10/09/2021

"O homem que tinha toda a sorte" [Arthur Miller]

CULTURA
SÁBADO, 12 FEV 2005
 

“O HOMEM QUE TINHA TODA A SORTE”
 
Arthur Miller é conhecido sobretudo por ter escrito a peça “Morte de um Caixeiro Viajante” (1949) e ter sido casado com a atriz Marilyn Monroe. Nasceu em Nova Iorque em 1915. O pai, Isidore Miller, foi um fabricante de roupa de senhora e segurança de uma loja antes de a Depressão o levar à ruína. A família mudou-se para uma casa em Brooklyn que terá servido de modelo para “A Morte de um Caixeiro Viajante”. Miller passou a juventude a jogar futebol e basebol e a ler histórias de aventuras, dando a imagem de um não intelectual.
Depois de acabar o liceu, em 1932, foi trabalhar para uma oficina de automóveis — para sobreviver. Foi a leitura de “Os Irmãos Karamazov”, de Dostoievski, que o fez decidir ser escritor. Entrou na Universidade de Michigan (para estudar jornalismo), onde ganhou uma série de prémios por peças que escreveu. Depois de mais um curso – Inglês – completado em 1938, regressou a Nova Iorque, aderindo ao Federal Theatre Project, e escreveu guiões para vários programas de rádio. Em 1940 casou pela primeira vez, com uma rapariga católica, Mary Slaterry, de quem teve dois filhos. A sua primeira peça apresentada na Broadway foi “The Man Who Had all the Luck” (1944). Saiu de cena após quatro representações. Seguiram-se “All My Sons”, “The Story of GI Joe” e “Focus”, a primeira novela, um libelo contra o anti-semitismo. “A Morte de um Caixeiro Viajante” trouxe-lhe o êxito internacional e a conquista do prémio Pulitzer. “As Bruxas de Salem” tornou-se uma das suas peças mais representadas, como “A View from the Bridge”. Em 1956, “o homem que tinha toda a sorte” casou-se com Marilyn Monroe. Divorciaram-se em 1961.
Escreveu “Os Inadaptados”, com um papel para Marilyn, que foi passado a cinema por John Huston. A rodagem revelou-se um desastre, com Marilyn já na fase de decadência. Uma das fotógrafas que cobriu a rodagem para a agência Magnum, Inge Morath, viria a tornar-se sua mulher. Miller regressou aos palcos em 1964, com “Depois da Queda”, um trabalho autobiográfico. Com Tennessee Williams, tornou-se um dos mais conhecidos autores teatrais pós-Segunda Guerra Mundial.
Os seus trabalhos foram passados para cinema por Sidney Lumet e Karel Reiz, para além de Huston. Já nos anos 90, escreveu “The Ride down Mount Morgan” e “The Last Yankee”. Em 2002, foi distinguido com o prémio Príncipe das Astúrias de Literatura, sendo o primeiro norte-americano a receber tal galardão.

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