Sons
16 de Abril 1999
DISCOS – POP ROCK
Faust
Ravvivando (7)
Klangbad, distri. Ananana
Como Julian Cope tão bem faz notar na sua pequena bíblia apologética do “krautrock”, o livro “Krautrocksampler”, uma das virtudes dos Faust foi a percepção exacta que tiveram do momento. Praticantes de uma estética de provocação com raízes no rock repetitivo dos Velvet Underground e no humor explosivo dos Mothers of Invention, ou ainda na corrente da música concreta, os Faust abriram uma cratera no som dos progressivos ingleses dos anos 70, introduzindo-lhe no ventre uma granada. Fizeram história. Uma história curta, intensa e recheada de mistério. Nos anos 90 os Faust regressaram das cinzas para desfazerem o mito. Primeiro através de uma montagem genialmente conduzida por Jim O’Rourke (“Rien”), depois com uma inspirada operação de mímica operada pelos próprios a rasgar a memória (“You Know FaUSt”), os Faust apostaram em deitar abaixo o castelo construído nos anos 70. “Ravvivando” é um bom álbum, mas um álbum em que os Faust se mostram demasiado empenhados em soar da maneira que deles esperam os velhos apreciadores do grupo. O som tem a sua marca inconfundível, com a diferença de que entretanto já passaram 25 anos. Em 1999 a banda germânica é uma banda tardia de música industrial que destrói os palcos por onde passa (como fizeram os Einsturzende Neubauten na década anterior) e à qual faz falta a subtileza melódica de Jean-Hervé Péron, que já abandonou o grupo. Werner Diermaier e Joachim Irmler sabem, melhor do que ninguém, como transformar o ruído em música. Nas não há nada de novo na floresta queimada dos Faust. O que é um pouco triste num grupo que há um quarto de século atrás fez da novidade a sua bandeira.
16 de Abril 1999
DISCOS – POP ROCK
Faust
Ravvivando (7)
Klangbad, distri. Ananana
Como Julian Cope tão bem faz notar na sua pequena bíblia apologética do “krautrock”, o livro “Krautrocksampler”, uma das virtudes dos Faust foi a percepção exacta que tiveram do momento. Praticantes de uma estética de provocação com raízes no rock repetitivo dos Velvet Underground e no humor explosivo dos Mothers of Invention, ou ainda na corrente da música concreta, os Faust abriram uma cratera no som dos progressivos ingleses dos anos 70, introduzindo-lhe no ventre uma granada. Fizeram história. Uma história curta, intensa e recheada de mistério. Nos anos 90 os Faust regressaram das cinzas para desfazerem o mito. Primeiro através de uma montagem genialmente conduzida por Jim O’Rourke (“Rien”), depois com uma inspirada operação de mímica operada pelos próprios a rasgar a memória (“You Know FaUSt”), os Faust apostaram em deitar abaixo o castelo construído nos anos 70. “Ravvivando” é um bom álbum, mas um álbum em que os Faust se mostram demasiado empenhados em soar da maneira que deles esperam os velhos apreciadores do grupo. O som tem a sua marca inconfundível, com a diferença de que entretanto já passaram 25 anos. Em 1999 a banda germânica é uma banda tardia de música industrial que destrói os palcos por onde passa (como fizeram os Einsturzende Neubauten na década anterior) e à qual faz falta a subtileza melódica de Jean-Hervé Péron, que já abandonou o grupo. Werner Diermaier e Joachim Irmler sabem, melhor do que ninguém, como transformar o ruído em música. Nas não há nada de novo na floresta queimada dos Faust. O que é um pouco triste num grupo que há um quarto de século atrás fez da novidade a sua bandeira.
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