20/10/2025

Reininho no recreio [GNR]

 local SÁBADO, 15 DEZEMBRO 1990

TELEVISÃO

 


Reininho no recreio

 

RUI REININHO e os GNR pertencem à casta forjada a ferro e fogo dos sobreviventes. Sobreviveram à onda normalizadora do primeiro “boom” do então denominado “rock português”, à recessão que se lhe seguiu, sobreviveram sobretudo a si próprios, às tentações que o demónio do sucesso decerto não deixou de lhes segredar aos ouvidos: estagnação de ideias, acomodação a programas estéticos preguiçosos, elaborados à pressão, para fácil digestão das massas, segundo a conhecida fórmula do “Reader’s (neste caso “listener”) Digest”.

            Reininho e companhia sobrevivem graças ao humor subtil e à distanciação. A palavra séria é dita a brincar, o absurdo veste-se com a casaca da solenidade. Assumem a contradição, engolida vorazmente pelos vampiros, como se de nova bíblia pós-moderna se tratasse.

            Há sete meses e picos, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, foi a apoteose do rei da “kitsch pop” e da decadência elegante. Os GNR, como de costume, confundiram e encantaram, baralhando as pistas e presenteando uma multidão delirante com os seus típicos “trompe l’oeil” melódico-gramaticais. “Impressões Digitais”, “Dafundo”, “Morte ao Sol”, “Hardcore Primeiro Escalão”, “Pós (País) Modernos” e mais uns tantos trocadilhos conceptuais chegaram para provar que são diferentes. É possível juntar no mesmo espetáculo a gaita-de-foles dos Sétima Legião e o Vata do Benfica, sem parecer ridículo? Claro que não. A diferença está em que os GNR conseguem fazê-lo de forma sublime.

 

            RTP 2, às 23h30

The Fall - VHS8489

 POP ROCK QUARTA-FEIRA, 12 DEZEMBRO 1990

 

CEM À HORA

 

THE FALL
The Fall
Beggars Banquet, distri. Anónima

Finalmente! Já não era sem tempo! Um vídeo todo a cores, sem movimentos em câmara lenta nem multidões em delírio. Com efeitos especiais à antiga, quase sempre sem qualquer relação com as canções, mas agradáveis de ver. Mais difícil ainda: sem erotismo (não necessariamente uma virtude) e mesmo, parece impossível, sem raios de luz azul passando através de persianas ou figuras animadas desenhadas a lápis de cera.

Estranho: as imagens não distraem da música, antes funcionam como legendas visuais, construídas a partir de grafismos variados (fundos que são mapas, cartazes, símbolos cabalísticos, texturas fotográficas), em que a profusão da cor se alia aos corpos dos músicos (de Mark E. e Brix Smith, sempre na função de personagens, mascaradas, pintadas, travestidas), para criar uma sequência non-stop de clips encadeados que correm a cem à hora e explodem com a mesma energia da músicas e palavras de Mark E. Smith.

Pós-“new wave”, empenhada e militante, a música dos Fall permanece fiel a uma linha de rock duro, mas elástico, fortemente rítmico, mas atento à sedução da melodia, sintetizado em canções de duração mínima, como uma granada pronta a rebentar.

São dez temas (incluindo uma versão de “Victoria”, dos Kinks) que souberam superar o niilismo sarcástico dos Sex Pistols (num dos temas, a anarquia é substituída pela “monarchy in the UK”…), acrescentando um toque de humor à negritude pessimista do “punk” e devolvendo à pop a dignidade que lhe concede a persecução de um ideal. Segue-se no comboio de cores berrantes até se chegar ao fim com o pé a bater o ritmo e a sensação reconfortante de que o rock ainda consegue ser hoje mais do que simples negócio e novo-riquismo.

