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11|JANEIRO|2002
escolhas|discos
RENAISSANCE
Tuscany
Giant Electric Pea, distri. Sabotage
5|10
Annie
Haslam, a loura angelical, a voz de mel dos Renaissance, como tudo, como todos,
envelheceu. O espelho não mente mas “Tuscany”, o mais recente álbum desta banda
que insiste em sobreviver, procura, quase em desespero, redescobrir a beleza
que é possível descortinar em álbuns mais antigos, como “Prologue”, “Ashes are
Burning”, “Turn of the Cards” ou “Scheherezade and Other Stories”. Mas se uma
escuta mais desatenta, ou nostálgica, conseguirá passar ao lado das inevitáveis
diferenças que separam a produção dos anos 70 deste “Tuscany”, a verdade é que
o tempo e, sobretudo, o espírito de uma época, não se repetem, algo que os
Renaissance, como outras bandas suas contemporâneas ainda em atividade,
preferem ignorar. Não que “Tuscany” seja um álbum intragável, nem tal seria
possível, atendendo a que a voz de Annie Haslam continua com uma limpidez sem
mácula, mas o que antes era inocência soa agora como deliberação. O Progressivo
matizado pelos tons clássicos do piano de John Tout (aqui presente apenas como
convidado) tornou-se, se não inaudível, pelo menos vulgar. Nada, porém, que a
imaginação não consiga superar…
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