13/11/2008

Steve Howe - Beginnings

Pop Rock

18 de Janeiro de 1995
álbuns poprock

Steve Howe
Beginnings
ATLANTIC, DISTRI. WARNER MUSIC

Estava Steve Howe tão bem nos Yes quando lhe deu para embarcar na “ego trip” que tanta e tão boa gente vitimou nos idos de 70. Em pleno apogeu de “Close to the Edge”, “Tales from Topographic Oceans” e “Relayer”, onde se encontra a melhor música dos Yes, Steve Howe, maestro da guitarra, resolveu seguir as pisadas dos seus colegas Jon Anderson (“Olias of Sunhillow”), Chris Squire (“Fish out of Water”) e, na altura, Patrick Moraz (“The Story of ‘I’”), já para não falar das megalomanias conceptuais de Rick Wakeman, e mostrar que também ele era uma entidade autónoma. Ficou provado que não era. “Beginnings” é, entre os álbuns atrás citados, o mais fraco. Em termos técnicos não há reparos a fazer. Howe deu, na altura, o que se chama um banho à concorrência, nem sequer se esquecendo de incluir a faixa curta na linha de “Mood for a day” e “The clap”, aqui intitulada “Ram”, onde deixava bem vincadas as suas capacidades de executante, neste caso no “dobro”, no banjo e na “steel guitar”. Na maior parte do tempo o álbum não difere em demasia da obra dos Yes, faltando-lhe porém a força do colectivo, embora Patrick Moraz e Alan White estivessem presentes, bem como Bill Bruford e, em “The nature of the sea”, três elementos dos Gryphon. Mas o que estraga de facto “Beginnings” são as vocalizações, medíocres, de Steve Howe, que se deve ter convencido que também era capaz de cantar. Teria sido bem melhor ter convidado alguém para o fazer. Assim, a voz estraga temas como “Doors of sleep”, “Australia” ou “Will O’ the Wisp”, enquanto os instrumentais “The nature of the sea” e “Beginnings” (este um pequeno exercício com pretensões sinfónicas, na linha do que mais tarde, e de forma radical, fizeram os The Enid) ilustram bem o espírito da época e se deixam ouvir como se fossem peças deixadas de lado pelos Yes. Steve Howe não voltou a repetir a experiência, comprovado que ficou que o seu talento como guitarrista não se estendia à composição. Apesar de tudo um álbum curioso. (5)

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