Sons
22 de Janeiro 1999
POP ROCK
Legendary Pink Dots
Nemesis on Line (8)
Soleilmoon, distri. Ananana
“Dezhtihnavazhkostzhinara” – “Canta enquanto puderes! Consegues sentir o espírito do tempo?” continua a ser o lema e a palavra mágica dos holandeses Legendary Pink Dots, uma das bandas mais antigas e menosprezadas do rock desalinhado, sistematicamente ausente das páginas das revistas, mesmo das mais especializadas. Proeza de vulto: os Legendary nunca gravaram um mau álbum, numa discografia que já ronda a vintena de títulos. Edward Ka’Spel, ou “O profeta Qa’Spel”, como se auto-intitula, continua a ser o mentor, o papa e o palhaço deste projecto, que, obra após obra, vem dando novos significados ao termo “psicadelismo”. Mesmo se “Nemesis On Line” denota algumas preocupações formais no sentido de acompanhar mais de perto algumas das correntes actuais da “dance music”, tal não significa que, no essencial, o caminho deixe de ir ao encontro do aprofundamento de uma alucinação que Kaspel vem cultivando, como se de uma religião se tratasse. O apocalipse, as relações (alquímicas?) entre o masculino e o feminino, as cores que se ocultam atrás do reino das sombras continuam a ser territórios ocupados pelo profeta. Mas, à medida que o túnel se estreita e os marcos de sinalização se tornam mais escassos e difusos, o risco aumenta em proporção. O código genético altera-se, em mutações tentaculares que abraçam o “acid jazz”, as dissonâncias serialistas e programações hesitantes entre o “kraut pop” e o curto-circuito. Avança-se sem guia, com os óculos de realidade virtual de Syd Barrett e uma gota de LSD no cérebro. Némesis, a deusa da vingança, penetrou nos circuitos da “net” para nos assombrar.
22 de Janeiro 1999
POP ROCK
Legendary Pink Dots
Nemesis on Line (8)
Soleilmoon, distri. Ananana
“Dezhtihnavazhkostzhinara” – “Canta enquanto puderes! Consegues sentir o espírito do tempo?” continua a ser o lema e a palavra mágica dos holandeses Legendary Pink Dots, uma das bandas mais antigas e menosprezadas do rock desalinhado, sistematicamente ausente das páginas das revistas, mesmo das mais especializadas. Proeza de vulto: os Legendary nunca gravaram um mau álbum, numa discografia que já ronda a vintena de títulos. Edward Ka’Spel, ou “O profeta Qa’Spel”, como se auto-intitula, continua a ser o mentor, o papa e o palhaço deste projecto, que, obra após obra, vem dando novos significados ao termo “psicadelismo”. Mesmo se “Nemesis On Line” denota algumas preocupações formais no sentido de acompanhar mais de perto algumas das correntes actuais da “dance music”, tal não significa que, no essencial, o caminho deixe de ir ao encontro do aprofundamento de uma alucinação que Kaspel vem cultivando, como se de uma religião se tratasse. O apocalipse, as relações (alquímicas?) entre o masculino e o feminino, as cores que se ocultam atrás do reino das sombras continuam a ser territórios ocupados pelo profeta. Mas, à medida que o túnel se estreita e os marcos de sinalização se tornam mais escassos e difusos, o risco aumenta em proporção. O código genético altera-se, em mutações tentaculares que abraçam o “acid jazz”, as dissonâncias serialistas e programações hesitantes entre o “kraut pop” e o curto-circuito. Avança-se sem guia, com os óculos de realidade virtual de Syd Barrett e uma gota de LSD no cérebro. Némesis, a deusa da vingança, penetrou nos circuitos da “net” para nos assombrar.
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