Sons
30 de Abril 1999
DISCOS – POP ROCK
Matilde Santing And The Oversoul 13
To Others to One (8)
Epic, distri. Sony Music
O “h” de Mathilde ficou pelo caminho, mas não a extraordinária capacidade interpretativa desta cantora holandesa, que a partir de “Water under the Bridge” se dedicou por inteiro a dar voz a composições das mais variadas épocas e proveniências. Em “To Others to One” a paleta de composições inclui Dave Matthews, M. Gay, Irving Berlin, Neil e Tim Finn (Split Enz, Crowded House) e Janis Ian, entre outros, completadas por um par de canções compostas por Sebastian Koolhoven, co-produtor e teclista do álbum. Matilde envolve cada vez mais a sua música numa aura de imaterialidade que aqui atinge a máxima pureza e irrealidade num tema popularizado há alguns anos por Black, “Wonderful life”. Mais ainda do que o original, a versão de Matilde Santing cria um ambiente de sonho e nostalgia do paraíso perdido onde a ambiguidade e o conflito de emoções predominam. Num registo oposto está o funk, deliciosamente datado, de “Innercity blues”, de Marvin Gaye. “How deep is the ocean”, de Irving Berlin, ecoa no espaço amplo de uma catedral, nas ondulações de um vibrafone e na respiração serena da vocalização. “Where is my soul”, dos irmãos Tim e Neil Finn, evolui nas mesmas águas, acentuando a sensação de distanciamento e de nostalgia que marcam todo o álbum, recuperando um pouco do ambiente surreal do jardim de enigmas que é “Water under the Bridge”. Mesmo em “Ready for the war”, cuja dinâmica rítmica tira a carne e o nervo a uma qualquer história de sangue de Kate Bush até restar a elegância helénica de uma Joni Mitchell, prevalece o balanço calmo e a postura de diva que paira acima do comum dos mortais. “To Others To One” é um filme de amor para ver e ouvir num daqueles dias onde o sol e a chuva se casam num arco-íris.
30 de Abril 1999
DISCOS – POP ROCK
Matilde Santing And The Oversoul 13
To Others to One (8)
Epic, distri. Sony Music
O “h” de Mathilde ficou pelo caminho, mas não a extraordinária capacidade interpretativa desta cantora holandesa, que a partir de “Water under the Bridge” se dedicou por inteiro a dar voz a composições das mais variadas épocas e proveniências. Em “To Others to One” a paleta de composições inclui Dave Matthews, M. Gay, Irving Berlin, Neil e Tim Finn (Split Enz, Crowded House) e Janis Ian, entre outros, completadas por um par de canções compostas por Sebastian Koolhoven, co-produtor e teclista do álbum. Matilde envolve cada vez mais a sua música numa aura de imaterialidade que aqui atinge a máxima pureza e irrealidade num tema popularizado há alguns anos por Black, “Wonderful life”. Mais ainda do que o original, a versão de Matilde Santing cria um ambiente de sonho e nostalgia do paraíso perdido onde a ambiguidade e o conflito de emoções predominam. Num registo oposto está o funk, deliciosamente datado, de “Innercity blues”, de Marvin Gaye. “How deep is the ocean”, de Irving Berlin, ecoa no espaço amplo de uma catedral, nas ondulações de um vibrafone e na respiração serena da vocalização. “Where is my soul”, dos irmãos Tim e Neil Finn, evolui nas mesmas águas, acentuando a sensação de distanciamento e de nostalgia que marcam todo o álbum, recuperando um pouco do ambiente surreal do jardim de enigmas que é “Water under the Bridge”. Mesmo em “Ready for the war”, cuja dinâmica rítmica tira a carne e o nervo a uma qualquer história de sangue de Kate Bush até restar a elegância helénica de uma Joni Mitchell, prevalece o balanço calmo e a postura de diva que paira acima do comum dos mortais. “To Others To One” é um filme de amor para ver e ouvir num daqueles dias onde o sol e a chuva se casam num arco-íris.
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