07/11/2015

Renaissance - Tuscany



Y 11|JANEIRO|2002
escolhas|discos

RENAISSANCE
Tuscany
Giant Electric Pea, distri. Sabotage
5|10

Annie Haslam, a loura angelical, a voz de mel dos Renaissance, como tudo, como todos, envelheceu. O espelho não mente mas “Tuscany”, o mais recente álbum desta banda que insiste em sobreviver, procura, quase em desespero, redescobrir a beleza que é possível descortinar em álbuns mais antigos, como “Prologue”, “Ashes are Burning”, “Turn of the Cards” ou “Scheherezade and Other Stories”. Mas se uma escuta mais desatenta, ou nostálgica, conseguirá passar ao lado das inevitáveis diferenças que separam a produção dos anos 70 deste “Tuscany”, a verdade é que o tempo e, sobretudo, o espírito de uma época, não se repetem, algo que os Renaissance, como outras bandas suas contemporâneas ainda em atividade, preferem ignorar. Não que “Tuscany” seja um álbum intragável, nem tal seria possível, atendendo a que a voz de Annie Haslam continua com uma limpidez sem mácula, mas o que antes era inocência soa agora como deliberação. O Progressivo matizado pelos tons clássicos do piano de John Tout (aqui presente apenas como convidado) tornou-se, se não inaudível, pelo menos vulgar. Nada, porém, que a imaginação não consiga superar…

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