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12|ABRIL|2002
roteiro|discos
SOUL CENTER
Soul Center
Novamute, distri. Zona Música
7|10
Thomas Brinkmann,
aliás Soul Center, enceta a terceira etapa da sua cruzada a favor de um “back
to the basics” da “dance music” que junta as pontas da tecnologia “hi-tech” à
raiz da “soul” e do “rhythm ‘n’ blues”. Claro que se pode observar através do
prisma da ironia esta estratégia de remontagem, do ritmo e da alma, que remete
para os manifestos tribais de Sly and the Family Stone, sem que daí se possa
inferir qualquer desvalorização. A “soul” de Thomas Brinkmann é techno, o
prazer confunde-se com a mecânica, como o do cão-robô que, na capa, persegue um
osso-robô, mas o que o músico alemão continua a conseguir fazer como ninguém é
por qualquer um a dançar como uma marioneta sem vontade. Recorrendo a samples
de Isaac Hayes ou dos Soul Children, formatados em programações infatigáveis
ou, em “I know”, cavando um poço de baixos “dub” que parece não ter fundo,
“Soul Center” soa talvez mais analítico e “pensado” que os anteriores
capítulos, mas o resultado é o mesmo: gastar as solas dos sapatos.
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