Y 1|ABRIL|2005
roteiro|discos
AMON TOBIN
Chaos Theory
Ninja Tune, distri. Ananana
8|10
É
um dos reis do corte e costura sonoro, a tal ponto que na sua música tudo
parece fluir com a naturalidade que os meios e a prática que levaram à sua
elaboração desmentem. Porque na música deste brasileiro radicado em Londres
nada é o que parece mas o resultado de subtis manipulações de fontes acústicas
tornadas, nalguns casos, irreconhecíveis. “Chaos Theory” é quase uma banda
sonora, composta para o jogo de computador da série “Splinter Cell”, por
encomenda da firma fabricante. Talvez por isso é o mais ambiental dos discos de
Tobin para o qual cada faixa foi feita como se de música para um filme de Dario
Argento se tratasse. Diz ele. O que é acústico soa como eletrónico mas o oposto
também é verdade. Há um baixo e um violino à solta em “The lighthouse” mas em
“Ruthless” já os materiais se confundem num magma de sons. O que distingue,
porém, Tobin da concorrência é a originalidade das ideias, nunca descendo ao formulário
vulgar do “drum ‘n’ bass” que continua a ser a base do seu trabalho. Há sempre uma
reviravolta, um som que parece não bater certo mas que não poderia estar noutro
lugar. Não escandaliza chamar a este mural mutante de “psicadélico”.
roteiro|discos
Chaos Theory
Ninja Tune, distri. Ananana
8|10
Sem comentários:
Enviar um comentário