20 de Março de 1996
Reedições poprock
Relíquias do paraíso perdido
PINK FLOYD
More (8)
Relics (8)
Obscured by Clouds (6)
EMI, distri. EMI-VC
Está completa a reedição remasterizada e reempacotada de toda a discografia dos Floyd até “The Wall”. Resta saber se as novas versões, em termos de som, ficam a ganhar ou a perder em comparação com as anteriores edições, que alguns ouvidos juram ser mais fiéis aos originais em vinilo, questão polémica e sempre subjectiva. As novas embalagens, essa ganharam conteúdo, cor e informação. “More” e “Obscured by Clouds” são bandas sonoras de filmes de Barbet Schroeder. Duas viagens, uma má, “More”, de queda na dependência da heroína, outra, de “La Valée”, “boa”, iniciação psicadélica de um casal em busca do paraíso perdido nos confins da Amazónia. Os compactos trazem as respectivas sinopses, todas as letras e boas fotos a cores. Em “Relics” o desenho original a preto e branco de Nick Mason foi substituído por uma réplica construída e fotografada do estranho galeão-instrumento musical.
Sobre a música já tudo foi dito. “More”, de 1969, corresponde à fase experimental dos Floyd, situando-se a sua edição entre “A Saucerful of Secrets” e o duplo “Ummagumma”. Tem excelentes canções, na melhor tradição das baladas dolentes que então tinham o mesmo efeito que a ingestão de “drunfes”, como “Cirrus minor”, “The Nile Song” ou “Cymbaline”, ao lado de esquiços instrumentais que experimentavam o lado mais dramático e espacial da música do grupo. “Obscured by Clouds”, sucessor de “Meddle”, pelo contrário, apresenta uma faceta mais violenta e rock, por vezes próxima do “mainstream” e da poluição “FM”, que antecipava as vocalizações mais terra a terra e o lado tecnocrata de um som que explodiria e enjoaria até à exaustão no sobrestimado “Dark Side of the Moon”. Mesmo assim vale a pena recordar boas canções, à maneira antiga, como “Burning bridges” ou a colagem final, com as vozes dos índios papuas, em “Absolutely curtains”. “Relics” reúne versões diferentes dos primeiros singles dos Floyd, ainda com Syd Barrett, como “Arnold Layne”, “Emily Play”, “Paintbox” ou “Julia dream”, além de faixas, também com durações diferentes dos originais, dos dois primeiros álbuns do grupo, “The Piper at the Gates of dawn” e “A Saucerful of Secrets”. Um caleidoscópio que resume na perfeição o termo “psicadelismo”.
Sobre a música já tudo foi dito. “More”, de 1969, corresponde à fase experimental dos Floyd, situando-se a sua edição entre “A Saucerful of Secrets” e o duplo “Ummagumma”. Tem excelentes canções, na melhor tradição das baladas dolentes que então tinham o mesmo efeito que a ingestão de “drunfes”, como “Cirrus minor”, “The Nile Song” ou “Cymbaline”, ao lado de esquiços instrumentais que experimentavam o lado mais dramático e espacial da música do grupo. “Obscured by Clouds”, sucessor de “Meddle”, pelo contrário, apresenta uma faceta mais violenta e rock, por vezes próxima do “mainstream” e da poluição “FM”, que antecipava as vocalizações mais terra a terra e o lado tecnocrata de um som que explodiria e enjoaria até à exaustão no sobrestimado “Dark Side of the Moon”. Mesmo assim vale a pena recordar boas canções, à maneira antiga, como “Burning bridges” ou a colagem final, com as vozes dos índios papuas, em “Absolutely curtains”. “Relics” reúne versões diferentes dos primeiros singles dos Floyd, ainda com Syd Barrett, como “Arnold Layne”, “Emily Play”, “Paintbox” ou “Julia dream”, além de faixas, também com durações diferentes dos originais, dos dois primeiros álbuns do grupo, “The Piper at the Gates of dawn” e “A Saucerful of Secrets”. Um caleidoscópio que resume na perfeição o termo “psicadelismo”.
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