Pop Rock
6 de Março de 1996
portugueses
6 de Março de 1996
portugueses
Quinta do Bill
No Trilho do Sol
POLYDOR, DISTRI. POLYGRAM
Os putos gostam de se divertir na Quinta, nada a fazer quanto a isso. Por onde passa, ao vivo, a banda faz a festa. À música de bar a fingir de irlandesa, do álbum de estreia, segue-se agora a música dos índios, muito em voga nas colecções de new age étnica da temporada. Não há dúvida, porém, de que o grupo evoluiu bastante desse primeiro trabalho para este segundo pacote de canções, em que a tentativa de “fazer épico” deu lugar a uma maior contenção. “Parar o tempo”, “Se te amo” e “Prece (uma canção)” são mutações atraentes dos Sétima Legião, enquanto, instrumentalmente, o grupo inflectiu na direcção dos “folkrockers” irlandeses Horslips e de uma tónica “progressiva” (“Gerónimo”, agigantada por um sexteto de cordas), curiosamente aquela que parece ser o lugar natural da Quinta. A influência índia aparece no tema inicial, em “Índios na reserva” e “Mão na consciência” (com letra à UHF!…); a irlandesa em “O fogo posto”, “Reunir aos meus amigos” e “A única das amantes”; e o passado da Quinta em “Quanto + me olho ao espelho” (um “hit” à espera de o ser?). Palmas para o violinista Nuno Flores, está um senhor. Numa Quinta agora bem cuidada. Eu próprio – cujas reservas em relação à banda nunca escondi -, confesso, me deleitei nalgumas das suas paragens. Uma canção como “Eles ignoram” indica, só por si, que o grupo, afinal, tem potencialidades para ir longe. Rapazes, larguem lá os irlandeses e os índios e usem as pernas que têm para andar. (6)
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