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14|DEZEMBRO|2001
escolhas|discos
MUTANTES
Tudo foi Feito pelo Sol
Gala, distri. Som Livre
7|10
É
verdade que a produção dos anos 60 deste grupo brasileiro, marcada pelo
psicadelismo e pelo visionarismo psicotrópico, é mais estimulante do que esta
versão setentista, já sem a voz da hippie Rita Lee e com o abandono aparente do
consumo de drogas alucinogéneas que faziam com que “Mutantes” ou “A Divina
Comédia ou Ando Meio Desligado” soassem ainda mais esquisitos. “Tudo foi Feito
pelo Sol” (1975) resultou, afinal, de uma evolução semelhante sofrida pela
maioria das bandas inglesas, na transição dos anos 60 para os 70, isto é, do
Psicadelismo para o Rock Progressivo. As colagens sem lógica, os “cut-ups”, o
“nonsense” e os efeitos de estúdios geniais das primeiras obras deram lugar a
solos de guitarra e teclados, temas longos, riffs onde o bom gosto não esconde
a manifestação de um certo exibicionismo, e vocalizações esganiçadas que
lembram os Deep Purple. Ainda assim, “Tudo foi Feito pelo Sol” sobrevive à
vulgaridade. O que quer dizer que no meio dos clichés sobressaem ainda música
descomprometida e lampejos da antiga loucura.
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