25/03/2010

E o prémio vai para... [Peter Hammill]

Sons

16 de Outubro 1998

O PÚBLICO propõe um Nobel para a música

E o prémio vai para...

PETER HAMMILL

Se houvesse um Prémio Nobel subjectivo e intransmissível, atribui-lo-ia a Peter Hammill, músico e poeta inglês em actividade desde os anos 60. Mas esse é o curso subterrâneo e mágico das afinidades e das coincidências da alma. Artista romântico, no sentido em que o indivíduo concentra sobre si o grande combate cósmico do bem contra o mal, Peter Hammill acrescentou a esta dimensão, que prolonga o drama existencial de poetas como Novalis ou Höelderlin, uma extraordinária capacidade poética e um não menor talento para teatralizar vocal e instrumentalmente a força do verbo. Um verbo que desce à Terra pelos braços do inconsciente colectivo de Jung e de Laing numa ampliação que é, também, uma aventura vivida em conjunto e em segredo no cume da montanha de que Nietzsche falava. Bastaria o facto de ter gravado duas das obras-primas que hão-de assombrar, para sempre, a música popular – “Pawn Hearts”, de 71, com os Van Der Graaf Generator e “In Camera”, de 74, a solo – para ser digno de um prémio na categoria imaginária dos Grandes Exploradores.

... já agora, o resto da lista:
Nuno Pacheco à Amália
Augusto M. Seabra à Pierre Boulez
Nuno Corvacho à Brian Eno
Luis Maio à KLF
Cristina Fernandes à Yehudi Menuhin
Carlos Mota à Lou Reed
Virgílio Melo à Karlheinz Stockhausen
Rui Catalão à Caetano Veloso
Rui Cidra à Neil Young

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