Os realizadores são Cerith Wyn Evans, Emma Burge, Tim Riley, Schneider Barnes, Scarlett Davis e Jon Riley. Pelo ecrã passam centrais nucleares em miniatura, uma mulher vestida de bolinhas até aos cabelos, pentagramas satanistas, rostos em decomposição por onde se passeiam vermes em busca de almoço, fantasmas com forma de mulher e abstrações simbólicas, daquelas que os realizadores gostam imenso de espalhar pelas suas obras, sem qualquer intenção especial, mas graças às quais se divertem à grande com os significados profundos que se lhes quer atribuir. No fundo, a mensagem é simples: divertir, dançar, pensar. Nos dias que correm, já não é nada mau! ***

Dominion - Lost

 POP ROCK QUARTA-FEIRA, 12 DEZEMBRO 1990

 

DOMINION
Lost
LP e CD, KK


 










Estafadas as fórmulas, a “electronic body music” agoniza, incapaz de se libertar dos seus fantasmas. Mil bandas do género parecem uma só. A normalização assinou a sentença de morte de um género que hoje tem como fiéis apenas os sadomasoquistas convictos, os adeptos da dança sonambúlica ou simplesmente os surdos. Os Dominion (formados por Andrew Szava-Kovats, membro fundador dos Data Bank A) incluem-se na ala mais experimental do movimento, ao lado dos Klinik, Vomito Negro e Delerium (há mais algumas centenas de nomes, mas talvez não valha a pena referi-los a todos…), e o seu álbum de estreia, “Manhunt”, conseguia minimamente perturbar (o principal objetivo de todos estes grupos), através de monstruosas cadências repetitivas que os situavam em lugar privilegiado na seita dos “papões”. Em “Lost” alternam peças “experimentais” (ruído + “samples” + ruído) com temas mais “dançáveis” (computadores de ritmo + vozes graves e ameaçadoras, neste caso curiosamente semelhantes à de Frank Tovey/Fad Gadget). Desta vez, nem sequer pequenos sustos. O terror encontra-se hoje noutros comboios-fantasma. **

Os encantos da casta Suzanne [Suzanne Vega]

 cultura SEXTA-FEIRA, 7 DEZEMBRO 1990

 

A autora de “Luka” canta hoje em Cascais e amanhã no Porto

 

Os encantos da casta Suzanne

 

Suzanne Vega canta hoje à noite no Pavilhão de Cascais e amanhã no Coliseu do Porto. O PÚBLICO foi ouvi-la a Madrid e antecipa o que pode suceder nos concertos portugueses da cantora nova-iorquina. Os madrilenos gostaram muito.

 



Suzanne Vega entusiasmou os cerca de dois mil que se deslocaram, quarta-feira, a uma discoteca erguida num cenário de Disneylândia durante pouco mais de uma hora. Na voz da cantora, Nova Iorque pareceu uma cidade onde apetece sonhar.

            Para falar verdade, nem sequer foi em Madrid, mas sim no Parque Sur, local de diversão, uma espécie de Disneylândia, situado a sul da capital. O concerto propriamente dito realizou-se numa discoteca algures no interior do Centro Comercial do Parque, a Universal Sur. “Madrid es Universal”, explicavam os dizeres impressos nas “t-shirts” da organização, tentando compensar, com o trocadilho, o desinteresse a que o acontecimento foi votado, na capital. Em Madrid, nenhuma excitação. Nem um cartaz.

            Steve Rooker era o nome agendado para a primeira parte (e não Peter Blegvad como se espera que aconteça, hoje à noite, no Pavilhão de Cascais e, amanhã, no Coliseu do Porto), que afinal não tocou. Ninguém deu pela falta, entretidos que estavam todos a acompanhar, num ecrã gigante instalado no local, a transmissão direta do encontro de futebol Barcelona-Real Madrid. Ganhou o “Real” por um a zero e Suzanne teve de esperar.

