21/11/2008

Bill Frisell, Hermit Driscoll, Joey Baron

Pop Rock

1 de Novembro de 1995
Álbuns pop rock

Bill Frisell, Hermit Driscoll, Joey BaronLive
GRAMAVISION, DISTRI. MVM

Eis de regresso o velho Bill “bochechas” Frisell, de rosto irradiante de pureza. Mas não é bom guitarrista? É um óptimo guitarrista! Então e a música? Tecnicamente perfeita. Só? Pois é… Falta a este bom rapaz da “downtown” um coração, tripas, um esgar de mau humor. Ao vivo (já o vimos com Zorn, compenetrado nas suas matemáticas, enquanto o mestre vomitava no saxofone), neste caso, no teatro Lope de Vega, em Sevilha, nos Terceros Encuentros de Nueva Musica, pouco mudou no seu “approach” de técnico laboratorial que conhece todos os cantos da sua guitarra. Swing é palavra que não consta no vocabulário de Bill Frisell. Abstraccionista, falta-lhe a pulsão anarquista e convulsiva de um Elliott Sharp ou de um Christy Doran. Esteta, não tem a largueza de visão dos contemplativos da ECM como John Abercrombie ou Ralph Towner. Académico, embora encapotado, falta-lhe a polivalência de um Terje Rypdal ou de um Pat Metheny. “Live” poderia ser, ao menos, um espaço de comunicação e diálogo entre os três músicos, versão “power trio”, com o baixo de Driscoll e a bateria do pau para toda a obra que é Joey Baron, no contexto das “novas músicas”. Infelizmente, o estilo de Bill Frisell caracteriza-se pelo autismo. Os outros aguentam o barco, vão atrás e acrescentam os pormenores de esboços cuja articulação obedece, de forma absolutamente coerente, ao conceito “verbo de encher”. Frisell devia ter aprendido com Buster Keaton e passar a fazer música muda. (3)

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