11/02/2016

Davy Spillane - The Sea Of Dreams

Y 8|MARÇO|2002
roteiro|discos

DAVY SPILLANE
The Sea of Dreams
Covert, distri. Sony Music
5|10


Transformou-se num ódio de estimação, nada a fazer quanto a isso. Nós bem tentamos, mas tem sido o próprio Spillane, ano após ano, álbum após álbum, a deitar por terra todas as expetativas de ver nele, mais do que um excelente executante de “uillean pipes” e “tin whistle”, um músico avesso a concessões. “The Sea of Dreams” até começa promissor, com um “River of gems” soando a “lamente” tradicional. Mas é sol de pouca dura. Os tapetes de sintetizadores, o “fator ‘Riverdance’” e a tendência – parece que inevitável – para tombar em todos os clichés que a “new age” tem para oferecer, criam o tal som delicodoce e enjoativo que, infelizmente, parecem ter-se tornado inseparáveis do gaiteiro irlandês. Assim, “The Sea of Dreams”, apesar do bónus de duas sentidas vocalizações de Sinead O’Connor, em “The dreaming of the bones” e “Danny boy”, não é, nem pretenderá ser, mais do que um dos intocáveis produtos destinados a atafulhar as estantes da “new age/celtic” onde muitos satisfazem os seus apetites de misticismo. Um mar de sonhos desfeitos. Agradáveis, inócuos em última análise, vazios.

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