Y 20|JUNHO|2003
roteiro|discos
AT-TAMBUR
At-Tambur
Ed.
Tradisom
8|10
Depois
dos Vai de Roda, Gaiteiros de Lisboa e dos Realejo, eis a mais recente
revelação da folk portuguesa. Têm vários pontos a seu favor, o menor dos quais
não será o de todos os seus membros saberem tocar, aliando a formação clássica
de alguns deles e muito trabalho de ensaios. Inseridos numa tradição nobre da
folk europeia, de grupos como Blowzabella, Lo Jai ou La Ciapa Rusa, os At-Tambur
cultivam o gosto pelo ecletismo e pela improvisação, sem que isso implique o
esquecimento das regras e das pulsações tradicionais. A partir de um reportório
que inclui composições próprias, tradicionais portugueses (os únicos
vocalizados), sefarditas e escandinavos, ao lado de um “jig” de Paul James (Blowzabella)
e um “bourrée” de Gilles Chabenat (arranjado e executado de forma superlativa,
os grandes grupos atrás citados fazem assim!), e utilizando uma paleta instrumental
rica (sanfona, violino, flautas, acordeão, gaita, cordas, etc) os At-Tambur criam
“tradições imaginárias”, passam pelo minimalismo, pela música de sabor antigo e
pela excelência de baladas como “D. Fernando”, com um sentido estético
inultrapassável que apenas pecará por certas “adiposidades” ao nível da
improvisação. Nada que o próximo disco não lime. Um clássico instantâneo.
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