Y 10|JANEIRO|2003
roteiro|discos
FAUST
Patchwork
Staubgold,
distri. Matéria Prima
7|10
Os
velhos ativistas não desistem. Mas o que era lenda foi trocado pelo esforço em
manter viva a subversão que, há mais de 30 anos, fez de “Faust”, “So Far” e
“The Faust Tapes” a trindade maldita e, depois de Zappa, a segunda principal
revolução do rock moderno. “Patchwork” repete a fórmula que deu origem à
obra-prima “The Faust Tapes”. Mas se essa imensa colagem tem a consistência de
um gigantesco organismo com vida, o novo álbum limita-se a recolar excertos da
discografia prévia dos anos 70, 80 e 90, remisturando-os de maneira diferente.
Para os incondicionais pode ser um jogo delicioso redescobrir segundos de
ruídos familiares ou pedaços de canções como “It’s a rainy day, sunshine girl”,
ocultos sob um denso manto de cacofonia. Trata-se, afinal, de pôr em prática o
que o produtor Uwe Nettelbeck já preconizava em 1973: “Sempre gostámos da ideia
de editar discos que pareçam inacabados; em que a música soe como um ‘bootleg’,
como se tivesse sido gravada por alguém que ao passar por um grupo qualquer a
ensaiar gravasse e montasse tudo de forma selvagem.”
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