17/09/2021

Maria João e Mário Laginha na abertura do Festival de Jazz de Portalegre

CULTURA
QUINTA-FEIRA, 24 FEV 2005
 
Maria João e Mário Laginha na abertura do Festival de Jazz de Portalegre
 
Dupla apresenta o novo álbum, “Tralha”. Enrico Rava toca amanhã
 
Pouco mais de um mês depois da sua última visita a Portugal, onde atuou na Culturgest, em Lisboa, o trompetista italiano Enrico Rava regressa aos palcos nacionais para tocar na 3ª edição do Festival de Jazz de Portalegre, ou Portalegre Jazzfest, que hoje se inicia nesta cidade do Alto Alentejo. Rava atua amanhã com o seu grupo, formado por músicos italianos, estando a abertura do festival reservada para a dupla portuguesa Maria João e Mário Laginha.
João e Laginha, já com um sólido percurso discográfico e de espetáculos ao vivo, apresentam o novo álbum “Tralha”, onde tudo, ou quase tudo, se combina para dar brilho ao trabalho da dupla, da eletrónica ao piano virtuosístico de Laginha, das canções à improvisação que caracteriza o estilo vocal da cantora.
Enrico Rava traz a Portalegre os mesmos músicos que o acompanharam em Lisboa, Gianluca Petrella (trombone), Andrea Pozza (piano), Rosario Bonaccorso (contrabaixo) e Roberto Gatto (bateria), para apresentar o seu mais recente álbum gravado para a editora ECM, “Easy Living”.
            Rava nasceu em Trieste e as suas primeiras influências foram Miles Davis e Chet Baker. Mergulhou na revolução do “free jazz”, tendo trabalhado na Europa e nos Estados Unidos, onde colaborou, entre 1967 e 1977, com Steve Lacy, Mal Waldron, Don Cherry, Roswell Rudd, Cecil Taylor, Marion Brown e Gato Barbieri, entre outros. Já em Itália trabalhou com a Globe Unity Orchestra, baseou alguma da sua música em árias de ópera e formou os seus próprios grupos, de quarteto a “big band”. Entre a sua discografia contam-se álbuns importantes como “The Pilgrim and the Stars”, “The Plot”, “Enrico Rava Quartet”, “Secrets”, “Bella”, “Noir”, “D.N.A.” e “Duo en Noir” (com Ran Blake”).
            O seu trompete deixou entretanto os excessos do “free” para se depurar num lirismo e num discurso clássico que soube assimilar e sublimar as quatro últimas décadas do jazz. O Portalegre Jazzfest termina sábado, com o trio do pianista Mulgrew Miller, com Derrick Hodge (contrabaixo), e Karriem Riggins (bateria). Miller integrou grupos de “gospel” e “rhythm ‘n’ blues”, mas a sua carreira profissional começou com a Orquestra de Mercer Ellington, em 1976, prosseguindo com colaborações com Betty Carter, Woody Shaw, Art Blakey e Tony Williams, entre outros.
            É no formato de trio clássico, piano-baixo-bateria que a música de Miller encontra a sua melhor forma de expressão, tendo-se notabilizado os grupos que formou com Ira Coleman e Marvin “Smitty” Smith, Charnett Moffett e Terri Lynne e Ron Carter e Tony Williams. O atual trio é o mesmo que o acompanha no álbum “Live at Yoshi’s”, editado no ano passado.
            Além dos espetáculos principais, o festival inclui “jam sessions”, “workshop” de “combbo”, com direção de Carlos Barretto, Café Concerto com a Regiophonia Orchestra e várias atividades paralelas, como um “workshop” de produção de espetáculos, som e luz, feira do disco e da revista “Jazz” e uma mostra de vinhos regionais de Portalegre.
 
PORTALEGRE JAZZFEST
Hoje: Maria João e Mário Laginha
Amanhã: Enrico Rava Quintet
Sábado: Mulgrew Miller Trio
PORTALEGRE Cine Teatro Crisfal. Av. George Robinson. Telefone: 245339934.
Hoje às 22h. Bilhetes a 3 euros. Passe: 7,5 euros.

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