            O ambiente da “Universal” ia-se compondo e aquecendo gradualmente. Enquanto o espetáculo não começava, cada um fazia o que podia para dar nas vistas, com a discoteca transformada em “passerelle”. Eles, maioritariamente de jeans e blusão de cabedal ou kispo “Michelin”. Elas, de casaco comprido de pele, (des)cobrindo saias quase inexistentes. Tudo farpelas impecáveis, com ar de terem sido acabadas de comprar no “Corte Inglês” ou nos “Preciados”. Entre a Madrid Universal e o que se espera para Lisboa e Porto, interpõe-se a Europa e a sobranceria da peseta…

            Contrastando com a ousadia das “chicas”, Suzanne Vega surgiu em palco envergando um vestido de grávida, ar casto e a pose “Bon Chic Bon Genre” que a caracteriza. “Atacou” em força com dois temas do recente “Days of Open Hand”, “Dust in the Pipeline” e “Tired of Sleeping”, num registo mais duro do que no disco. Pausa para cumprimentar o público, com o “Olá Espanha” da praxe. Quando mencionou a sua proveniência nova-iorquina todos aplaudiram, mostrando, uma vez mais, até que ponto são exigentes “nuestros hermanos”.

            Não foi preciso muito tempo até a assistência se render sem condições, acompanhando com palmas cada canção, uma delas cantada por Suzanne Vega sem qualquer apoio instrumental, como que querendo demonstrar por que motivo é hoje considerada uma das melhores vozes da música popular americana, pesem embora, na ocasião, as deficiências do som e a pobreza de um show de luzes limitado aos triviais focos coloridos.

            Se Suzanne Vega consegue cativar, não é decerto pelo lado do espetáculo, mas somente pela comunicação que a sua voz consegue estabelecer e pela excelência das canções. Confinando o jogo cénico a um tímido bailado sobre o palco, as atenções concentram-se no rosto pálido e no corpo franzino, presas às entoações encantatórias da voz. A autora de “Luka” sabe como criar uma atmosfera intimista, não fazendo jus ao apelido de estrela, apelando ao invés à participação da assistência.

 

Sem sombra de pecado

 

            Ao referir-se a Nova Iorque como cidade emblemática do medo e da violência, Suzanne fez um sorrido suave e afirma que é isso que a excita. Cultiva, por outro lado, a aparência frágil e a pose cândida que a tornam como que a emanação angelical do caos urbano. Nela, temas ou palavras mais duras ganham uma carga poética e uma consistência quase irreal; como se toda a violência do mundo pudesse ser vencida, por força do cantar.

            Conquistando o público, só faltava o golpe final traduzido na sequência final, com “Luka”, “Solitude Standing”, “Book of Dreams” e “Men in a War”. Voltou ao palco para dois “encores”, num deles cantando de novo sem o resto da banda, em contraponto com uma frase rítmica, marcada (no tempo certo) por todos os presentes, em coro.

            A Madrid Universal despediu-se da cantora, em apoteose. Se bem conhecemos o calor e o comportamento habitual das audiências portuguesas, é caso para acreditar que por cá vai ser ainda melhor. “Seguramente”…

13/10/2025

Vega, a estrela de Natal [Suzanne Vega]

 CONCERTO

 

VEGA, A ESTRELA DE NATAL

 

É de Suzanne a voz da estrela Vega. Quente e suave, ardendo calmamente no íntimo de quem por ela se deixa guiar. Gravou até à data três álbuns, mas tem já reservado um espaço só para si na Estrada de Santiago que une o coração aos sons.

 


Nasceu, em termos artísticos, no seio da cena folk da Costa Leste americana. Cedo se fez notar, pelo inusitado do timbre vocal, bem como por uma escolha criteriosa e personalizada do reportório – canções intimistas, mágicas, esboços surrealizantes, em certos momentos contrariados pelo registo brutal da realidade concreta, como em “Luka”, do álbum “Solitude Standing”, na qual narra, em tom dorido, os maus tratos paternais infligidos a uma criança.

