Pop Rock
2 de Novembro de 1994
ÁLBUNS POP ROCK
2 de Novembro de 1994
ÁLBUNS POP ROCK
Yello
Zebra
Mercury, distri. Polygram
Dieter Meier e Boris Blank, os dois suíços cosmopolitas que, se não fossem os Kraftwerk, ostentariam o título de reis dos “dance floors” da Europa e dos Estados Unidos (quer dizer, de Nova Iorque), dedicaram-se, a partir sobretudo do álbum anterior, “Baby”, a servir em exclusivo de matéria para consumo nas pistas de dança. A aura de excentricidade que caracterizava álbuns desconcertantes como “Claro que Si” e o magnífico “You Gotta say Yes to another Excess”, ficou pelo caminho. Sem dúvida, os Yello são mestres no domínio da tecnologia e ainda não se esqueceram como polvilhar uma canção com as fragrâncias de um exotismo perdido, como acontece aqui com o tema final “Poom shanka”, mas é uma gota de água no oceano dos ritmos sintéticos. Em “Suite 909” os Yello fazem questão de mostrar que estão na dianteira da vaga “tecno”. Ou seja, vão na carruagem da frente mas deixaram de ser a locomotiva, de inovadores passaram a andar a reboque das tendências da moda. A “ambient house” faz de igual modo parte das actuais preocupações do grupo que, num gesto desesperado para não perder o contacto com os indefectíveis do passado, recorre às vocalizações de “crooner” do costume de Meier e à proliferação de sons samplados de Blank, sem esquecer as referências a Glenn Miller ou ao “rhythm divine” que Shirley Bassey tornou deslumbrante no álbum “One Second”. Entre a cedência incansável dos ritmos, salientam-se os saxofones samplados de “How how”, que trazem uma nota de diferença para um álbum demasiado obcecado com a funcionalidade. (6)
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