Sons
14 de Maio 1999
POP ROCK
Pan Sonic
A (8)
Blast First, distri. Symbiose
Depois de Matilde Santing ter perdido o “h” de Mathilde é a vez de os Panasonic deixarem cair o “A” e passarem a chamar-se Pan Sonic. Guardaram a letra para o título e lançaram já um maxi que carimbaram com um rotundo “B”. Um abecedário que promete. A dupla dos noruegueses Mika Vainio e Ilpo Väisänen, depois de no ano passado terem recriado em conjunto com Alan Vega o som dos Suicide, em “Endless”, voltaram a recolher-se ao quarto escuro dos primeiros tempos. Um quarto fechado e sem móveis, penetrado durante 24 horas por dia pelos ruídos da monotonia e da alienação. “A” tem a subtileza de uma esfera de chumbo e o apelo de uma sala de operações a funcionar no vazio. É a máquina de tortura inventada por uma das personagens de Kafka e uma cápsula de transcendência para tomar entre dois acesos de paranóia. A música dos Pan Sonic detesta o romantismo e as cores do arco-íris. Mas nutre toda a simpatia pelas linhas de montagem dos primeiros Cluster e Kraftwerk e pelas chagas de metal da música industrial. O metal de “A” não tem ferrugem, é metal vivo, como uma criatura saída da imaginação de um cientista louco. “A” é bom para meditar desde que seja sobre o nada. “A” é um afrodisíaco desde que o parceiro(a) seja um boneco(a) insuflável. “A” é música ambiente da cidade do futuro que todos desejamos que nunca venha a existir. “A” é a primeira letra do fim. “A” é “endless”, não tem fim. “The torture never stops” cantava Frank Zappa no álbum “Zoot Allures”. Mas o que provoca dor no humano dá prazer à máquina. Uma máquina programada para castigar o homem e para se masturbar até ao infinito.
14 de Maio 1999
POP ROCK
Pan Sonic
A (8)
Blast First, distri. Symbiose
Depois de Matilde Santing ter perdido o “h” de Mathilde é a vez de os Panasonic deixarem cair o “A” e passarem a chamar-se Pan Sonic. Guardaram a letra para o título e lançaram já um maxi que carimbaram com um rotundo “B”. Um abecedário que promete. A dupla dos noruegueses Mika Vainio e Ilpo Väisänen, depois de no ano passado terem recriado em conjunto com Alan Vega o som dos Suicide, em “Endless”, voltaram a recolher-se ao quarto escuro dos primeiros tempos. Um quarto fechado e sem móveis, penetrado durante 24 horas por dia pelos ruídos da monotonia e da alienação. “A” tem a subtileza de uma esfera de chumbo e o apelo de uma sala de operações a funcionar no vazio. É a máquina de tortura inventada por uma das personagens de Kafka e uma cápsula de transcendência para tomar entre dois acesos de paranóia. A música dos Pan Sonic detesta o romantismo e as cores do arco-íris. Mas nutre toda a simpatia pelas linhas de montagem dos primeiros Cluster e Kraftwerk e pelas chagas de metal da música industrial. O metal de “A” não tem ferrugem, é metal vivo, como uma criatura saída da imaginação de um cientista louco. “A” é bom para meditar desde que seja sobre o nada. “A” é um afrodisíaco desde que o parceiro(a) seja um boneco(a) insuflável. “A” é música ambiente da cidade do futuro que todos desejamos que nunca venha a existir. “A” é a primeira letra do fim. “A” é “endless”, não tem fim. “The torture never stops” cantava Frank Zappa no álbum “Zoot Allures”. Mas o que provoca dor no humano dá prazer à máquina. Uma máquina programada para castigar o homem e para se masturbar até ao infinito.
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