completamente insensível à desordem aparente, sobretudo desse primeiro álbum. Depois, à medida que fui entrando em força no Psicadelismo, apercebi-me de uma série de coisas, sobretudo da estrutura de uma música que, incrivelmente, parte de uma raiz "bluesy" e do rock & roll para partir nas suas incursões cósmicas. O álbum seguinte, "Schwingungen" já deriva para outros espaços sonoros, sendo o segundo lado uma verdadeira "trip" nas nuvens. Claro que não aconselho a ninguém a audição desta música sob os efeitos de, digamos, determinadas substâncias ilícitas. O efeito poderia ser devastador!

Eu sugeriria uma audição da vertente mais planante que o Manuel Gottsching/Ashra exploraria a solo, depois da aventura Ash Ra Tempel, em álbuns como "New Age of Earth" (que o César já trouxe de "o vendedor"...), um álbum entre o minimalismo de "E2-E4" e as grandes sinfonias wagnerianas de Klaus Schulze, "Inventions for Electric Guitar" e "Blackouts" (este também bastante minimal).

Mas se preferires afogar-te numa orgia de eletrónica, em delírio absoluto, então parte para a descoberta dos 4 álbuns dos COSMIC JOKERS, que não eram mais do que a pandilha toda da editora Ohr (incluindo os Ash Ra Tempel), completamente tripada e à solta em improvisações no estúdio. Estas sessões duravam horas e horas mas eram depois editadas pelo Ralf-Ulrich Kaiser (patrão louco da Ohr) de forma a soarem como um produto acabado. Álbuns como "The Cosmic Jokers", "Galactic Supermaket" e "Planeten Sit-in" são clássicos do space rock, na sua versão mais "outer space"!

Também és capaz de gostar do último álbum dos Ash Ra Tempel, "Starring Rosi" (ed. CD na Spalax) o mais bem comportado, digamos assim, só com o Manuel Gottsching (os outros ou já tinham flipado, como o baixista Hermut Hanke, ou partido para outras aventuras, como o Klaus Schulze) e a namorada, Rosi Muller. O álbum é uma mistura de rock planante, eletrónica, bossa-nova e pop estratosférica.

saudações kraut

FM

Happy, Moore, H.Cow... p/The Preacher



Fernando Magalhães
04.02.2002 160436

O meu thread ficou "tapado" pelo do Karalinda... :)

Para que esta mensagem possa servir a mais interessados, aqui vai de novo:

Seguir para onde? É complicado!

Eu sugeriria 3 vias divergentes, mas qualquer deles traduzida em álbuns magníficos:

"The Henry Cow Leg End" (1973) dos HENRY COW, é o "pai" de toda a música europeia do chamado "rock de câmara". É um disco a todos os títulos fascinante que alia um humor Frank Zappiano, o experimentalismo dos Faust, o jazz mais avançado (mas que, surpreendentemente, adquire nos HC uma acessibilidade notável) e até uma fabulosa canção pop, "Nine funerals of the citizen king".

Outra obra-prima, já por mim aqui referenciada, é "Flying doesn't Help", de ANTHONY MOORE (às vezes aparece escrito "More"...o homem fez parte dos Slapp happy e dos Henry Cow), sem exagero, um dos mais fantásticos álbuns de...ROCK, de todos os tempos. O espírito dos Velvet Underground traduzido para um som contemporâneo. Baladas diabolicamente apelativas alternam com descargas de rock poderoso, pautadas por riffs de guitarra/eletrónica sem paralelo. A versão de "War", tema incluído no álbum "In Praise of Learning", dos Henry Cow, é, por si só, uma experiência arrasadora.

Dos SLAPP HAPPY, podes investigar o álbum anterior, "Sort of...". Mais clássico mas mesmo assim escondendo algumas pérolas (canções, sempre as canções com um toque de magia e e excentricidade...) que "Slapp Happy".
O "Ça Va" é engraçado mas eu prefiro o som mais "antigo" do grupo.

Claro que ainda tens as discografias do JOHN GREAVES e da DAGMAR KRAUSE a solo...

