20/02/2016

Soul Center - Soul Center

Y 12|ABRIL|2002
roteiro|discos

SOUL CENTER
Soul Center
Novamute, distri. Zona Música
7|10


Thomas Brinkmann, aliás Soul Center, enceta a terceira etapa da sua cruzada a favor de um “back to the basics” da “dance music” que junta as pontas da tecnologia “hi-tech” à raiz da “soul” e do “rhythm ‘n’ blues”. Claro que se pode observar através do prisma da ironia esta estratégia de remontagem, do ritmo e da alma, que remete para os manifestos tribais de Sly and the Family Stone, sem que daí se possa inferir qualquer desvalorização. A “soul” de Thomas Brinkmann é techno, o prazer confunde-se com a mecânica, como o do cão-robô que, na capa, persegue um osso-robô, mas o que o músico alemão continua a conseguir fazer como ninguém é por qualquer um a dançar como uma marioneta sem vontade. Recorrendo a samples de Isaac Hayes ou dos Soul Children, formatados em programações infatigáveis ou, em “I know”, cavando um poço de baixos “dub” que parece não ter fundo, “Soul Center” soa talvez mais analítico e “pensado” que os anteriores capítulos, mas o resultado é o mesmo: gastar as solas dos sapatos.

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