Y
11|JANEIRO|2002
discos|escolhas
JUNE TABOR
Rosa Mundi
8|10
Topic, distri. Megamúsica
A
voz já vai chegando com alguma dificuldade aos agudos, mas a classe permanece
intacta. June Tabor construiu uma obra ímpar que tanto mergulha nas raízes mais
profundas da folk britânica como se aventura na canção contemporânea. “Rosa
Mundi” envereda em ambas as direções. Parece, no entanto, óbvio, que é no modo
tradicional que a sua voz tem o seu lugar natural, a julgar quer pelo pouco à
vontade com que aborda o “standard” “Roses of Picardy”, quer, no registo
oposto, pelo tom arrepiante que confere ao tradicional “Deep in love”, uma das
suas mais espantosas interpretações alguma vez registadas em disco. “Rosa
Mundi”, subordinado ao símbolo da rosa, é ainda a prova de que June Tabor
continua a procurar(-se) mais longe, ao cantar, pela primeira vez, em alemão
(um tema do séc. XV), e em francês, algo que não fazia desde “A Cut Above” –
embora aqui sem fazer esquecer a idêntica costela gaulesa de Shirley Collins –
ou nessa outra experiencia que é dar voz à música de Tchaikovsky, em “The crown
of roses”.
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