Y 14|JANEIRO|2005
música|discos
ANI DI FRANCO
Knuckle Down
Righteous
Babe, distri. Megamúsica
8|10
É
bonita, sem ser excecionalmente bonita. Pouco importa porque ela está-se nas
tintas para a indústria. Mas faz boa música como poucas “singersongwriters” da
sua geração. Depois de “Educated Guess”, está de volta com um dos seus álbuns mais
“barrocos”. Dividiu a produção com Joe Henry e chamou uma série de
colaboradores. O resultado é uma paleta de sons deslumbrante (piano elétrico,
sampler, violino, glockenspiel, melódica…) sobre a qual distribui as suas
visões e ideologia de “outsider” emancipada. Arrisca flirtar com géneros que
vão de sombrias paisagens ambientais, a inflexões “jazzy” e mesmo a “spoken
word”, como no perturbante “Parameters”. Está num ponto de carreira semelhante
ao atravessado por Joni Mitchell em “The Hissing of Summer Lawns”, isto é na
sua fase mais inrotulável. Admirável é o facto de cada uma destas canções, por
mais obliqua que seja a forma, roçar-nos tão perto como uns lábios sobre a
pele.
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