 

A idade adulta

 

            Do disco estreia, “Suzanne Vega”, as multidões fizeram seus os temas “Marlene on the Wall” e “Small Blue Thing”, presas às juvenis e jubilosas entoações da então estreante de olhar inocente e assustado, receosa das armadilhas que o mundo arma, atónita perante o retumbante sucesso que logrou alcançar.

            “Solitude Standing” assinala a entrada na “idade adulta”, através de uma maior contenção acompanhada de um mergulho nas imensidões interiores. O seu universo passou a reger-se por outras coordenadas, segundo lógicas menos lineares a que se acede somente por estradas labirínticas. Excetuando “Luka”, as canções de “Solitude Standing” organizam-se, de forma coerente, em volta de núcleos temáticos menos óbvios, aos quais a complexidade dos arranjos acrescenta uma maior riqueza instrumental.

            Se “Solitude Standing” é o álbum da maturidade, o seguinte “Days of Open Hand” aprofunda ainda mais a faceta intimista, povoada de sombras e cintilações misteriosas do universo musical da cantora, liberta por fim, na exploração metódica das suas próprias fantasias. Temas ainda ligados à miséria do mundo, cantados por palavras que, sem fazer muita força, põem o dedo em algumas das suas feridas (casos de “Men in a War” e “Fifty-fifty chance”), são exceção, num leque caleidoscópico de emoções permeáveis aos exotismos trazidos para a sua música pela mão de Glen Velez, Richard Horowitz, Michael Blair e Philip Glass.

 

Excentricidade britânica

 

            Convém chegar ao Dramático a tempo e horas de assistir à primeira parte do concerto, preenchida pela atuação de Peter Blegvad, excêntrico genial, que decerto irá fazer das suas. Não é por enquanto, pelo menos entre nós, um nome muito conhecido. Injustamente, diga-se, tendo em conta a excelência do álbum mais recente, “King Strut and Other Stories”, o primeiro distribuído em quantidades aceitáveis, no nosso país. Aqueles, no entanto, que vêm acompanhando de perto o seu percurso, desde os anos já longínquos dos Slapp Happy (ao lado de Dagmar Krause e Anthony Moore, precursores na atitude e na abordagem melódica da dupla Devine & Statton), e das aventuras experimentalistas no seio dos germânicos Faust, até ao rock escorreito dos Golden Palominos, sabem que assinou entretanto obras bem mais importantes, merecedoras de todos os encómios.

            “The Naked Shakespeare”, produzido por esse outro louco que dá pelo nome de Andy Partridge e, sobretudo, “Downtime”, gravado para a Recommended Records, na companhia de músicos dos Pere Ubu, são exemplos lapidares da arte de compor ótimas canções, à margem dos esquemas habituais e habitadas por um humor cáustico e surrealista, capaz de as transformar em exercícios brilhantes de sabotagem aos lugares-comuns da pop. Se em “King Strut” se acalma diante do horizonte à vista que é Bob Dylan, nos citados discos torna-se referência principal a típica excentricidade britânica, na Inglaterra genialmente personificada pelos grupos de Canterbury, nos finais dos anos 60.

            Suzanne Vega e Peter Blegvad formam uma combinação que promete. Veremos se o gigantismo e a frieza da sala serão suficientes para apagar o fogo que ambos são capazes de atear, na qualidade de astros de primeira grandeza, que, embora pertencentes a constelações diferentes, se equivalem na intensidade do brilho.

 
CASCAIS Pavilhão do Dramático de Cascais, 6ª, 7, às 21h30
PORTO Coliseu do Porto, sáb., 8, às 21h30.

 

FIM DE SEMANA SEXTA-FEIRA, 7 DEZEMBRO 1990

 

Pacote de Natal

 NA CAPA

 

PACOTE DE NATAL

DISCOS
POP ROCK
FM assina os seguintes textos

 


JEAN-MICHEL JARRE
Waiting for Cousteau
Dreyfus 

O tema é a água, as profundidades oceânicas, o exotismo de paraísos distantes, beijados pelas ondas e onde apetece sonhar até ao fim dos dias.

