Pop Rock
12 de Junho de 1996
12 de Junho de 1996
Ryuichi Sakamoto
1996
MILAN, DISTRI. BMG
1996 não está para brincadeiras. Falta pouco para o final do milénio e os compositores andam ansiosos para mostrar aquilo que valem. “Aquilo que valem” quer dizer o abandono da música popular e a criação de obras, perdão “opus” eruditos, que exigem piano de cauda, cordas e a encomenda de uma peça para o Kronos Quartet. O antigo teclista dos Yellow Magic Orchestra achou que esta era a altura ideal para se libertar do fardo de antigas companhias como Iggy Pop, David Sylvian ou Youssou N’Dour, já para não falar nos pecados “proto-“techno” dos Yellow Magic Orchestra. Ao contrário do seu antigo companheiro, Haruomi Hosomo, que evoluiu da electrónica “hard” dos YMO para uma leitura subtil da “pop” pancultural, em “Omni Sight Seeing”, e da “house” ambiental, em “Quiet Meditations from the Quiet Lodge”, Sakamoto enveredou pela via espartana. Em “1996”, o japonês toca piano, só toca piano, fazendo-se acompanhar pelo violoncelo da Jaques Morenlenbaum e o violino de Everton Nelson, na recriação de alguns temas antigos que abrangem vários trechos de bandas sonoras, como “The Last Emperor”, “Merry Christmas Mr. Lawrence” e “The Sheltering Sky”. Mas tanto estes como os originais soam anémicos e académicos, longe dos melhores tempos de mr. Sakamoto. O álbum, na sua edição europeia com 15 temas (a japonesa tem 16 e a norte-americana, 12) sairá por cá, a 24 deste mês. (4)
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