14/11/2008

Dan Ar Braz - Héritage Des Celtes

Pop Rock

8 de Fevereiro de 1995
álbuns world

DAN AR BRAZ
Héritage des Celtes
Columbia, distri. Sony Music

Dan Ar Braz, guitarrista com passado feito na banda de Alan Stivell, não oferece, com a sua posterior obra a solo, grandes motivos de elogio, ao contrário do que aconteceu com outro companheiro seu e de Stivell, Gabriel Yacoub. Braz raramente conseguiu ultrapassar os limites de uma música bonitinha, nas margens do “mainstream”, do rock sinfónico e da “new age”. Neste disco, resolveu empenhar-se num projecto mais “sério”. Só que tanta seriedade não passa de pretensão e os resultados reduzem-se a uma declaração de intenções. A “herança dos celtas” reduz-se aqui a algumas canções de variedades, na voz – bonita – de Karen Matherson, dos Capercaillie, como “Language of the gaels”, gaitadas ao melhor estilo “polaroid” de castelo escocês, doses reforçadas de reverberação (é o que está a dar com os “celtas”…), teorizações (“uma breve história de…” sobre o povo que 2000 anos antes de Cristo já tinha conquistado a Europa, os Balcãs e a Ásia Menor), uma apresentação de luxo (a capa é a 1328ª variação sobre a tripla espiral “an triskell”) e o lote de convidados escolhidos a dedo da ordem, entre os quais Patrig Molard, Jacques Pellen, Jean-Michel Veillon, Donnal Lunny, Nollaig Casey, a Shotts Pipe Band e a Bagad Kemper. Ou seja, gente recrutada das várias regiões célticas, o que não chega para fazer de “Héritage des Celtes” uma obra com o fôlego e a importância de “Symphonie Celtique” de Alan Stivell. Os únicos momentos onde a música consegue desligar o interruptor do “disco de fusão com celtas e batida rock” e ser algo mais que o simples afago dos sentidos são aqueles em que o bretão Yann Fanch Kemener, em “Maro eo ma mestrez” (numa versão bastante diferente da incluída no lendário “Chemins de Terre”, ainda de Stivell) e “Me zo ganet e kreiz ar mor” (aqui com uma segunda guitarra, de Jacques Pellen, e em diálogo com outro bretão lendário, Gilles Servat), ensina que a simplicidade é a melhor forma de chegar ao santuário do templo. O armazém Braz & Braz, ao contrário do outro, não tem. (5)

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