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16|NOVEMBRO|2001
discos|escolhas
BOBBY CONN
The Golden Age
Thrill Jockey, distri. Ananana
7|10
O
auto-proclamado anti-cristo que fez descer as forças do mal sobre a Costa Oeste
americana no álbum “Rise up!” está de volta. Conn é um excêntrico à boa maneira
de Kim Fowley, um Jonathan Richman sem a inocência deste, um ídolo às avessas
dos adolescentes. Em “The Golden Age” assume-se como alter-ego (ou infra-ego…)
de Ziggy Stardust, o rocker andrógino personificado por Bowie no auge da sua
fase “glam”. É todo um desfile de “clichés” da pop americana das décadas
douradas de 50, 60 e 70 que Conn transfigura numa sessão cinematográfica xunga
da meia-noite, com interlúdios de bossa-nova e disco sound. Os trejeitos
vocais, com ou sem a parceria feminina de Monica Boubou (belo apelido!), a
eletrónica “fora do sítio”, as ilustrações de violinos ou de metais “kitsch”,
ostentam a marca de um Bowie perversamente pueril. Partindo do Bowie de “Rock
& rol suicide”, Bobby Conn vê no rock ‘n’ rol a música do “day after”
nuclear. “The Golden Age” ostenta o bronzeado sarcástico de sons queimados pelo
artifício.
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