Sons
11 de Junho 1999
DISCOS – POP-ROCK
David Thomas
Mirror Man (7)
Cooking Vinyl, distri. Megamúsica
Composto para uma encomenda do South Bank Center, em Londres, e estreado ao vivo em Abril de 1998 no Queen Elizabeth Hall, no âmbito de um festival de quatro dias organizado pelo vocalista dos Pere Ubu, o David Thomas: Disastrodome!, “Mirror Man” avança um pouco mais na via de estranheza percorrida pelo cantor com corpo de gorila e cara de bebé. Mesmo sem entrar nos meandros filosóficos do conceito a que David Thomas chamou “disastrodome!” (espécie de manual do apocalipse na primeira pessoa do singular), é tarefa difícil decifrar este “Mirror Man”, subintitulado “Jack & the General”. Fala de formas de comunicação. Como metáfora de formas de controlo. Thomas começa por citar o Presidente Eisenhower que, “numa voz paciente e utilizando palavras curtas” terá dito qualquer coisa como isto: “Um sistema de estradas interestadual não tem nada a ver com chegar a algum lado e tudo a ver com o tempo e o espaço e com os hieróglifos da mente.” Logo a seguir, interroga-nos: “Não ouviram, pois não?” Entre declamações e canções estranhas vocalizadas pelo próprio Thomas (apenas creditado em “Nowheresville” embora a sua voz apareça noutros temas), ou por convidados como Linda Thompson, Jackie Leven e Robert Kidney, “Mirror Man” é o equivalente de um “road movie” como “Ao Correr do Tempo” de Wim Wenders, por vezes evocativo da viagem do “homem no elevador” de Heiner Goebbels e Heiner Muller, outras possuído pela estranheza de um David Lynch ou por uma teatralidade brechtiana. Um álbum de palavras, solidão e pesadelos, acompanhado pela Pale Orchestra, de cuja formação fazem parte Peter Hammill, no órgão de pedais, e Chris Cutler, na bateria electrificada.
11 de Junho 1999
DISCOS – POP-ROCK
David Thomas
Mirror Man (7)
Cooking Vinyl, distri. Megamúsica
Composto para uma encomenda do South Bank Center, em Londres, e estreado ao vivo em Abril de 1998 no Queen Elizabeth Hall, no âmbito de um festival de quatro dias organizado pelo vocalista dos Pere Ubu, o David Thomas: Disastrodome!, “Mirror Man” avança um pouco mais na via de estranheza percorrida pelo cantor com corpo de gorila e cara de bebé. Mesmo sem entrar nos meandros filosóficos do conceito a que David Thomas chamou “disastrodome!” (espécie de manual do apocalipse na primeira pessoa do singular), é tarefa difícil decifrar este “Mirror Man”, subintitulado “Jack & the General”. Fala de formas de comunicação. Como metáfora de formas de controlo. Thomas começa por citar o Presidente Eisenhower que, “numa voz paciente e utilizando palavras curtas” terá dito qualquer coisa como isto: “Um sistema de estradas interestadual não tem nada a ver com chegar a algum lado e tudo a ver com o tempo e o espaço e com os hieróglifos da mente.” Logo a seguir, interroga-nos: “Não ouviram, pois não?” Entre declamações e canções estranhas vocalizadas pelo próprio Thomas (apenas creditado em “Nowheresville” embora a sua voz apareça noutros temas), ou por convidados como Linda Thompson, Jackie Leven e Robert Kidney, “Mirror Man” é o equivalente de um “road movie” como “Ao Correr do Tempo” de Wim Wenders, por vezes evocativo da viagem do “homem no elevador” de Heiner Goebbels e Heiner Muller, outras possuído pela estranheza de um David Lynch ou por uma teatralidade brechtiana. Um álbum de palavras, solidão e pesadelos, acompanhado pela Pale Orchestra, de cuja formação fazem parte Peter Hammill, no órgão de pedais, e Chris Cutler, na bateria electrificada.
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