05/07/2018

Spider desilusão do ano



Fernando Magalhães
23.09.2002 180606

Terminado o filme, não queria acreditar: "É só isto?", apeteceu-me perguntar. Onde está o cinema de Cronenberg? Onde está o CINEMA?

"Spider" é quase um documentário sobre a esquizofrenia. Sem ponta de emoção. Sem inteligência. Preguiçoso.

Falta-lhe profundidade, segundas leituras, é tudo demasiado óbvio e evidente. Freud em versão escoa primária. O Ralph Fiennes arrasta os pés ao longo de todo o filme e arrasta-se numa interpretação sem chama.

O "argumento" é aquilo e "aquilo" é pouco, esgotando-se num jogo sem trunfos. O tipo é louco, pronto, se matou ou não a mãe, é indiferente. E então?
Há recordações, a fraca metáfora da teia e até uma inconcebível aparição de uma enguia nojenta aproveitada dos adereços de "ExistenZ" e metida ali à força, como que a lembrar-nos que o filme tem a assinatura de Cronenberg.

Bah!


FM

Sem comentários: