POP ROCK
6 de Novembro de 1996
portugueses
6 de Novembro de 1996
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More República Masónica
Equalizer
EXIT ESTUDIO, DISTRI. MÚSICA ALTERNATIVA
Um ano depois da edição de “Blow your Mind (with Supersonic Meditation)”, os More República Masónica apuraram o seu gosto de melómanos pelo rock’n’roll das últimas três décadas, recorrendo desta feita aos serviços do produtor Marsten Bailey, na procura de um som mais sofisticado. Ou mais “equalizado”… Agora, por trás da barreira das guitarras eléctricas, tão saturadas de adrenalina e de memórias como no álbum anterior, chegam à superfície da mistura outro tipo de sonoridades, ora acústicas, ora com proveniência exterior, como o violino de Mário Resende, dos Duplex Longa, a conferir a “Bloom” e “Roads” o mesmo tipo de tempero que John Cale adicionava, com a sua viola de arco, à metalomecânica dos Velvet Underground. Rock com cheiro a flores murchas e consistência de óleos pesados continua a ser o domínio preferencial dos More República Masónica, desta feita com abertura ao “reggae”, em “Grounded song”, a inclusão de uma “pastiche” de Frank Black ao volante dos Cars, em “Karaoke nightmare”, e o mesmo ouvido atento às sirenes do som de Detroit, de bandas como os Stooges e MC5. Ou ainda o registo alucinatório-mutante dos Chrome, num tema de violência terminal, como “Parasite”. O que significa que para os MRM psicadelismo é sinónimo de “bad trip”, na equalização psicótica de épocas e registos díspares em que o “speed” e o “riff” recortado a canivete são factores comuns de mais esta sessão de “meditação supersónica” a que a divagação sonambúlica, na versão de “Roads”, dos Portishead, vem pôr termo. (7)
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