Fernando Magalhães
22.04.2002 140254
Na electrónica, uma surpresa:
REQ: Sketchbook (ed.Warp).
Já tinha ouvido álbuns anteriores desta banda mas este é diferente, um passo numa direção desconhecida que faz o trip-hop e o pós-drum ‘n’ bass encontrar o tribalismo e um lado ritualístico personificado por bandas como os O Yuki Conjugate ou músicos como Don Cherry e Jon Hassell. Sons escuros e baixas frequências alternam com xilofones e mbiras mágicos e um minimalismo obscuro que, surpreendentemente, num dos temas (tema 9) se abre à influência nítida do Terry Riley de „A Rainbow in Curved Air”.
No rock:
GIANT SAND: Cover Magazine
The great underground vaudeville american album. Howe Gelb é o digno sucessor de Neil Young, Tom Waits e Stan Ridgway de uma vez só. E aqui também, um pouco surpreendentemente, de Alan Vega (ou Elvis Presley?), dos Suicide...
No universo indie:
A descoberta absoluta de MARY TIMONY (ex-Helium Icon), em „The Golden Dove”.
Inclassificável e desbravador de caminhos originais para o poprock alternativo. Pontos de memória convergente: Raincoats, Gentle Giant, Young Marble Giants intoxicados em ideias, os Velvet Underground às cambalhotas num caleidoscópio saturado de cores, Stereolab + Roxy Music (na magnífica „Musik and charming melodee”). Mas absolutamente original enquanto entidade que parece deslocada no tempo e no espaço „normais”...
Sentido da melodia pop menos óbvia (embora por vezes toque o falso bubblegum de uns Marine Research...), dissonâncias com o ouvido no pós-rock, sintetizadores analógicos com veneno, pianos elétricos fora de moda mas absolutamente encantatórios, sinos e um violino encharcado em açúcar e ácido. Harmonias vocais irresistíveis. O gosto por recantos e esquinas pouco ou nada frequentados, á medida que o álbum avança e se vai progressivamente afastando da pop e do rock que julgávamos já não ter segredos. Um pormenor de cravo e música barroca e o sorriso de Virginia Astley a espreitar em „Ash and Alice”. Difícil definir esta música onde a canção sem abrigo se cruza com a experimentação lo-fi e o gosto pela aventura.
A „Magnet” chama a MARY TIMONY „Kafka with a touch of Charles Manson”. Não estou bem a ver porquê. Mas vejo em „The Golden Dove” provavelmente a revelação indie do ano
FM
PS-A EMI acabou de editar um coletânea (recebi-a agora mesmo) com os artistas psicadélicos/Progressivos da editora Harvest, na sua época dourada de 1969/1970: Do alinhamento fazem parte: KEVIN AYERS, SYD BARRETT, BARCLAY JAMES HARVEST, EDGAR BROUGHTON BAND, THIRD EAR BAND, DEEP PURPLE, PETE BROWN & PIBLOKTO, THE MOVE, BABE RUTH, BATTERED ORNAMENTS, FOREST, SHIRLEY & DOLLY COLLINS, ELECTRIC LIGHT ORCHESTRA, SPONTANEOUS COMBUSTION, RON GEESIN & ROGER WATERS e WIZZARD.
REQ: Sketchbook (ed.Warp).
Já tinha ouvido álbuns anteriores desta banda mas este é diferente, um passo numa direção desconhecida que faz o trip-hop e o pós-drum ‘n’ bass encontrar o tribalismo e um lado ritualístico personificado por bandas como os O Yuki Conjugate ou músicos como Don Cherry e Jon Hassell. Sons escuros e baixas frequências alternam com xilofones e mbiras mágicos e um minimalismo obscuro que, surpreendentemente, num dos temas (tema 9) se abre à influência nítida do Terry Riley de „A Rainbow in Curved Air”.
No rock:
GIANT SAND: Cover Magazine
The great underground vaudeville american album. Howe Gelb é o digno sucessor de Neil Young, Tom Waits e Stan Ridgway de uma vez só. E aqui também, um pouco surpreendentemente, de Alan Vega (ou Elvis Presley?), dos Suicide...
No universo indie:
A descoberta absoluta de MARY TIMONY (ex-Helium Icon), em „The Golden Dove”.
Inclassificável e desbravador de caminhos originais para o poprock alternativo. Pontos de memória convergente: Raincoats, Gentle Giant, Young Marble Giants intoxicados em ideias, os Velvet Underground às cambalhotas num caleidoscópio saturado de cores, Stereolab + Roxy Music (na magnífica „Musik and charming melodee”). Mas absolutamente original enquanto entidade que parece deslocada no tempo e no espaço „normais”...
Sentido da melodia pop menos óbvia (embora por vezes toque o falso bubblegum de uns Marine Research...), dissonâncias com o ouvido no pós-rock, sintetizadores analógicos com veneno, pianos elétricos fora de moda mas absolutamente encantatórios, sinos e um violino encharcado em açúcar e ácido. Harmonias vocais irresistíveis. O gosto por recantos e esquinas pouco ou nada frequentados, á medida que o álbum avança e se vai progressivamente afastando da pop e do rock que julgávamos já não ter segredos. Um pormenor de cravo e música barroca e o sorriso de Virginia Astley a espreitar em „Ash and Alice”. Difícil definir esta música onde a canção sem abrigo se cruza com a experimentação lo-fi e o gosto pela aventura.
A „Magnet” chama a MARY TIMONY „Kafka with a touch of Charles Manson”. Não estou bem a ver porquê. Mas vejo em „The Golden Dove” provavelmente a revelação indie do ano
FM
PS-A EMI acabou de editar um coletânea (recebi-a agora mesmo) com os artistas psicadélicos/Progressivos da editora Harvest, na sua época dourada de 1969/1970: Do alinhamento fazem parte: KEVIN AYERS, SYD BARRETT, BARCLAY JAMES HARVEST, EDGAR BROUGHTON BAND, THIRD EAR BAND, DEEP PURPLE, PETE BROWN & PIBLOKTO, THE MOVE, BABE RUTH, BATTERED ORNAMENTS, FOREST, SHIRLEY & DOLLY COLLINS, ELECTRIC LIGHT ORCHESTRA, SPONTANEOUS COMBUSTION, RON GEESIN & ROGER WATERS e WIZZARD.
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