01/06/2009

Pascal Comelade, Pierre Bastien, Jac Berrocal, Jaki Liebezeit - Oblique Sessions

Sons

7 de Novembro 1997
DISCOS - POP ROCK

Pascal Comelade, Pierre Bastien, Jac Berrocal, Jaki Liebezeit
Oblique Sessions (6)

Les disques du Soleil et de l’Acier, import. Ananana

Brinquedos e mais brinquedos. A princípio pareceu original, mesmo encantador. Depois, pouco a pouco, o universo falsamente infantil de Pascal Comelade foi perdendo a magia e os brinquedos as peças. Era preciso mudar. Comelade chamou o seu discípulo Pierre Bastien, também ele inventor de um dispositivo musical artesanal, o “meccanium”, Jac Berrocal, homem conhecido das músicas mais “free” que se fazem em França, e Jaki Liebzeit, antigo baterista dos Can. Para potenciar ainda mais o efeito de mudança foi utilizada a mesma mesa de misturas das “Estratégias Oblíquas”, inventada e usada pela primeira vez por Brian Eno e pelo pintor Peter Schmidt no álbum “Taking Tiger Mountain (By Strategy)”. Desgraça! Nada mudou. Em vez de largarem os brinquedos, o que aconteceu foi Berrocal e Bastien ficarem, também eles, fascinados pelos pianos, guitarra e flautas de plástico, cabendo a Jaki Liebezeit pôr ordem no caos com as suas percussões metronómicas. Temos então mais uma sessão de valsas, tangos e pequena “varieté” de corda, afixados com títulos evocativos como “Jours tranquiles a Rodez”, “Morceau en forme de pinces” ou “Souviens-toi de ces douces soirées”, tão do agrado de Comelade, ao lado de uma versão cambaleante de “Prime of life”, de Neil Young, e outra, desengonçada, de “Shikaku maru ten”, dos Can. Os dois únicos temas vocalizados, por Jac Berrocal, fazem a vénia a Eno e a Robert Wyatt (por via de Ivor Cutler, em “Rock Bottom”). Ao menos podia mudar para brinquedos a pilhas.

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