Importante: Os HENRY COW prosseguiram, de certa forma, no grupo ART BEARS (Fred Frith, Dagmar Krause, Chris Cutler). Uma música mais "fria" e esotérica que a dos HC que, de qualquer forma, se traduziu pelo menos numa obra prima: o álbum de estreia "Hopes and Fears".
"Winter Songs" (uma leitura musical hermética da simbologia das catedrais medievais) e "The World as it is Today" (o mais complexo dos álbuns dos Bears) são igualmente muito bons, sobretudo o segundo.

O "problema" é que, se gostares de todas estas obras, tens pela frente um universo de discos, todos importantes, de dezenas e dezenas de bandas, cada qual um mundo de descobertas: 5 UU's, MOTOR TOTEMIST GUILD, THINKING PLAGUE, UNIVERS ZERO, NON CREDO, DOCTOR NERVE, PFS, ZERO POP, ETRON FOU LELOUBLAN, SAMMLA MANNAS MAMA...

FM

Fernando Magalhães
04.02.2002 180642
quote:

Publicado originalmente por thePreacher

Eu entretanto no outro post deixei-te uma pergunta, que era, se tiveres alguma disponibilidade, uma breve explicação para um leigo como eu de "rock de câmara".


Rock tocado com um rigor e um classicismo que evocam a música de câmara. Mas o termo foi usado sobretudo para acentuar o carácter "erudito" ou "elitista" (eheh) de uma música que juntou a energia do rock ao conceito de "música de interiores" e aos compassos complexos conotados com a música de câmara.
Claro que, a partir daqui, este conceito se tornou redutor, partindo a maioria dos grupos ligados a esta estética, chamemos-lhe assim, para músicas pessoalíssimas que integraram toda a espécie de elementos, do free jazz à eletrónica, de registos folk às programações de computador, da música concreta à canção pop, do Progressivo à improvisação.

O movimento foi despoletado ainda nos anos 70 por uma associação chamada "Rock in Opposition" da qual faziam parte os ingleses HENRY COW, os italianos STORMY SIX, os franceses ETRON FOU LELOUBLAN e os suecos SAMMLA MANNAS MAMA. E os belgas UNIVERS ZERO também, se não estou em erro...

Outras bandas que ainda não referi: SKELETON CREW, NEWS FROM BABEL, THE MUFFINS, WONDEUR BRASS, PRESENT, CONVENTUM, DÉBILE MENTHOL, AKSAK MABOUL...

FM

Sun Ra + John Coltrane



Fernando Magalhães
01.02.2002 180653

Quanto ao SUN RA e JOHN COLTRANE.
A questão está em que a música destes dois compositores é mais espacial no conceito do que na prática.
Em SUN RA, apesar de tudo, existem elementos verdadeiramente "cósmicos". O meu preferido é mesmo o 2º lado, um longo solo de Moog, de "Nuits de la Fondation Maeght" (ed. Shandar, infelizmente fora de mercado).
O "It's after the End of the World" está praticamente todo incluído num CD duplo intitulado, "Out in Space/não sei quê Myth" :) :) :)

Já a música de Coltrane apenas espiritualmente tem a ver com o espaço. O "Meditations" é uma longa dissertação do homem pelo interior de si mesmo (o inner space), nos limites do free jazz, muito bem secundado por umo segundo sax tenor, de Pharoah Sanders, e o piano de McCoy Tyner. Mas, para mim, prende-me mais à terra do que me impele para o cosmos!

Mas...e voltando ao SUN RA, o que este músico não levou às últimas consequências, fê-lo um seu ex-companheiro da sua Arkestra - um tal SAMARAI CELESTIAL, que descobri através de "o vendedor". São dois CDs, um deles duplo, com temas longuíssimos (há um com mais de 60 min....), de eletrónica, entre o selvático e o planante, espécie de selva de sons orgânicos que, num dos temas, adquirem mesmo a forma de uma homenagem explícita ao mestre, numa faixa intitulada "Sun Ra".
Percebe-se que o tipo é louco (ou será um iluminado?) mas a música é, de facto, uma verdadeira viagem!!!! Outro tema, de 20 min., é um longo solo de percussões eletrónicas com o Samarai a ler por cima um manifesto sobre a ascese planetária e a nova idade de ouro da humanidade.

FM

02/03/2018

tangerine dream (buddah)



Fernando Magalhães
30.01.2002 040415

quote:

Publicado originalmente por buddah
Uma visita a uma REmar fora de mão rendeu um bom bocado hoje...

