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30|NOVEMBRO|2001
escolhas|discos
KLANGKRIEG
Radionik
Cling Film, distri. Matéria Prima
8|10
Ultrapassado
o obstáculo inicial que é conseguir (literalmente) destruir o invólucro de
borracha que sela o CD, “Radionik” constitui um bom exemplo da vertente eletrónica
mais conotada com o industrialismo “kraut” de nomes como Asmus Tietchens ou
Conrad Schnitzler. É também a revelação do lado mais conceptual e
experimentalista de Felix Kubin, que nos habituámos a ver como genial
“jongleur” da eletrónica “nonsense” como é praticada para os lados da editora
Stora. O som dos Klangkrieg – Kubin e Tim Buhre – joga-se no campo oposto, dos
sons escuros, dos circuitos (mal) integrados, dos testes de frequências e da
maquinaria feroz. Não são já, sequer, as fábricas românticas onde trabalhavam
os Cluster, mas armazéns abandonados, contaminados por lixos tóxicos, que os
Klangkrieg percorrem, armados com os seus instrumentos de análise e disseminação
de ruído. A samplagem de uma fuga de gás no tema inicial, “Gas”, serve de introdução
a este cenário pos-apocalíptico onde a desolação escorre através de um
labiríntico sistema de oleodutos residuais.
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