10|SETEMBRO|2004 Y
discos|música
LUAR NA LUBRE
Hai un Paraiso
Warner
Music Spain, distri. Warner
5|10
Faz
pena assistir à decadência dos Luar na Lubre. A queda processou-se pela via do
costume, da simplificação rítmica através da utilização exaustiva dos
sequenciadores e caixas-de-ritmo, o que transformou a banda galega numa espécie
de emulação de Hevia. Não que as gaitas não estejam onde lhes compete e que as
melodias não sejam, nalguns casos, de uma beleza estonteante. Mas por que raio
é que uma pandeireta ou uma bateria não chegam os ritmos? A utilização da
eletrónica na folk céltica sempre foi polémica mas parece ser evidente que nos Luar
na Lubre tem a ver com a internacionalização e as cedências que esta transição
implica. O resultado é o empobrecimento da música e a desvalorização de temas
como “Hai un paraiso” e “Uah lúa”, transformados em exercícios de má música de
dança. Pontos positivos são “Rivadavia”, com uma bela intervenção na gaita de
Bieito Romero, “Corme”, que prima pela simplicidade, e “Achega-te a mim,
maruxa”, boa versão do tema popularizado por José Afonso. Há duas Galizas
distintas que se digladiam na música dos Luar na Lubre.
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