Pop Rock
20 de Dezembro de 1995
Álbuns poprock
20 de Dezembro de 1995
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BENJAMIM EM MIM
Vários
Bom Dia Benjamim (8)
CD, K7 e livro Movieplay
Não sei se “Bom Dia Benjamim” é ou não o disco ideal para crianças. O que posso dizer é que a minha filha, de seis anos, adorou. “Bom Dia Benjamim” faz a descrição musical de 24 horas na vida de um rapazinho, dos seus cinco ou seis anos de idade. Sem ceder a facilidades, mas com muita simplicidade. Sem fazer figura de parvo nem vozes fininhas, mas com a comunicabilidade que se exige a quem fala com a pequenada. José Peixoto, João Paulo Esteves da Silva, Paulo Curado, José Salgueiro e José Mário Branco – gente crescida que não se esqueceu como era… - escreveram as 11 canções. Das horas do “despertar” às da “Canção de embalar (o sol e a lua)”. No meio, pequenos interlúdios vocais – diálogos de Benjamim com os pais ou com colegas da escola – fazem a ligação entre as canções. Nuno Artur Silva, Sílvia Cunha, Luís Miguel Viterbo, Rui Cardoso Martins, Ana Cristina Silva e José Peixoto escreveram os textos. Cristina Sampaio desenhou as ilustrações, da capa e do livro, e Vasco Colombo responsabilizou-se pela concepção gráfica. Uma aventura que apetece seguir. Nas palavras que dançam na voz de Maria João. Nos sons construídos com imaginação e, sente-se em cada nota, carradas de amor, por executantes como José Salgueiro, José Peixoto, Paulo Curado ou João Paulo Esteves da Silva, não por acaso, todos eles pais. “Bom Dia Benjamim” prova que as tonalidades menores e os caminhos, por vezes escorregadios, pelos meios-tons são tão aptos como os seus irmãos maiores e mais extrovertidos, quando a missão é levar felicidade aos ouvidos e coração da gente pequena. Atreve-se mesmo, mal a manhã nasce, a puxar as mangas ao “free jazz” e a buscar inspiração no 2º andamento do “Quarteto para cordas” de Maurice Ravel. Como já disse, a minha filha adorou e pediu o disco ao Pai Natal. Talvez porque se identificou com ele. Talvez porque “Bom Dia Benjamim” saiba retratar o dia-a-dia – uma eternidade – de uma criança, esse vaivém constante entre a matéria e o sonho, o palpável e o invisível, universo que não pára de crescer. Não deveria ser sempre assim também com os adultos?
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