04/04/2015

Ilpo Vaisanen - Asuma



Y 16|NOVEMBRO|2001
escolhas|discos

ILPO VAISANEN
Asuma
Mego, distri. Matéria Prima
8|10

Ilpo Vaisanen é um dos Malleus Maleficarum, o martelo punitivo da Inquisição, dos Pan Sonic e, da mesma maneira que opera na sede desta fábrica finlandesa, ao lado de Mika Vainio, o seu trabalho a solo não dá menos descanso aos ouvidos, exigindo deles uma capacidade de resistência ainda maior ao assalto sónico. “Asuma” é de uma brutalidade matemática – o som de um contador Geiger, o “blackout” de uma máquina de manutenção de sinais de vida, uma escavadora da alma. O “noise” asséptico de Ilpo Vaisanen recusa a sujidade e o sangue coalhado. O seu golpe penetra mais fundo e amolga mais do que a pele, os músculos e os ossos. Não há segundas leituras nem pormenores escondidos em “Asuma”, apenas a equação fria e racional da dor, a fórmula exata da tortura, segundo Sade, a exponenciação de uma obsessão levada, através da lógica, ao absurdo. Em “Vallitseva” o mal ergue-se por fim, majestosamente, da bidimensionalidade do gráfico, adquirindo o corpo de uma imensa besta digital. E “Jaettu” fará as delícias dos apreciadores dos Dat Politics. Assustador e fascinante. Não recomendável, no entanto, a ouvidos sensíveis.

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