CULTURA
DOMINGO, 13 MAR 2005
LISBOA Pavilhão Atlântico. 11 de Março, às 21h30.
Sala cheia.
O espetáculo, designado “Para Sempre”, também o título do seu mais recente álbum, não desiludiu. A abertura do “show” foi hollywoodesca, só com a orquestra a tocar uma rapsódia de temas do cantor. Quando este apareceu, vestido de branco como é seu hábito, o pavilhão veio abaixo. As “Emoções” que se seguiram, extravasaram do palco para a plateia. “Eu te amo, te amo, te amo”, “Amor perfeito” e “Café da manhã” seguiram a mesma via de romantismo à flor da pele. “Detalhes” foi intimista, com Roberto Carlos a acompanhar-se a si próprio no violão. “Ilegal, imoral ou engorda” entrou no funk e “É proibido fumar” foi ainda mais longe, ingressando nos domínios do “hard rock”, com solo de guitarra elétrica a condizer.
Às primeiras notas de “O calhambeque” o delírio instalou-se. Mesmo se a voz era por vezes abafada pela orquestra, o “swing” desta canção querida por todos manteve-se intocável. Logo a seguir veio “O Cadillac”, irmã-gémea de “O calhambeque”, e veio literalmente um Cadillac vermelho resplandecente para o meio do palco, no único dos adereços da noite. A balada “Acróstico” antecipou mais uma rapsódia, desta feita de vários temas românticos cantados de enfiada que citam constantemente as notas e o tom de “Emoções”.
A sequência, composta por “Pra sempre”, com “todas as palavras saídas do mais fundo do coração”, “Força estranha”, “Cavalgada”, É preciso saber viver” e “Despedida” preparou o terreno para o final apoteótico, com “Jesus Cristo” a ser cantado em pé por milhares de gargantas. Enquanto os sons orquestrais se prolongavam ainda, Roberto Carlos, o “rei”, veio à boca de cena distribuir rosas às primeiras filas da assistência. Os dois “encores” passaram com “Coimbra”, “Amada amante”, “Amigo” e “Um Milhão de Amigos”. As 12 mil pessoas que não se cansavam de pedir ainda mais uma foram verdadeiramente amigas de Roberto Carlos. O amor transbordou.
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