Y
8|MARÇO|2002
roteiro|discos
DAVY SPILLANE
The Sea of Dreams
Covert, distri. Sony Music
5|10
Transformou-se
num ódio de estimação, nada a fazer quanto a isso. Nós bem tentamos, mas tem
sido o próprio Spillane, ano após ano, álbum após álbum, a deitar por terra
todas as expetativas de ver nele, mais do que um excelente executante de
“uillean pipes” e “tin whistle”, um músico avesso a concessões. “The Sea of
Dreams” até começa promissor, com um “River of gems” soando a “lamente”
tradicional. Mas é sol de pouca dura. Os tapetes de sintetizadores, o “fator
‘Riverdance’” e a tendência – parece que inevitável – para tombar em todos os
clichés que a “new age” tem para oferecer, criam o tal som delicodoce e
enjoativo que, infelizmente, parecem ter-se tornado inseparáveis do gaiteiro
irlandês. Assim, “The Sea of Dreams”, apesar do bónus de duas sentidas
vocalizações de Sinead O’Connor, em “The dreaming of the bones” e “Danny boy”,
não é, nem pretenderá ser, mais do que um dos intocáveis produtos destinados a
atafulhar as estantes da “new age/celtic” onde muitos satisfazem os seus
apetites de misticismo. Um mar de sonhos desfeitos. Agradáveis, inócuos em
última análise, vazios.
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