Pop Rock
14 Maio 1997
poprock
14 Maio 1997
poprock
Füxa
Very Well Organized
CHE-I, IMPORT. TORPEDO
É notável a forma como grande parte das bandas conotadas com o pós-rock estão a recuperar as sonoridades inimitáveis do velho sintetizador analógico Moog. Nas mãos dos Füxa, a invenção do doutor Robert Moog torna-se um brinquedo. A música dos Füxa, inteiramente instrumental, como vai sendo, aliás, norma no seio do pós-rock, tomo como ponto de partida o som e vive do som pelo som, gerando-se a partir de órgãos electrónicos fanhosos, um baixo pneumático, guitarras minerais e Moogs em constante diversão. Se as estruturas são básicas, evoluindo em torno de pequenas melodias repetitivas ou de sobreposições de efeitos maquinais, o mesmo não se pode dizer das texturas sonoras, domínio por que deve ser apreciada a proposta, ainda em gestação, dos Füxa. Os temas, cíclicos, criam uma atmosfera hipnótica de feira fantasma, que remete, uma vez mais, para o modelo dos Cluster, ora na sua vertente mais industrialista, num tema como “Unexplained transmission repair”, ora no jogo de lego electrónico de um álbum que, ano após ano, cresce em importância, “Zuckerzeit”. Curiosas, ainda, as emulações da guitarra planante de Manuel Göttsching, em “Pleasant orbitings”, ou o súbito agigantamento do órgão, expandindo-se num registo neocósmico, em “Unified frequency”, a fazer lembrar os Tangerine Dream de “Alpha Centauri” e “Zeit”. Um universo a prometer futuros desenvolvimentos, com outra individualidade e ambição. (7)
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