17/03/2010

Mike Oldfield - Tubular Bells III

Sons

25 de Setembro 1998

Mike Oldfield
Tubular Bells III (1)
WEA, distri. Warner Music

“Tubular Bells”, goste-se ou não, é um disco incontornável dos anos 70. Sem o monstruoso sucesso editorial que serviu na época para lançar a editora Virgin, talvez não tivesse sido possível a gravação posterior, nesta mesma editora, de nomes como Henry Cow, Hatfield and the North, Robert Wyatt, Slapp Happy, David Vorhaus, Gilgamesh, Comus ou, do continente, Gong, Faust, Clearlight, Tangerine Dream, Klaus Schulze, Ashra e Wigwam. Mas o tempo passou e Mike Oldfield, ultrapassado um ciclo que ainda proporcionou obras de nomeada como “Hergest Ridge”, “Ommadawn”, “Incantations”, “Five Miles Out” e, num último fôlego, já nos anos 90, “Amarok”, decidiu que ele e “Tubular Bells” constituem um casamento para a eternidade. “Tubular Bells III” reduz-se a um amontoado asséptico (como a capa) de truques baixos apontados aos tops dos hipermercados. Ele é a plástica tecno em “The source of secrets”, os assomos de hip-hop nado-morto em “The watchful eye”, as notas “cósmicas” dos “Encontros Imediatos”, em “Jewel in the crown”, a reciclagem camuflada de “Moonlight shadow”, em “Man in the rain”, o aproveitamento do achado neo-romântico de “O piano”, em “The top of the morning”. Tudo embrulhado em caricaturas das melodias e acordes do álbum original, para espicaçar a memória. O mais penoso de tudo isto é ver Rosa Cédron, dos Luar na Lubre (Mike Oldfield tem laços fortes na Galiza, onde já tocou ao vivo, em clubes folk), perdida numa lamechice, em “The inner child”. Lamentável.

Sem comentários: