Sons
5 de Fevereiro 1999
PORTUGUESES
Maria Ana Bobone
Senhora da Lapa (7)
M.A, distri. Dargil
Belíssima, a apresentação gráfica desta “Senhora da Lapa”, como é timbre da editora M.A. (uma espécie de ECM mais clássica), ajustando-se perfeitamente à beleza da voz de Maria Ana Bobone e à música composta por João Paulo Esteves da Silva e Ricardo Rocha. Gravado na mesma igreja de “Luz Destino", onde Bobone era ainda a convidada de um trabalho pautado por ambiências barrocas, “Senhora da Lapa” é um álbum vincadamente contemplativo, aberto às refracções da pedra e à obscuridade do tempo, onde a cantora faz questão de mostrar quão longe está já do registo fadista que marcou a fase inicial da sua carreira.
Sobre poemas de Matilde Rosa Araújo, Sebastião da Gama, Maria Pimentel Montenegro, David Mourão-Ferreira, Arlindo de Carvalho e Fernando Pessoa o piano de João Paulo e a guitarra de Ricardo Rocha (e, em dois temas, o saxofone de Peter Epstein, decerto um admirador de Jan Garbarek) desenham cambiantes classicizantes, dos quais a voz de Bobone tira o máximo partido.
Destaque, num disco onde o equilíbrio e a serenidade predominam, para os sombreados satieanos do piano de João Paulo, em “ABC”, e para as interpretações de Bobone, em “Ar”, carregada de dramatismo, “Os teus olhos”, e “Elegia”, um crepúsculo de tons menores, “jazzy” e introspectivos, também neste caso servido por uma execução de superior contenção por parte de João Paulo Esteves da Silva.
5 de Fevereiro 1999
PORTUGUESES
Maria Ana Bobone
Senhora da Lapa (7)
M.A, distri. Dargil
Belíssima, a apresentação gráfica desta “Senhora da Lapa”, como é timbre da editora M.A. (uma espécie de ECM mais clássica), ajustando-se perfeitamente à beleza da voz de Maria Ana Bobone e à música composta por João Paulo Esteves da Silva e Ricardo Rocha. Gravado na mesma igreja de “Luz Destino", onde Bobone era ainda a convidada de um trabalho pautado por ambiências barrocas, “Senhora da Lapa” é um álbum vincadamente contemplativo, aberto às refracções da pedra e à obscuridade do tempo, onde a cantora faz questão de mostrar quão longe está já do registo fadista que marcou a fase inicial da sua carreira.
Sobre poemas de Matilde Rosa Araújo, Sebastião da Gama, Maria Pimentel Montenegro, David Mourão-Ferreira, Arlindo de Carvalho e Fernando Pessoa o piano de João Paulo e a guitarra de Ricardo Rocha (e, em dois temas, o saxofone de Peter Epstein, decerto um admirador de Jan Garbarek) desenham cambiantes classicizantes, dos quais a voz de Bobone tira o máximo partido.
Destaque, num disco onde o equilíbrio e a serenidade predominam, para os sombreados satieanos do piano de João Paulo, em “ABC”, e para as interpretações de Bobone, em “Ar”, carregada de dramatismo, “Os teus olhos”, e “Elegia”, um crepúsculo de tons menores, “jazzy” e introspectivos, também neste caso servido por uma execução de superior contenção por parte de João Paulo Esteves da Silva.
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