07/11/2015

June Tabor - Rosa Mundi



Y 11|JANEIRO|2002
discos|escolhas

JUNE TABOR
Rosa Mundi
8|10
Topic, distri. Megamúsica

A voz já vai chegando com alguma dificuldade aos agudos, mas a classe permanece intacta. June Tabor construiu uma obra ímpar que tanto mergulha nas raízes mais profundas da folk britânica como se aventura na canção contemporânea. “Rosa Mundi” envereda em ambas as direções. Parece, no entanto, óbvio, que é no modo tradicional que a sua voz tem o seu lugar natural, a julgar quer pelo pouco à vontade com que aborda o “standard” “Roses of Picardy”, quer, no registo oposto, pelo tom arrepiante que confere ao tradicional “Deep in love”, uma das suas mais espantosas interpretações alguma vez registadas em disco. “Rosa Mundi”, subordinado ao símbolo da rosa, é ainda a prova de que June Tabor continua a procurar(-se) mais longe, ao cantar, pela primeira vez, em alemão (um tema do séc. XV), e em francês, algo que não fazia desde “A Cut Above” – embora aqui sem fazer esquecer a idêntica costela gaulesa de Shirley Collins – ou nessa outra experiencia que é dar voz à música de Tchaikovsky, em “The crown of roses”.

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