Tudo em vinil. 10 Euros... he he he!

LA Dusseldorf - Viva

Tangerine Dream - Electronic Meditation

Tangerine Dream - Cyclone

Tangerine Dream - White Eagle

Tangerine Dream - BSO Thief

Tangerine Dream - Logos Live

Tangerine Dream - Ricochet

Edgar Froese - BSO Kamikaze 1989

Meat Beat Manifesto - Radio Babylon

Marvin Gaye - How Sweet It Is To Be Loved By You...

Não está mal, para um dia de trabalho...

Paz!


Sem querer estar a desmoralizar-te, mas nenhum desses álbuns dos Tangerine Dream é importante, alguns deles são mesmo a atirar para o chato.
O "Electronic Meditation" é historicamente relevante mas a música (free rock, improvisação, noise) não tem rigorosamente nada a ver com o som eletrónico que viria a caracterizar os álbuns seguintes do grupo, começando em "Alpha centauri"e culminando nos fenomenais "Phaedra" e "Rubycon".
A partir daí foi sempre a descer. "Ricochet" (sucessor de "Rubycon" na discografia dos TD) é, ainda assim, um registo ao vivo interessante.
"Stratosfear", "Cyclone", "Force Majeure" e "Tangram" apresentam um ou outro lampejo da antiga glória.

Do EGAR FROESE a solo, recomendo os dois primeiros: "Aqua" e "Ypsilon in Malaysian Pale" e, alguns furos abaixo, "Pinnacles".

Dos LA DÜSSELDORF não percas o primeiro, "La Düsseldorf"

saudações kraut

FM

Eletrónica



Fernando Magalhães
28.01.2002 190754

Uma lista possível de discos de música contemporânea, minimalista, eletrónica, eletro-acústica, acusmática, etc
dos quais GOSTO MESMO MUITO! Não faço comentários sobre alguns deles pela simples razão de não os ouvir há bastante tempo.

ANDREI SAMSONOV : Void in (Mute) - Já falei sobre este disco, recentemente. - 8,5/10

ANDREW POPPY - The Beating of Wings (ZTT, 1985) – Minimalismo. Original. O 1º (longo) tema tem um crescendo que é o mais próximo do cântico dos anjos que consigo imaginar, antes da queda. "Do outro lado" há percussões obsessivas que só obliquamente evocam peças de S. Reich também p/percussão. Digamos que A. Poppy é um minimalista desalinhado (chegou a colaborar com os COIL...) - 8/10

ANTHONY MANNING - Chromium Nebulae (Irdial, 1995) - Compra recente. Vou ter que ouvir com mais calma.

ARNE NORDHEIM - Electric (Rune Grammofon, 1974) - um mundo de sons particular que seduziu Geir Jenssen - crítica no Y - 8/10

BERNARD PARMEGIANI - Pop’Eclectic (Plate Lunch, 1966 -1973, 1999) - Colagens, música concreta, um sentido lúdico ímpar. Crítica no Y - 9/10

Do mesmo compositor - o monumental “De Natura Sonorum”, "pai" de toda a eletrónica actual, cuja edição definitiva bou buscar na próxima 4ªfeira, à VGM!... O nascimento da música - 10/10

CHRISTIAN ZANÉSI - Stop! L’Horizon . Profil-Désir . Courir (Ina.grm, 1990) – manipulações em computador e tape típicas da ina.GRM. Abstração pura. O prazer do som. Espaço. Exige boas aparelhagens de reprodução para tirar todo o partido do jogo de pormenores... - 8;5/10
- Arkheion (Ina.grm, 1996) – Menos conseguido. As colagens insistem na utilização de vozes (de Stockausen e Pierre Schaeffer), tratadas. - 7,5/10

CONRAD SCHNITZLER & JÖRG THOMASIUS - Tolling Toggle (Fünf und Vierzig, 1991) – Um clássico da música industrial/contemporânea. Dois alemães de cenho cerrado, armados de maquinaria pesada que aligeiram de quando em quando com interlúdios acústicos (cordas, sopros, etc). Schnitzler é um dos nomes mais importantes da electrónica alemã de sempre. Fez parte dos KLUSTER e dos primeiros TANGERINE DREAM, antes de encetar uma vastíssima carreira a solo que o levou até à tal eletrónica erudita... - 8,5/10

