11/09/2009

Soft Machine - Virtually

Sons

6 de Março 1998
DISCOS – POP ROCK

Soft Machine
Virtually (8)
Cuneiform, distri. Ananana


Em 1968, Londres fervia na panela do psicadelismo ao lume de dois grupos seminais, os Pink Floyd e os Soft Machine. Consumada a esquizofrenia de Syd, os Floyd enveredaram pelo “space rock”. Com a saída de David Allen para os Gong e de Kevin Ayers para as praias da sua loucura particular, coube aos Soft Machine a reinvenção do “jazz” de fusão, segundo uma sensibilidade que nem pertencia à pop nem obedecia aos ditames da grande música negra. O duplo álbum “Third” (1970), que assinala esta viragem, é a obra-prima dos Softs, apresentando a formação clássica do grupo, com Mike Ratledge, Hugh Hopper, Robert Wyatt e Elton Dean. “Virtually” apresenta pela primeira vez em disco o concerto do grupo, realizado em Março de 1971 no Gondel Filmkunsttheater, em Bremen, na Alemanha, anteriormente apenas difundido via rádio. O álbum exemplifica, por um lado, a tendência, já então perceptível, entre a tendência mais melódica de Robert Wyatt e o gosto por arranjos e sequências instrumentais complexas impostos por Ratledge e Hopper e, por outro, as capacidades de improvisação do grupo. Assim, versões mais curtas de temas de “Third”, como “Slightly all the time”, “Facelift” e “Out bloody rageous”, a totalidade de “4th” (incluindo “Virtually”) e “All white” e “Pigling bland”, do volume “5”, apresentam aqui desenvolvimentos diferentes dos originais de estúdio, servidos por um som competente e uma organicidade que prova que os Soft Machine eram, nessa altura, bastante mais do que o cérebro e um matemático que um dia decidiu transformar o “jazz” num jogo de xadrez.

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