26
de Maio 2000
POP
ROCK - DISCOS
Rechenzentrum
Rechenzentrum
(8/10)
Kitty-Yo, distri. Symbiose
Sabem aqueles jogos de computador
cheios de corredores e galerias que se percorrem de trás para diante à procura
de uma porta de saída para o “exterior”? A música dos Rechenzentrum, mais um
grupo alemão para quem a eletrónica é um modo de vida, funciona da mesma
maneira. Entra-se nela como num labirinto e torna-se difícil sair de lá. A
princípio parece que o caminho é sempre em frente. O “groove” estabelece-se de
entrada, em “Absent minded”, com o rigor de uma tabela matemática, implacável,
algures entre a pista de dança e um quarto deixado vago pelos Kraftwerk. Mas no
“Das Hillsbach Triptychon” que se segue, a imagem perde em linearidade para se
pulverizar num mosaico de microrritmos em rotação e o mesmo tipo de refrações
“dub” que os Kreidler usaram no seu álbum de remisturas, “Resport”. A terceira
e última parte do tríptico, “Ausnahme”, é um fantástico momento de eletrónica
com um “smile” enorme afixado no monitor do computador, samba cibernético onde
cada som se solta como uma colorida serpentina de ADN. O longo
“Bildschirmschoner” provoca, por seu lado, um estado de hipnose profunda ao fim
de alguns minutos. Tecno-Prozac elaborado no mesmo laboratório de química dos
L@N, transmite informação subliminar ao córtex cerebral. “Remix”, “Camera
silens/SFB 115”, o misterioso “Uecker randow” (na linha dos Tarwater recentes),
o par “Submarine” e “King ant” (Tone Rec em versão “softcore”), “Planet Janet”
(um vencedor, em qualquer pista de dança alternativa) e “Samurai”, industrial a
la Funkstörung, completam o alinhamento de mais este objeto incontornável da
nova fábrica de música eletrónica alemã.
Para ouvir, clique: Rechenzentrum - Das Hilsbach Triptychon: Ausnahme
Para ouvir, clique: Rechenzentrum - Das Hilsbach Triptychon: Ausnahme
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