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12|ABRIL|2002
roteiro|discos
STARS OF THE LID
The Tired Sounds of Stars of the Lid
2xCD Kranky, distri. Sabotage
8|10
O título pode ter
conotações pejorativas, mas não é por aí que deve ser avaliada a música da
dupla Brian McBride e Adam Wiltzie. Não é o cansaço mas a noção de tempo
infinito que se desprende da audição de “The Tired Sounds of…”. Os Stars of the
Lid (SOTL) aproveitam todo o tempo do mundo para estender as suas longas drones
de eletrónica emitidas a partir do centro de buracos negros. Como em “The
Ballasted Orchestra”, “Avec Laudenum” ou “Gravitional Pull vs. the Desire for
an Aquatic Life”, a música que lentamente inunda o nosso cérebro (dela se diz
que “tem menos a ver com o espaço exterior do que com o espaço interior”)
parece jorrar de uma fonte ininterrupta de tonalidades “ambient” e harmonias
subliminares. E se a entrada, “Requiem for dying mothers”, sugere uma abertura
ao ritmo sem precedentes na obra anterior dos SOTL, compondo uma estranha
sonata de “eletrónica de câmara” que soa tanto a Gavin Bryars como a Roger Eno,
a verdade é que todo este teatro de sons sem margem à vista, mais do que a
Brian Eno, é a La Monte Young que deve a sua sustentação.
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