2
de Junho 2000
POP
ROCK - DISCOS
Stereolab
The
First of the Microbe Hunters (8/10)
Duophonic, distri. MVM
Depois da semi-desilusão que
constituiu para mim a edição de “Cobra and Phases Group Play Voltage in the
Milky Night” que, em comparação com a excelência de “Emperor Tomato Ketchup”
(não ouvi, entretanto, “Dots & Loops”), me soou algo débil e com falta de
convicção, “The First of the Microbe Hunters”, referenciado nalgumas fontes
como um EP, formato que as suas sete faixas e 39 minutos de duração desmentem,
faz-me de novo acreditar na vitalidade dos Stereolab. Se “Cobra” apostava na
sofisticação dos arranjos e da produção e acentuava o lado mais “easy
listening” da banda, disfarçando alguma falta de ideias, “The First of the
Microbe Hunters”, pelo contrário, é dos álbuns mais musculados de toda a
discografia dos Stereolab, possuído por um furor “funky” que, logo no tema de
abertura, se desenrola inflexivelmente nos nove minutos de “Outer Bongolia”, um
“groove” prolongado e repetitivo em torno do qual se vão agarrando, como
trepadeiras, pequenas frases de saxofone, vibrafone e sintetizadores. Uma opção
que retoma o igualmente hipnótico tema que abre “Emperor Tomato” e faz dos
Stereolab, definitivamente, os sucessores dos Can para o novo milénio. Quando a
voz de Laetitia Sadier surge desdobrada em harmonias celestiais, no tema
seguinte, “Intervals”, o contraste funciona de forma admirável, projetando esta
canção para o domínio dos anjos. Os Stereolab partiram, aliás, num foguetão
para regiões onde a “space age bachelor pad music” de esquivel se metamorfoseia
num astro do futuro e que os faz anunciar na pop de cetim de “The First of the
Microbe Hunters”: “I feel the air (of another planet)”.
"Outer Bongolia":
"Outer Bongolia":
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