Sons
1 de Outubro 1999
David Sylvian
Approaching Silence (7)
Virgin, distri. EMI - VC
Sombras, reflexos, visões de ópio, o Oriente distante a ressoar no lado escuro da mente. A música de David Sylvian nunca foi propriamente um bom exemplo de mensagens adaptáveis aos três minutos e picos dispensados pelo formato canção. Mesmo nos Japan – cuja pop electrónica marcada pelo exotismo afastou este grupo da conduta principal por onde escorria o então designado tecnopop – David Sylvian cultivou sempre a imagem de “autor”, um pouco blasé, que acompanha à distância as correntes da moda, mais por imperativo da profissão do que por verdadeiras motivações interiores. “Ghosts”, um dos temas mais conseguidos dos Japan, é um bom exemplo desta estratégia de desfocagem que, de resto, se estende ao próprio registo vocal do cantor. “Brilliant Trees”, com que estreou a solo, é justamente considerado o zénite do que poderíamos designar por Pop ambiental, um álbum onde as presenças de Jon Hassell e Holger Czukay empurraram em definitivo Sylvian para territórios que aprofundaria no par de álbuns que gravou de parceria com o baixista dos Can, “Plight and Premonition” e “Flux + Mutability” e com Robert Fripp, “The First Day” e “Damage”. “Approaching Silence” representa a extensão lógica desta vertente que o ex-Japan assume como improvisacional (ver entrevista), em duas longas paisagens instrumentais, “The beekeeper’s apprentice” e “Approaching silence” dominadas por drones de “guitarras infinitas”, cristalizações de gongos e sinos e sintetizadores em suspensão. No título-tema ressalta o lado xamanístico das “frippertronics” de Robert Fripp. Pelo meio, o interlúdio de vozes sampladas, “Epiphany”, constitui o pretexto para Sylvian explanar simbolicamente alguns dos princípios espirituais que desde longa data norteiam o seu trabalho. Um espaço aberto ao fim que se quiser.
1 de Outubro 1999
David Sylvian
Approaching Silence (7)
Virgin, distri. EMI - VC
Sombras, reflexos, visões de ópio, o Oriente distante a ressoar no lado escuro da mente. A música de David Sylvian nunca foi propriamente um bom exemplo de mensagens adaptáveis aos três minutos e picos dispensados pelo formato canção. Mesmo nos Japan – cuja pop electrónica marcada pelo exotismo afastou este grupo da conduta principal por onde escorria o então designado tecnopop – David Sylvian cultivou sempre a imagem de “autor”, um pouco blasé, que acompanha à distância as correntes da moda, mais por imperativo da profissão do que por verdadeiras motivações interiores. “Ghosts”, um dos temas mais conseguidos dos Japan, é um bom exemplo desta estratégia de desfocagem que, de resto, se estende ao próprio registo vocal do cantor. “Brilliant Trees”, com que estreou a solo, é justamente considerado o zénite do que poderíamos designar por Pop ambiental, um álbum onde as presenças de Jon Hassell e Holger Czukay empurraram em definitivo Sylvian para territórios que aprofundaria no par de álbuns que gravou de parceria com o baixista dos Can, “Plight and Premonition” e “Flux + Mutability” e com Robert Fripp, “The First Day” e “Damage”. “Approaching Silence” representa a extensão lógica desta vertente que o ex-Japan assume como improvisacional (ver entrevista), em duas longas paisagens instrumentais, “The beekeeper’s apprentice” e “Approaching silence” dominadas por drones de “guitarras infinitas”, cristalizações de gongos e sinos e sintetizadores em suspensão. No título-tema ressalta o lado xamanístico das “frippertronics” de Robert Fripp. Pelo meio, o interlúdio de vozes sampladas, “Epiphany”, constitui o pretexto para Sylvian explanar simbolicamente alguns dos princípios espirituais que desde longa data norteiam o seu trabalho. Um espaço aberto ao fim que se quiser.
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