DANIEL TERUGGI - Syrcus/Sphaera (Ina.grm, 1993) – Mais abstrações made in ina.GRM. Neste caso com ênfase nas percussões eletrónicas elaboradas num sistema especialmente criado para o efeito. - 8/10

DAVID BEHRMAN - Leapday Night (Lovely Music, 1991) – Inclassificável. Loops digitais. Deformações progressivas. Ondas de frequências em permanente mutação. - 8,5/10

EXPERIMENTAL AUDIO RESEARCH - The Köner Experiment (Mille Plateaux, 1997) – com Thomas Koner, o homem dos "silêncios polares" de "Nunatak Gongamur"
- Millenium Music, a Meta-Musical Portrait (Atavistic, 1997) – O som comestível, cru, brutal, carnal, apelativo . o mundo da pré-história traduzido em massas sonoras igualmente primitivas. Os EAR são uma das bandas mais importantes da eletrónica actual. - 9/10

HARALD WEISS

1794 - Die Anders Paradies (Gingko, 1995) – Imaginem o universo dos POPOL VUH num contexto contemporâneo. A magia das civilizações ancestrais contida em sinfonias para percussão e eletrónica. - 8,5/10

INGRAM MARSHALL

0926 - Three Penitential Visions/Hidden Voices (Elektra Nonesuch, 1990) - 8/10
- Alkatraz (New Albion, 1991) – 8/10
Piano e eletrónica austera. Sombria. Marshall é obcecado pelo ambiente das prisões. Há pormenores e sons assustadores, como a gravação do ruído da porta principal de Alkatraz a fechar-se...

ISTVÁN MÁRTA - Támad Aszél (The Wind Rises) (Recommended, 1987) – Compositor húngaro importante. Outro mundo à parte. Referências étnicas, cânticos obscuros, eletrónica ora "naif" ora rebuscada. 8,5/10

JOCELYN ROBERT

1051 - Folie/Culture (Recommended, 1991) – Quase silêncio. Ar puro. Muita luz. Eletrónica como pássaros ou insectos. Longos intervalos sem qualquer som, interrompidos por "found sounds" da rua, de uma floresta, de uma janela aberta... - 8/10
- La Théorie des Nerfs Creux (Ohm/Avatar, 1993) - o oposto. Corrente elétrica a passar. Zumbidos e curto-circuitos. Infatigável. Pode constituir uma experiência auditiva algo dolorosa...

KLANKRIEG

- Radionik (Cling Film, 1999) – Crítica recente no Y - 8/10

KONRAD KRAFT

- Alien Atmospheres (Elektro-Smog, 1996) – Outro clássico - desconhecido. Programações de arame farpado, cimento e metal. Computações abrasivas, esmagadoras. na linha de uns L@N, mas mais "composto" e trabalhado. - 9/10

MANUEL GÖTTSCHING

- E2-E4 (Racket, 1984) – Um único tema de 50 min que leva o termo minimalismo ao absurdo. Manuel Gottsching constrói com a guitarra e eletrónica "schulziana" um mantra infinito onde, sem o devido cuidado, nos podemos perder. Claro que, se ouvido de ânimo leve, pode soar apenas repetitivo... - 8/10

MICHAEL WINNERHOLT

- Tjugofyra (Multimood, 1995) – Pequenas e saborosas vinhetas em sintetizadores analógicos, algures entre uns Cluster nórdicos (Winnerholt é sueco...) e uma pesquisa de contrastes - gotas, pequenas sirenes, placas em colisão, falsos loops em carrocel... - 8/10

MICHEL REDOLFI

- Desert Tracks (Ina.grm, 1988) - 8,5/10
- Appel d'Air (Ina.grm, 1993) – 9/10
A música de Redolfi captura a Natureza. "Appel D'Air" leva-nos numa viagem sobre o planeta ensinando-nos a ouvir o vento e o segredo dos átomos. Outro clássico. - 9/10

Continua amanhã
:)

FM

les inrockuptibles destaca quinze alemães (Vítor Junqueira)


Vítor Junqueira
25.01.2002 121244

A revista francesa destacou nesta última edição quinze grupos alemães. A saber:

•AMON DÜÜL
[FM, eles chamam a atenção para a primeira encarnação dos Amon Düül, embora depois tb refiram o Phallus Dei e o Yeti, dos AD II]

•ASH RA TEMPEL

•CAN

•CLUSTER

•D.A.F.
[Tenho lá um álbum deles, mas não lhe atribuo, hoje, grande piada... queria era ter o que tem o "Dance The Mussolini"]

•EINSTÜRZENDE NEUBAUTEN

•FAUST

•HARMONIA
[Caramba... destes gajos é que tenho de arranjar coisas...]