Aventuras pelo reino marítimo, inspiradas nas viagens do velho mestre do Graal subaquático. Primeiro, as vertigens rítmicas do calipso, desaguando na “new age” (ou será melhor dizer “new wave”…?) do fim do século. Depois, na versão aumentada do CD, 46 minutos em que Jarre ensina a contemplação dos grandes arcanos submarinos.

O silêncio e a escuridão do fundo. A fauna e flora dos domínios de Neptuno, perturbados por estilhaços de vozes refractados de longe. Brian Eno não faria melhor.

 

 

MIKE OLDFIELD
Amarok
Virgin/Edisom









O ex-menino-prodígio da Virgin desistiu de armar em moderno e regressa em grande forma aos bons velhos tempos de “Hergest Ridge”, “Ommadawn” e “Incantatious”.

Um longo tema instrumental a ocupar a totalidade do álbum, a lista de artefactos musicais a não caber na folha (citam-se “tubos pendurados de metal, compridos e esteitos” para avivar a memória de forma delicada) e as inevitáveis participações da gaita-de-foles de Paddy Moloney, dos tambores africanos e dos coros femininos de Clodagh Simonds e Bridget St. John, remetem de imediato para as glórias de antanho. Quem dava já o velho Mike como morto e enterrado vai ter ainda de esperar.

 

 

LAURIE ANDERSON
Strange Angels
Warner Bros./WEA









Ideal para quem pretende passar por vanguardista sem grandes afrontamentos estéticos nem dolorosos exercícios de ginástica intelectual.

Laurie Anderson apresenta aqui a papinha toda feita, que é como quem diz, sabendo adaptar anteriores virulências conceptuais a uma acessibilidade que faz torcer o nariz aos viciados na dificuldade e gemer de prazer os amantes do erotismo gramatical da senhora. A estranheza flutua, desta vez, em canções de formato pop, às quais o visionarismo fragmentado da autora acrescenta um toque de inquietude.

 

 

BOBBY McFERRIN
Medicine Music
Emi/Valentim de Carvalho








 

Nada como uma boa voz para aquecer a ceia natalícia e, mais ainda, o Ano Novo. A de Bobby McFerrin cumpre na perfeição tal desígnio. Ainda por cima parece que a música deste disco cura, tornando-se assim ideal para curar as eventuais bebedeiras e ressacas do dia seguinte.

Os blues, o gospel, os ritmos africanos, tudo serve a “The Voice” McFerrin para fazer a voz brilhar, envergonhando todos aqueles miseráveis músicos que ainda necessitam de outros instrumentos para se acompanharem. Decididamente, o homem é da corda… vocal.

 

 

SEXTA-FEIRA, 7 DEZEMBRO 1990 FIM DE SEMANA

Vangelis - The City

 QUARTA-FEIRA, 5 DEZEMBRO 1990 POP ROCK

 
VANGELIS
The City
LP e CD, East West, distri. WEA

 











354º álbum conceptual do homem da eletrónica que tocou com Demis Roussos, esteve quase a dizer Yes e grava de vez em quando, com Jon Anderson, pomposas e líricas liturgias em louvor da grande harmonia cósmica.

Não atingindo a unidade formal e o brilhantismo das obras máximas “China” e “Mask”, ou a originalidade de “See you later”, “Beaubourg” e “Invisible Connections”, “The City” não desce contudo aos abismos de mediocridade de “Spiral” ou “Albedo 0.39”. Uma frase de Homero e um dia na grande cidade foram o pretexto para o grego se lançar em nova demonstração “hi-tech”, mais discreta e subtil que o habitual e a que nem falta, desta vez, o bom gosto. ***