Pop Rock
21 de Fevereiro de 1996
poprock
21 de Fevereiro de 1996
poprock
Yoko Ono & Ima
Rising
CAPITOL, DISTRI. EMI - VC
A viúva maldita está zangada. John voou. Ono regressou ao experimentalismo meio desequilibrado que caracteriza os seus primeiros trabalhos. Com os Imã, grupo do qual faz parte o filho dela e do Beatle assassinado, Sean Ono Lennon, Yoko grita e grita e grita, alertando para o holocausto, para a peste do século, a sida e para a vida negra que nos espera a todos nos próximos tempos. “Warzone”, a abrir, faz arranhões. É Nine Inch Nails com Diamanda Galas a ensinar como se faz. O mesmo se pode dizer a propósito de “Ask the dragon”, “I’m dying” e “Rising” (e Patti Smith, em “Horses”, lembram-se?), onde a japonesa dá livre curso ora à sua fúria ora à sua dor. Nas entrelinhas há reggae, em “Wouldn’y”, “Scratch””, em “Talking to the universe”, new wave à CBGB, em “New York woman”, baladas hippies, como “Turned the corner”, e, em particular, à Jefferson Airplane (ou, se quisermos, à maneira da sua congénere alemã, dos Amon Düül II, Renate Knaupkrotenschwanz), no caso da belíssima “Where do we go from here”. Oportunidade ainda para ser japonesa aos suspiros em “Kurushi”, declamadora contra o tempo, em “Will I”, ou para lembrar a paranóia melódica de Roger Waters, de “The Wall”, em “Goodbye my love”. As “Revelations” finais soam com ironia suave, mas não fazem esquecer que Ono tem contas a ajustar com a sociedade. Aconselha-se cautelas antes de se entrar na sua “zona de guerra” privativa. (6)
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