10/02/2011

The Red Krayola - Fingerpainting

Sons

24 de Setembro 1999
DISCOS - POP ROCK

The Red Krayola
Fingerpainting (8)
Drag City, distri. MVM


No início, nos anos 60, em pleno Psicadelismo, os então The Red Crayola, com “c”, desde sempre o projecto do guitarrista Mayo Thompson, eram uma das muitas bandas de “freak out” (leia-se desbunda induzida pelo ácido) que então proliferavam. Data dessa altura o álbum de estreia, “The Parable of Arable Land”, ilustrativo dessa estética, digamos, “free”. Na primeira de muitas reciclagens, já no final dos anos 70, uma episódica junção com os Pere Ubu resultou no álbum “Soldier Talk”, equivalente “garage” do som da banda de David Thomas. Após uma série de álbuns que poderíamos designar por “restos podres do psicadelismo”, os The Red Krayola emergiram nos anos 90 com a máscara do pós-rock, em “Hazel”, um álbum celebratório que reunia um número razoável de luminárias do movimento, de Jim O’Rourke a John McEntire. Mas Mayo Thompson não é homem para facilitar e “Fingerpainting” atira de novo os Red Krayola para o caixote das inanidades, através da repescagem de temas compostos na época de “The Parable of Arable Land”, mas agora filtrados pela electrónica e pelos mandamentos do pós-rock, sem que tal signifique, porém, qualquer tipo de reconhecimento, a não ser o das semelhanças evidentes entre as vozes de Thompson e David Thomas. “Fingerpainting” soa, assim, como uma colagem anárquica de sons sintetizados, “tapes” saturadas de todo o tipo de ruídos e uma rudeza que em “Hazel” parecia ter retrocedido. Durante parte dos 15 m do tema final, Thompson passa o tempo a balir como um carneiro antes de ir para o matadouro – Faust mais cacofonia mais romantismo perdido – e torna-se perigoso demorarmo-nos por lá.

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