•KRAFTWERK

•LA DÜSSELDORF

•NEU!

•POPOL VUH

•TANGERINE DREAM

•XHOL CARAVAN
[estes não conhecia... free jazz? rock cósmico?]

•YATHA SIDHRA


Fernando Magalhães
25.01.2002 160440
Chamaste? :)

•AMON DÜÜL
Mas os Amon Duul I são uma freakalhada infernal. Os tipos não sabiam tocar, passavam o tempo a charrar a tocar bongos e a fornicar indiscriminadamente e os álbuns refletem tudo isto. Claro, há quem ache o som muito "free" e anarca e tudo isso mas eu passo. Apenas tenho um álbum deles.

•ASH RA TEMPEL - a banda de space rock alemã por excelência, com o guitarrista e sintetista MANUEL GOTTSCHING aos comandos. Gravaram com o próprio Timothy Leary ("Seven-Up"), as suas desbundas de ácido + gravação de discos em simultâneo fizeram história em Berlim, na primeira metade dos anos 70.
Ainda mais "out" eram as sessões com os COSMIC JOKERS, do qual faziam parte também o Klaus Schulze e o Harald Grosskopf, dos Wallenstein... Também gravaram com um místico suíço que vivia nas montanhas (sempre tudo alimentado a LSD...), chamado SERGIUS GLOWIN e com um cigano/poeta/designer de um tarot, o WALTER WEGMULLER. Álbuns clássicos (mas altamente desbundantes e desconcertantes onde se misturava tudo, rock & roll, kosmischmuzik, improvisação, spoken word...) do krautrock.

•HARMONIA
Eram os CLUSTER + o MICHAEL ROTHER, dos primeiros NEU!. Gravaram discos clássicos (10/10): "Muzik von Harmonia" e "DeLuxe". recentemente saiu "Tracks & Traces" que recupera sessões originais com o BRIAN ENO.

•LA DÜSSELDORF - motorikamotorikamotorika + ...música romântica alpina (Richard Clayderman!!!) - ou se ama ou se detesta. O 1º álbum é o melhor. O projeto - de Klaus Dinger e Thomas Dinger, os dois irmãos dos NEU!, estendeu-se pelos anos 90 com a nova designação de La! Neu?

•POPOL VUH - o grupo do pianista FLORIAN FRICKE. os primeiros álbuns, sobretudo a estreia, "Affenstunde", é eletrónica pura e bruta, um marco da música cósmica alemã. A partir daí o tipo enveredou por um misticismo de raiz egípcia/cristã (!!!), abandonou os sintetizadores e passou a tocar exclusivamente piano, de uma forma despojada mas sem dúvida de onde se desprende uma religiosidade indiscutível.
"In den Garten Pharaos", o 2' álbum ainda tem eletrónica e é um álbum também tido como clássico. A trip proporcionada por esta combinação de Moog + gongos mágicos + piano elétrico + órgão de igreja pode ser perigosa. Dos álbuns místicos há muito por onde escolher mas são um bocado um "acquired taste". "Hosianna Mantra" pode soar sublime...

•XHOL CARAVAN
Desbunda jazz etno-cósmica. E psicadelismo, claro, sobretudo no primeiro álbum.

•YATHA SIDHRA - Gravaram apenas "A Meditation Mass", um dos álbuns mais planantes e Zen do krautrock. É uma longa suite em movimentos, de amplas ondas cósmicas, nem sempre muito bem tocado mas com uma aura única. Sintetizadores o mais cósmico possível, guitarras e piano elétrico, mellotron, percussões, cânticos Ohm pedrados e vibrafone em estado de suspensão mágica.

os outros grupos são por demais conhecidos, daí não tecer sobre eles quaisquer considerações.

saudações kraut

FM